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Talvez Uma História de Amor – Resenha

Talvez Uma História de Amor (filme de Rodrigo Bernardo) entrega uma obra divertida e com boas reflexões. 

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Ano: 2018
Título Original: Talvez Uma História de Amor
Dirigido por: Rodrigo Bernardo
Avaliação: ★★★☆☆ (Bom)

Talvez Uma História de Amor começa nos apresentando o nosso protagonista: Virgílio (Mateus Solano). Ele é um publicitário bem sucedido, galã, solteiro e tem uma vida estável. Com um jeito controlador e metódico, ele calcula cada uma de suas ações durante o dia. Desde a hora de acordar até a hora de dormir novamente. Certo dia Virgílio chega em casa e há um recado na sua secretária eletrônica. É uma recado de uma mulher chamada Clara, que diz que, apesar de o amar muito, não dá mais para continuar o relacionamento dos dois. E então simplesmente termina. Virgílio estranha toda essa situação. Por que afinal de contas, ele é solteiro. Deve ter sido um engano. Então quem seria essa tal de Clara? Então, começa a saga de um homem tentando entender o que está acontecendo enquanto tenta montar as peças de um quebra-cabeça da sua vida.

Quando o Virgílio começa sua jornada em busca de informações pode causar um certo espanto que ele como publicitário e em uma atualidade onde a tecnologia é iminente, não consiga desvendar todo o mistério logo de cara. Mas conforme a trama avança, vamos conhecendo que o problema de Virgílio é um pouco maior do que parece. Sua mania por controle, beirando a TOC (Transtorno obsessivo-compulsivo) e sua aversão a tecnologia – a casa toda dele tem coisas antigas, TV de tubo, Vídeo-cassete, telefone de discar, a bendita da secretária eletrônica é daquelas bem antigas, o celular tijolão – demonstra que ele não poderia usar de uma espiada no Google para resolver o problema e tentar achar a tal de Clara. Ele é um homem recluso a tecnologia , e a muitas outras coisas.

Conforme Virgílio saí pelas ruas coletando informações, tentando do seu jeito atrapalhado falar para as outras pessoas que simplesmente não sabe / lembra quem era Clara é bem divertido. É sem dúvida nesses encontros que temos os momentos mais engraçados do filme. Já que todos os outros personagens parecem conhecer bem a rotina do “casal” e isso vai deixando Virgílio ainda mais inquieto e questionando a sua sanidade. As consultas com sua psiquiatra (Totia Meireles) também rendem bons momentos. Mas em Talvez Uma História de Amor também temos momentos mais reflexivos e tocantes, pois em meio a busca por Clara, Virgílio percebe que tem que encontrar uma outra coisa antes: a si mesmo.

Um desses momentos é uma cena que começa bem engraçada quando a luz de seu apartamento acaba e ele tem que pedir ajuda a sua vizinha (Bianca Comparato) e ela lhe empresta um daqueles capacetes de obra com uma lanterna em cima. Assim quando ele volta e adentra o seu apartamento, Virgílio começa a iluminar o lugar e assim a ter leves lampejos de cenas do seu passado. A cena é bem feita e passa uma sensação boa, de que resta alguma esperança. Já que literalmente, surgiu uma luz no fim do túnel.

O diretor Rodrigo Bernardo fez um trabalho bem competente nessa comédia-romântica, ao adaptar a trama o livro escritor francês: Martin Page.  Talvez Uma História de Amor é um filme que tem uma fotografia lindíssima e uma trilha sonora rica e bem encaixada. Conta com uma grande atuação de Mateus Solano no papel do metódico Virgílio. O longa sabe dosar os momentos divertidos com os dramas. A única ressalva talvez seja que por ser um filme de comédia romântica, o andar das coisas pareceu que teve que seguir um certo rumo mais padrão, enquanto talvez (ênfase no talvez) houvesse um outro caminho, digamos mais arriscado, mas que poderia dar uma bela recompensa no final.

Em suma, Talvez Uma História de Amor é um filme leve, com um tom descompromissado, porém com uma trama que pode até não ser revolucionária, mas funciona bem. Os amantes de uma boa comédia romântica certamente irão gostar. E além disso, o filme deixa têm cenas bem bonitas, emocionantes e reflexivas sobre como encaramos a vida. Sobre nos arriscarmos mais, sairmos da zona de conforto, e olhar a vida por novos ângulos. Sobre mudanças. Será que estamos no controle de tudo? Será que tem que ser assim? Talvez… talvez.

Para mais resenhas, fique ligado aqui no Meta Galáxia! Até mais e grande abraço!

Análise Crítica
Data
Título Original
Talvez Uma História de Amor
Nota do Autor
3

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