Pinacoteca de São Paulo apresenta mostra panorâmica de Cecilia Vicuña
A Pinacoteca de São Paulo, instituição vinculada à Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, orgulhosamente apresenta a tão aguardada exposição “Cecilia Vicuña: Sonhar a Água – Uma Retrospectiva do Futuro”, a partir do dia 18 de maio, na imponente Grande Galeria do edifício Pina Contemporânea. Marcando a estreia em grande estilo da renomada artista chilena no Brasil, esta retrospectiva impressionante reúne aproximadamente 200 obras que abarcam seis décadas de sua prolífica produção artística. Sob a curadoria cuidadosa de Miguel A. López, a exposição destaca o comprometimento de Vicuña com as causas populares, os direitos humanos e a preservação do meio ambiente.
Entre as peças de destaque que brilharão na Pinacoteca, encontra-se a instalação impressionante “Quipu menstrual” (2006), uma criação exclusiva para o espaço da Pina, e a icônica obra “Fidel e Allende” (1972), que será exibida apenas nesta etapa da itinerância.
Cecilia Vicuña é uma figura multifacetada: poetisa, artista visual e ativista feminista. Grande parte de sua obra reflete sua profunda conexão com sua terra natal, os majestosos Andes, além de abordar temas como as lutas feministas, a rica tradição têxtil pré-colombiana e a busca pela emancipação das comunidades indígenas. Desde os tumultuados anos 1960, o trabalho visionário da artista tem se dedicado a celebrar e preservar o equilíbrio e a interconexão do mundo natural. A arte de Vicuña exala uma aura ritualística, medicinal e curativa, valorizando não apenas a estética, mas também o poder transformador da expressão artística.
Sobre a exposição
“Sonhar a Água” teve sua origem no Museu Nacional de Bellas Artes de Santiago do Chile e fez uma marcante itinerância pelo MALBA, em Buenos Aires, antes de aterrissar na Pinacoteca de São Paulo. O título da exposição não é apenas uma escolha casual, mas sim um convite impactante para repensarmos nossa relação com o meio ambiente. Como bem nos recorda Vicuña, “Sem umidade não há humanidade”. Suas obras não se limitam a ser testemunhos do passado, mas sim vislumbres de um futuro em aberto – uma ideia refletida nesta retrospectiva que nos apresenta sua arte como algo em constante evolução, uma experiência vívida e em constante construção.
A peça central, “Quipu menstrual, O sangue dos glaciais”, originalmente concebida pela artista em 2006, surgiu como um ato ritualístico em resposta a um projeto de extração de ouro que ameaçava destruir três geleiras no norte do Chile. Adaptada com esmero para ocupar o espaço da Grande Galeria, esta instalação é formada por nós de lã vermelha, criando um bosque penetrável onde os visitantes são convidados a adentrar e explorar.
Miguel López, o curador da exposição, comenta sobre a poética envolvente de Vicuña, que transcende fronteiras e categorias, contaminando diversas formas de expressão. Sua arte pode se manifestar como poesia, pintura, escultura, colagem, desenho e muito mais. Ao conectar-se com a rica tradição brasileira de experimentação poética desde os anos 1950, onde a poesia se tornou um catalisador para o pensamento crítico e a mobilização social, Vicuña encontra solo fértil para sua mensagem.
Serviço
- Cecília Vicunã: Sonhar a água – uma retrospectiva de futuro
- Período: 18.05 a 15.09.2024
- Curadoria: Miguel A. López
- Edifício Pina Contemporânea (Grande Galeria)
- De quarta a segunda, das 10h às 18h (entrada até 17h)
- Gratuitos aos sábados – R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia-entrada), ingresso único com acesso aos três edifícios – válido somente para o dia marcado no ingresso
- Quintas-feiras com horário estendido B3 na Pina Luz, das 10h às 20h (gratuito a partir das 18h)
Fonte: Correspondência por e-mail
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