Ficha Técnica | |
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Nome: Stampede | Data de lançamento: 9 de Agosto de 2019 |
Duração: 1h41min | Diretor: Takashi Otsuka |
Formação do bando: Luffy, Zoro, Nami, Usopp, Sanji, Chopper, Robin, Franky e Brook. | Cronologia: Não encaixa em nenhum momento da história. |
Sinopse: Em Stampede Buena Festa, um organizador de eventos famoso no mundo inteiro, resolve reunir todos os piratas mais famosos para uma disputa. O prêmio? Um tesouro deixado por Gol D. Roger, o próprio rei dos piratas. Com isso, Luffy e o resto do bando também é convidado a participar do festival, que conta ainda com a ilustre presença dos ainda Shichibukai (detalhe importante!), os Supernova e um membro da tripulação de Roger, conhecido como Bullet, o Herdeiro do demônio.
Cronologia confusa de Stampede
Para começar, vamos analisar a cronologia de Stampede para explicar uma coisa. A recompensa de Luffy dá a entender que tudo ocorre após Whole Cake, enquanto a existência dos Shichibukai prova que tudo ocorre antes do Reverie. Porém, obviamente, o fato do bando estar todo junto e de Law não estar junto de Luffy desde o início, causam sérias incoerências. Tudo isso é pra explicar que, nada disso importa, pois o filme é um gigantesco e bem vindo fan service do inicio ao fim.
Quase todo elenco do anime, quase…
Portanto, abdicando da vez de ter qualquer intenção de se encaixar na cronologia da série, o próprio Oda se sente livre para trazer praticamente todos os personagens do anime. Menos algumas exceções específicas, caso de Jimbe (para não revelar o que houve com ele, apesar de eu achar que ele poderia fazer parte do bando no filme), o ainda não revelado Almirante Greenbull e os Yonkou, talvez por uma tentativa de manter a coerência do nível de poderes. Ainda assim, Katakuri teria sido uma bela adição ao elenco.
Obviamente Shanks não se interessa pelo tesouro do antigo capitão (mesmo caso de Buggy). Big Mon poderia ter enviado um representante (Katakuri, saudades…). Kaido quer se manter na encolha em Wano (eu acho). Barba Negra é disparado a ausência mais sentida, pela personalidade do personagem se encaixava perfeitamente com a situação.
Sobre o filme
A história, num geral, apesar da quantidade incrível de personagens em tela, agrada. É obvio, que não é um filme fácil de se pegar todos os detalhes. Mas Oda faz um belo trabalho ao dar um tempo de tela aceitável para quem merece e de acordo com a personalidade dos personagens e suas funções. Assim é com Sabo, Smoker e o próprio Law, além de Hancock e o azarado Buggy. Com isso, temos uma improvável equipe ao final do anime, mas que faz todo o sentido.
Ao decorrer do filme, antes desta equipe se reunir, eles protagonizam cenas em que permitem a aparição de outros personagens importantes. Assim como o resto do bando, que fica longe do epicentro do roteiro na maior parte do tempo, mas cumpre sua função. Senti os Supernovas um pouco apagados, para variar e por enquanto a criação dos personagens só se justifica por Law. Parece que a intenção de Oda era desenvolvê-los em paralelo, mas Luffy claramente passou à frente a muito tempo e restou a eles servirem de aliados ao invés de rivais do protagonista.
Uma grande luta…até demais
Quanto ao desenvolvimento de Stampede, achei que o clímax durou demais. Dava para enrolar um pouco com o torneio em si, mostrando um pouco mais de cada personagem e até fan service com certas lutas. A escolha de partir para o confronto contra Bullet antes da metade do filme, culmina em um clímax gigantesco e repetitivo, como é comum das sagas do anime, mas geralmente ocorre o contrário nos filmes, que têm climax rápidos e simples. Falta um meio termo.
Gostei da atenção dada a Usopp, mas a presença dele no centro da luta causa algumas incoerências internas. Há um claro problema de nível de poder. No momento em que Bullet é descrito como “tão forte quanto o próprio Rayleigh” e ainda tem sua fruta despertada, foi necessário o próprio Garp e Sengoku para derrotá-lo (acredito que Garp poderia faze-lo sozinho), mas ele perde, para personagens bem inferiores aos mencionados (menos Luffy, que está abaixo, mas nem tanto).
Outros aspectos de Stampede
A animação, está excelente no arco de Wano e não poderia ser diferente no filme. O 3D usado soa quase natural e se confunde em meio ao 2D tão bem executado quanto. É um trabalho raro nos filmes, que costumam falhar na hora de aplicar o 3D de maneira discreta. A trilha sonora, se salva ao final do filme, em que temos o uso de We Are! novamente, já que todo resto do trabalho é simples e não chama a atenção (a dublagem continua boa, mas era o mínimo, né?).
Concluindo
Com isso, temos um filme divertido, que soa arrastado devido a pressa em chegar ao clímax para chegar rapidamente à luta principal, que só não incomoda devido ao desenvolvimento em paralelo da guerra. A guerra, aliás, se mostra totalmente irrelevante, já que tudo é esquecido no momento em que Bullet é derrotado. Somente o Buster Call se mostra uma ameça devido a presença de Kizaru (já que Fujitora não fez nada…de novo…).
Ainda assim, Stampede é melhor do que a maioria do que vimos por se assumir desde o início como um grande fan service e não se prender a tentativa de se encaixar na história. Já sabendo que não poderia fazer qualquer alteração no status quo da série, por motivos óbvios e seria esquecido da mesma maneira. Mesmo com isso, possui um roteiro forte, com uma boa motivação e trabalho de elenco.
Bônus:
Falando dos fan services agora e fugindo um pouco da crítica, quero comentar algumas coisas:
- Crocodile entrou de maneira interessante e pareceu que teria alguma relevância, mas só levou o Law e agiu como qualquer outro no final das contas;
- A cara do Zoro ao ver o Mihawk cortando o meteoro com facilidade é maravilhoso e como o roteiro é do próprio Oda, dá pra se dizer que ainda há uma boa diferente de Zoro para seu mestre;
- Fujitora, assim como em Dressrosa, era capaz de interferir de maneira satisfatória, mas ficou brincando com Zoro e desapareceu. Seria legal vê-lo naquela equipe que enfrentou Bullet ao final, mesmo que ele fosse mais forte que os outros;
- Boa Hancock mostrou pela primeira vez parte de seu poder, e não pareceu ficar atrás de ninguém com seu chute no vilão;
- Assim como Crocodile, Rob Lucci tem uma pequena participação e não justifica muito sua aparição, nem mesmo é um bom fan service. É, na minha opinião, o personagem mais deslocado do filme;
- Faltou o Deus Enel voltar com toda sua glória da lua e dominar o mundo (brincadeira…mas quem dera).