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Koe no Katachi (A Silent Voice) | Resenha

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Ano: 2016
Título Original: Koe no Katachi, A Silent Voice / The Shape of Voice
Dirigido por: Naoko Yamada
Avaliação: ★★★★★ (Excelente)

Nishimiya Shouko é uma garota que tem deficiência auditiva. No ensino fundamental ela se muda para uma escola e tenta se adaptar. Devido a sua deficiência alguns alunos começam a reclamar dela, a questionar se ela não estaria atrasando o resto da turma e logo ela se torna um alvo de bullying. E o principal responsável por esses atos é Ishida Shouya, o “zoeirão” da sala. Ele simplesmente começa a infernizar a vida da menina, até que algo mais sério acontece, e ela precisa ser transferida de escola. O que Ishida não esperava era que o bullying que ele causou a Shouko acabaria se voltando contra ele de um jeito cruel. Alguns anos se passam, e Ishida agora no ensino médio, não é nem sombra daquele menino brincalhão e valentão. Ele acaba por se reencontrar com Shouko na nova escola. E a questão que fica é, existe uma chance de redenção?

Produzido pela excelente Kyoto Animation, Koe no Katachi é a adaptação do mangá da autora  Yoshitoki Ooima. A obra original conta com sete volumes que compilam 64 capítulos. (O mangá começou a sair aqui no Brasil pela editora NewPOP). O filme conta com uma arte de encher os olhos, é impressionante toda a sutileza nos detalhes, e como a animação flui suavemente, casando perfeitamente com o clima que a narrativa precisa. Em aspectos técnicos, é algo realmente impressionante. Mas não é só aí que está toda a qualidade da obra. Como vimos na premissa, a trama em si é o grande chamariz do filme. Tratar de temas como depressão, suicídio, bullying não é uma tarefa fácil, pois qualquer um desses pode facilmente cair em algo apelativo e sem sentido, feito só para chocar o público e render discussões vazias só para polêmicas. Ainda bem que não é o caso de Koe no Katachi. O que vemos aqui é realmente o que as ações podem gerar de reações. A trilha de Ishida em busca de uma redenção é uma jornada árdua e sem alívios.  E isso sem soar piegas e forçado.

Acompanhamos todo o fardo que ele carrega desde a infância e como isso o mudou drasticamente, assim como sua relação com os amigos da época.  O papel se inverte totalmente, pois Ishida é quem é o isolado, que não consegue se comunicar com os outros aos seu redor. Ele simplesmente desistiu de tentar se encaixar em uma sociedade que o julga o eterno culpado pelo o que aconteceu no ensino fundamental. E todo esse retrato nos é mostrado de uma maneira incrível, que nos faz odiar Ishida em um primeiro instante e depois sem perceber estamos torcendo para que dê tudo certo na vida do garoto. E temos também os personagens secundários também são bons e bem interessantes.

Koe no Katachi / A Voz do Silêncio é um filmaço que merece ser apreciado e aplaudido, pois consegue mostrar de maneira concisa e sem ser apelativo os dramas da adolescência (não só dela, essa situação pode ser aplicada a vida adulta também), o caminho do perdão, do arrependimento, das segundas chances. E o título do filme caí como uma luva aqui, pois realmente aprendemos o que ele significa com o decorrer da trama. A relação entre Ishida e Shouko é muito bem construída e emocionante, usando os gestos de libras, cadernos e os seus sentimentos para se comunicarem. A última cena do filme é de uma beleza ímpar e pode facilmente entrar em um ranking das cenas mais belas e emocionantes, é quase impossível ficar indiferente.  Recomendadíssimo.

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