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Harry Potter e a Pedra Filosofal (Filme) – Análise

Nunca fui exatamente um entusiasta do universo criado por J. K. Rowling nem mesmo quando criança. Quando adolescente, imaginei que aquela magia de Harry Potter seria incapaz de me tocar, afinal, não fora capaz nem mesmo de encantar quando mais novo. Mas, me despi de qualquer preconceito e resolvi dar uma chance, assim como fiz com diversas outras obras, pois, com certeza, A Pedra Filosofal teria mais a oferecer do que introduzir um universo diferente.

Com a recente comemoração de aniversário da série e reunião de elenco, resolvi dar uma chance para a saga. Grata surpresa a minha perceber o bonito universo criado pela autora britânica, cheio de personagens interessantes. É claro que já possuo conhecimento do desenrolar da série – mesmo não sendo super fã, assisti a todos os filmes. Todavia, é nítido o bom trabalho de introdução, talvez a parte mais difícil em se apostar na criação de uma história que envolve universos originais como este.

O grande porém, é que no âmbito cinematográfico, a maneira da história se contar soa extremamente como um livro. É como se assistíssemos aos capítulos em cena, sendo fácil separar o filme em partes separadas e levemente desconexas. Claro que este fato resulta em um filme bastante inchado, com duração um pouco maior do que seu roteiro da entender que precisa. É um desafio que, como mencionei antes, toda introdução enfrenta, mas neste caso pode-se dizer que foi um trabalho muito bom, prejudicando levemente o ritmo, mas não tornando o filme cansativo.

Efeitos abaixo

No quesito roteiro o filme manda bem, mas no quesito técnico é ótimo. Tudo soa extremamente original o que é responsável por tonar o filme belo e vivo. A fotografia, a trilha sonora, figurino, todo trabalho técnico do filme é impecável. Como um não leitor dos livros fiquei encantado, imagino para quem era fã assistindo tais cenas de “A Pedra Filosofal” no cinema.

O único porém fica para os efeitos especiais. É claro que se trata de um filme antigo, mas algumas cenas ficam bem abaixo. O jogo de quadribol, por exemplo, soa bastante solto a nível de roteiro e acaba mais prejudicado ainda pelos efeitos aplicados. Eu diria que alguns truques de câmera, como aqueles usados para evitar de mostrar Fofo completamente, seriam suficiente. Mas, de novo, nada que estrague a experiência.

Elenco incrível

Por último e não menos importante, o trabalho de elenco é maravilhoso. Os mais experientes dispensam apresentações, enquanto os mais novos, como suas carreiras de sucesso demonstram, foram ótimas escolhas. É comum adaptações de livros envelhecerem os personagens para utilizar atores mais experientes, então a simples decisão de respeitar a idade dos personagens já se mostra corajosa. Emma Watson, apesar de ser a melhor dos três protagonistas ao meu ver, é a que menos consegue soar como sua personagem pretende através do roteiro, mas tem isso melhorado com o passar dos filmes.

Em conclusão, “A Pedra Filosofal” é uma ótima introdução de universo, que talvez por querer respeitar demais se mostra um pouco mais longo do que deveria. O filme é ótimo em introduzir conceitos de maneira simples, ao mesmo tempo em que não subestima demais o telespectador. A ameaça de Valdemort já se mostra importante desde o início e o plot twist do filme também é bem construído, até pelo bom trabalho de câmera feito com Snape ao longo do longa.

Não é o filme perfeito e não sou capaz de avaliar se é a adaptação mais fiel. Mas é um filme divertido, capaz de encantar algumas crianças por seu visual e satisfazer alguns adultos por seu roteiro.

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