Mirai (Mirai no Mirai) – Resenha da animação original de Mamoru Hosoda, indicada ao Oscar 2019
Ano: 2018 |
Título Original: Mirai no Mirai / Mirai Of The Future / 未来のミライ |
Dirigido por: Mamoru Hosoda |
Avaliação: ★★★★★ (Excelente) |
Filme mais recente do aclamado diretor Mamoru Hosoda (O Rapaz e O Monstro, Summer Wars), Mirai no Mirai – ou simplesmente Mirai, como está sendo chamado no Brasil – é um dos principais postulantes ao Oscar de Melhor Animação, que tem como principal concorrente Homem-Aranha: no Aranhaverso.
Mirai é, possivelmente, o filme mais divertido e mais sublime do diretor, e tem como tema central algo recorrente em suas principais obras: a família. Neste caso, não somente a questão de laços familiares e geração, mas muito também sofre a infância e sua perspectiva.
A trama gira em torno de uma família japonesa comum, tendo o pequeno Kun-chan, um garoto de aproximadamente quatro ou cinco anos, como protagonista. Logo no início, o menino descobre que terá uma irmãzinha, a quem acaba batizando de Mirai (Futuro, em japonês).
Entretanto, a chegada da pequenina na casa acaba deixando Kun morrendo de ciúmes, uma vez que ela passa a receber todas as atenções. Ao mesmo tempo, os pais se desdobram para tentar cuidar da pequena recém-nascida, deparando-se com suas próprias fraquezas em conseguir lidar com uma rotina que envolve trabalho, cuidar da casa, dois filhos pequenos e um cachorro.
Em um momento de tristeza por estar se sentindo de lado, Kun tem um vislumbre do passado da família, e a partir desse instante, passa, em determinadas situações, a visitar o passado e o futuro de sua árvore genealógica, conhecendo inclusive a pequena Mirai do futuro, que o ajuda a criar empatia pela irmãzinha e pelos pais.
O filme transborda carisma e toca em dois pontos de forma muito sútil: a inocência da infância e seu imaginário, que se dão pela visão lúdica e simples do pequeno Kun-chan sobre todas as coisas que estão acontecendo em sua ainda tão jovem vida; e o desafio de ser pai e mãe, tentando dar o melhor de si sem que o mundo desabe sobre sua cabeça.
O longa é recheado de pequenas mensagens sobre o valor da família e a criação de laços afetivos entre as gerações, e o que podemos aprender com elas. E, apesar de conter elementos que remetem a viagens temporais, em momento algum a obra se faz complexa – pelo contrário, é o mais simples e objetivo possível. E conta também com cenas muito engraçadas, especialmente com as presepadas do pequeno Kun e o cachorro Yukko.
Completando com chave de ouro, o filme conta com uma linda trilha sonora, cuja música de abertura já nos insere na atmosfera emotiva pela qual o filme transita quase em tempo integral. A animação em si também apresenta grande qualidade e é muito bonita, desenvolvida pelo Studio Chizu (de Hosoda, o mesmo responsável por O Rapaz e O Monstro).
Mirai é merecidamente um postulante ao Oscar. É um filme recomendado para todas as idades, para todas as famílias; uma linda mensagem sobre infância, empatia e amor. E mais um apontamento de Hosoda como um dos melhores diretores de animação da atualidade.
Confira outras resenhas de filmes e animes aqui. Siga o Meta Galáxia nas redes sociais e se inscreva no nosso canal no YouTube!