Sword Art Online: Ordinal Scale | Resenha

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Ano: 2017
Título Original: Sword Art Online: Ordinal Scale
Dirigido por: Tomohiko Itō
Avaliação: ★★★★★ (Excelente)

Após longos três anos de espera, Sword Art Online: Ordinal Scale vem para matar as saudades dos fãs de SAO, e de forma bastante digna, faz uma ode aos 49 episódios exibidos entre 2012 e 2014 ao longo de suas duas temporadas e quatro arcos. Lançado em fevereiro no Japão, já fez mais de 3 bilhões de yens em bilheteria, uma das maiores bilheterias de filmes em anime de todos os tempos na China e, em sua estreia na Itália, desbancou Mulher-Maravilha e Piratas do Caribe: A Maldição de Salazar.

Enquanto a sonhada terceira temporada  – que iniciará a adaptação da saga mais aclamada da light novel, Alicization – não se concretiza, Ordinal Scale cumpre sua função como ponte entre as primeiras temporadas e o futuro da série animada, trazendo o universo de SAO para um contexto bastante atual, como se poderia esperar de uma das obras mais interessantes da década e que aborda inteligentemente nosso vislumbre com a tecnologia e o futuro (ou presente?).

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O filme se passa logo após o arco Mother’s Rosario, apresentando uma realidade onde a nova sensação é o Ordinal Scale, um jogo que funciona em AR (Realidade Aumentada, como em Pokémon GO) que funciona por meio de um dispositivo chamado Augma, diferentemente de todos os jogos até então exibidos na série, com foco em VR (Realidade Virtual). Enquanto a maior parte dos jogadores se rendem ao novo fenômeno, incluindo Asuna, Silica, Lisbeth e Klein, Kirito se mostra resistente ao novo jogo, especialmente em virtude dos esforços físicos que a nova atração demanda de seus usuários.

O jogo ganha novos ares quando chefes saídos diretamente de Aincrad, a grande torre Sword Art Online (o primeiro jogo abordado na light novel/anime) começam a reaparecer e exigir um nível de força muito maior do que o habitual. Durante um dos confrontos, surge o misterioso jogador conhecido como Eiji, número 2 no Rank total de Augma, que destrói facilmente um boss para salvar Yuna, uma espécie de idol que é a principal estrela do game.

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No entanto, Asuna e os demais sobreviventes de Aincrad que participam das batalhas com os chefes do antigo jogo começam a ter suas memórias sobre SAO afetadas. Kirito decide se aprofundar em Ordinal Scale para descobrir o que está acontecendo e impedir que as memórias de Asuna desapareçam definitivamente, o que poderia afetar de modo irreversível sua relação com a namorada e mesmo com os amigos.

A animação está simplesmente fantástica, elevando as já famigeradas batalhas de Sword Art Online a um outro nível – sem dúvidas algo que está na melhor qualidade possível quando nos referimos a ação em animes. Os personagens também estão no melhor de sua essência, especialmente no que diz respeito a Kirito e Asuna – há um enorme ar de nostalgia pairando em relação ao primeiro arco do anime, e para quem acompanhou a série, é impossível não se emocionar em diversos momentos, e vale ressaltar que Asuna recebe grande destaque, reforçando sua imagem como uma das personagens mais icônicas da história dos animes. Há, ainda, referências aos demais arcos da série e algumas aparições de personagens que foram importantes no decorrer de toda a trama.

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É impossível não fazer um paralelo ao quanto a abordagem do filme é instigante e atual quando falamos sobre realidade aumentada, o que presenciamos no último ano com a febre mundial de Pokémon GO,  como supracitado. Encontramos questionamentos quanto às consequências que tal tecnologia pode gerar e também sobre as diferenças em relação à imersão em realidade virtual, o que é bem contextualizado. Outro exemplo é Yuna, é uma clara referência a Hatsune Miku, idol sensação há alguns anos no Japão que faz shows em holograma.

Se há uma única observação a ser salientada a respeito do longa, trata-se da ausência de uma profundidade maior dos novos personagens, que ainda assim são muito bons. Ordinal Scale foca especialmente na relação entre os protagonistas, deixando as resoluções sobre os personagens introduzidos no filme mais para o final, sem detalhamento maior de suas origens e motivações – o que é compreensível para um filme não muito extenso, cujo principal objetivo é reativar a franquia animada e criar uma conexão com as produções futuras. Portanto, não chega a ser um demérito.

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Portanto, Sword Art Online: Ordinal Scale acerta em cheio quanto às expectativas dos fãs, captando a essência da obra em todos os seus principais aspectos e mostrando o porquê de SAO ser considerado – e ainda será por muito tempo – um dos animes mais relevantes desta geração. Se você ainda não conferiu a série, o faça – a primeira temporada ainda está disponível na Netflix.

Obs: Há cena pós-crédito, que contém uma informação relevante especialmente a quem acompanha a light novel.

Diego Betioli
Escritor, publicitário, louco por esportes e entretenimento. Autor de A Última Estação (junto com Rodolfo Bezerra) e CEP e um dos fundadores do Meta Galáxia.

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