Record of Ragnarok: Por que Shiva deveria ter sido o deus principal
À medida que a trama da primeira parte da 2ª temporada de Record of Ragnarok se desenrola, os deuses continuam a menosprezar a humanidade. Mantêm firmemente a crença de que possuem uma vantagem incontestável sobre os humanos, persistindo assim em gloriar-se por conquistar o maior número possível de vitórias nesta disputa entre campeões. Alguns, no entanto, começaram a reduzir sua arrogância; Zeus, por exemplo, percebeu que subestimava figuras humanas como Kojiro Sasaki.
A batalha de Zeus contra Adão está profundamente ligada à sua apreciação. Durante o confronto, ele adquiriu insights sobre o espírito humano, a chama interior e o desejo inato de triunfar. No entanto, mesmo com essa compreensão, Zeus não conseguiu abdicar de sua postura arrogante. Ele reconhecia que os deuses precisavam alcançar sete vitórias no torneio para concretizar seus planos de purificar o planeta e punir a Terra por ter se transformado em uma série de sociedades egoístas. Apesar do fascínio em torno de Zeus, a 2ª temporada sugere que Lord Shiva deveria ter liderado esse grupo de deuses ressentidos de Record of Ragnarok (Shuumatsu No Valkyrire).
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Shiva tem presença de liderança em Record of Ragnarok (Shuumatsu No Valkyrire)
Embora Zeus ocupe o topo da hierarquia, a presença imponente de Shiva se destaca como a mais intimidante na série. Inicialmente um espectador silencioso, Shiva gradualmente se torna mais expressivo à medida que a trama avança, emergindo como um verdadeiro líder que impõe respeito dentro e fora da arena dos gladiadores. Em contraste, Zeus é visto como uma figura ridícula, além de ser considerado um pervertido. Sua inclinação por Afrodite e sua aparência aterrorizante, em vez de estratégias contra os combatentes do Record of Ragnarok, contribuem para essa percepção.
Shiva, por outro lado, mantém uma postura estoica e está determinado a vencer. Isso não significa que ele não aprecie o processo ou tenha um lado mais leve, mas sua ênfase está principalmente em seu título ameaçador de Destruidor, enraizado na tradição hindu. Essa lenda o posiciona como o responsável pelo fim do mundo, dançando enquanto o mundo arde em chamas e concedendo-lhe o poder de renascer das cinzas. Ele se alinha perfeitamente com o tema central de Ragnarok, apresentando uma imagem notavelmente mais aterradora.
Os fãs testemunharam a fúria de Zeus em suas lutas anteriores, especialmente na quase derrota para Adão. Por outro lado, Shiva proporciona uma exibição mais abrangente em seu confronto com o renomado guerreiro de sumô, Raiden Tameemon. Sua presença intensifica-se, com palavras e ações que lançam uma sombra sombria. Ao vencer a batalha, queimando e decapitando Raiden, Shiva deixa uma impressão mais marcante do que Zeus, que havia derrotado Adão anteriormente. Até este ponto, Shiva se torna uma declaração clara sobre a razão pela qual o mundo deve enfrentar a destruição, independentemente de os deuses aprovarem ou não os campeões da Terra.
Shiva teria elevado o ângulo da diversidade
Este anime Battle Royale segue o mangá quase à perfeição, mas representa uma oportunidade perdida para subverter tradições e adicionar diversidade. Atualmente, existem lacunas notáveis, como a falta de agência para as personagens femininas. As Valquírias de Brunhilde são apresentadas principalmente como ferramentas transformáveis para auxiliar os guerreiros da Terra. Além disso, embora haja lutadores asiáticos, a ausência de personagens de cor, por exemplo, da África, deixa uma lacuna na representatividade.
A escolha de Zeus como líder do grupo é considerada convencional, e a presença de um deus grego à frente não é única, dado o histórico de narrativas semelhantes em animes, programas de TV e filmes ao longo dos anos. Optar por Shiva como líder teria sido mais natural, não apenas pela perspectiva de diversidade, mas também pela autenticidade, visto que até mesmo Zeus o teme. Além disso, ter um deus hindu liderando proporcionaria uma abordagem mais inclusiva, abordando a representação em um contexto mais amplo, algo muitas vezes negligenciado em torneios de animes shonen.
A representação de Zeus como um velho branco fazendo comentários obscenos às mulheres na arena é considerada inadequada, especialmente em um torneio de tamanha importância. A abordagem de Zeus como brincalhão contrasta com a cultura de Shiva, que é mais culta. Shiva, ao ter treinado extensivamente com humanos e deuses, compreenderia ambos os lados, proporcionando uma razão válida para exigir respeito pelos terráqueos. Sob a liderança de Shiva, a dinâmica da série mudaria, provocando potenciais deserções e sugerindo que algumas partidas poderiam ser perdidas. Sua abordagem desafiadora e inclusiva destaca-se como uma mistura de substância e estilo, rompendo com a típica representação de líderes e ampliando a progressividade em meio a temas de testosterona, masculinidade tóxica e estruturas patriarcais, algo pelo qual Zeus é conhecido na mitologia grega.
Shiva é mais confiável
Possivelmente, o aspecto mais crucial é a identificação de Shiva por meio de sua jornada para obter poder. Ele enfrentou mais de 1.000 deuses na Índia, incluindo seu melhor amigo, Rudra, para alcançar a supremacia. Mesmo assim, Shiva hesitou em aceitar a luta, não desejando prejudicar seu companheiro. Essa experiência o dotou da compreensão das consequências da violência e da sabedoria de desistir antes que alguém perca a alma. Como líder, ele enfrentaria outro teste, equilibrando sua agressividade interior com a compreensão de que talvez não seja necessário seguir seu destino e levar a Terra a um destino sombrio.
Assim, a jornada de Shiva adicionaria uma camada de imprevisibilidade à trama. Sua narrativa é mais matizada, complexa e multidimensional do que a de Zeus, um mestre de jogos presente apenas para entretenimento. Shiva, por outro lado, representa a humanidade de maneira mais profunda. Sua conexão emocional é mais forte do que a de Zeus, cuja caracterização é muitas vezes superficial e cômica. Dado o tom sério do programa, a liderança de Shiva não quebraria a imersão, como ocorre com Zeus.
Tendo Shiva como líder evitaria a energia superficial de Zeus, que desconhece verdadeiramente a humanidade e está mais interessado em seus próprios desejos. Shiva compreende a natureza do combate e dedicou tempo para desvendar os mistérios da vida antes de decidir sobre o destino final. No final das contas, Shiva emerge como o deus mais maduro, com uma aura que se alinha com o desfecho da série. Dado seu passado e suas intenções, ele seria o MVP que orientaria a equipe com base em sua experiência e sabedoria, ao contrário de Zeus, cujo foco está em atrair mulheres para o torneio.