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Esports: Podemos ou não considerar uma modalidade esportiva?

Imagem via Riot Games
Imagem via Riot Games

Esports: Podemos ou não considerar uma modalidade esportiva?

Os esports se tornaram um fenômeno de grande amplitude e sua popularidade emergiu com o lançamento do popular jogo para computador League of Legends. Isto, além de outros jogos que conquistaram muitos fãs, como por exemplo World of Wacraft e Dota. E se tornou um fenômeno tão grande que o Esport já é modalidade nas Olimpíadas! Contudo, está uma discussão até divertida de se ler na internet. Podemos ou não considerar uma modalidade esportiva? A discussão sobre se esports são esportes ou não já não é mais uma novidade para a comunidade de jogos eletrônicos. Quando esquecemos essa discussão, ela entra em alta novamente por algum motivo.

Hoje, vim trazer os debates atuais para o portal Meta Galáxia, pois já trouxe várias matérias relacionadas anteriormente. Contudo, tentarei ser imparcial: trarei o máximo possível de dados, estatísticas, opiniões de profissionais, tudo isso como teor informativo e evitando trazer minha própria opinião pessoal aqui! Claro: vocês leitores poderão dar suas opiniões à vontade pelos comentários!

O que seriam exatamente os esportes eletrônicos?

Esporte eletrônico, ciber-esporte ou e-sports, são alguns dos termos usados para as competições em que se utilizam jogos eletrônicos

Os eSports são competições organizadas de jogos eletrônicos, envolvendo equipes ou jogadores individuais disputando a vitória entre si. Eles se conectam por meio da internet ou de uma LAN (conjunto de computadores em rede).

FIA

Os esportes eletrônicos (ou simplesmente esports) nos Jogos Olímpicos

Ainda em 2021, eu trouxe para o Meta Galáxia sobre os esportes eletrônicos (ou simplesmente esports) nos Jogos Olímpicos. Tudo começou com uma novidade que agradou a muitos: em 2017, começa a possibilidade do Esport virar modalidade olímpica nos Jogos de Paris. Em agosto de 2017, o jornal global El País publica uma reportagem dizendo que Tony Estanguet, presidente do comitê de candidaturas de Paris, se reuniria com o Comitê Olímpico Internacional e com os principais representantes da indústria dos jogos eletrônicos, isso tudo para estudar a inclusão dessas competições nas olimpíadas que serão realizadas na França.

A participação dos e-sports nos Jogos Asiáticos

E não demorou para que o Conselho Olímpico da Ásia incluísse logo competições de jogos eletrônicos na programação oficial dos Jogos Asiáticos de 2022, que serão realizados na China. A previsão é que os jogos ocorreriam no 2ª semestre de 2022, com a presença de ao menos 45 países, e dentre eles, 27 irão competir nos s-sports. Inclusive, os organizadores divulgaram que serão seis competições por medalha na modalidade, mas ainda não confirmaram quais jogos de esportes eletrônicos farão parte do cronograma de competições em Hangzhou.

A participação dos e-sports nos Jogos Asiáticos é reflexo da popularidade da modalidade, além do lucro obtido nas empresas de jogos. Conforme o jornal global El País, em 2017 a empresa de pesquisa e análise Newzoo estimou que os esportes eletrônicos geravam receitas em torno de 700 milhões de dólares no mundo inteiro. E além disso, em 2020 chegaria a 1,5 bilhão de dólares.

Como já citado, os esportes eletrônicos viraram um fenômeno de grande amplitude e sua popularidade aumentou com o lançamento de League of Legends. Além disso, também teve o auge das plataformas de transmissão de jogos ao vivo como o Twitch.

Lembrando que League of Legends é muito citado por ser um dos mais famosos jogos atualmente, mas também temos títulos diversos e que são muito bons, como por exemplo DotaFortnitePlayerUnknown’s BattlegroundsStarCraftWorld of Warcraft e Counter-Strike: Global Offensive. Alguns desses jogos são esperados tanto nas Olimpíadas quanto nos Jogos Asiáticos, ainda mais com a notícia de que algumas das premiações serão milionárias!

Olimpíadas

Em 2021, uma das notícias em alta: Esports são modalidade oficial das Olimpíadas de 2024! As Olimpíadas 2024 serão em Paris, ocorrendo entre 2 a 18 de agosto, além das paraolimpíadas que ocorrerão de 4 a 15 de setembro. E para os jogos eletrônicos, parece ser garantido um campeonato de Fortnite!

As Olimpíadas haviam notado todas as estatísticas do mundo gamer: além de muito lucro, garantia de muitos telespectadores novos. Afinal, Worlds 2020, o Mundial de League of Legends, teve uma audiência de 46 milhões de espectadores conforme a outline.com.

A atividade está cada vez mais profissionalizada, com grandes premiações. Além disso tudo, atrai muitos fãs que gostam de estratégias e de aprenderem coisas novas, incluindo idiomas diferentes.

Inclusive, a reportagem Olimpíadas 2024: Intel quer eSports em próximos ciclos olímpicos comenta quais jogos eletrônicos estarão nas Olimpíadas 2024, tendo então um foco em campeonatos de Rocket League e Street Fighter 5. Além disso, estarão de fora das Olimpíadas os jogos Free FireOverwatchLeague of Legends e Counter Strike. Conforme a reportagem, consideram que os jogos que simulam violência e a morte humanos não são compatíveis com os valores olímpicos. Sei que os fãs dessas franquias ficarão chateados, mas ao menos temos um bom começo! Até pouco tempo, nerds e gamers eram vistos como esquisitos!

Por sinal, não posso deixar de incluir que embora tenha tido todas as polêmicas, o comitê das Olimpíadas se mostrou favorável à inclusão de jogos eletrônicos que simulem atividades esportivas. Tanto que foi criada Olympic Virtual Series, o primeiro evento com licença olímpica voltado a esse tipo de esporte. Nisso, incluíram cinco modalidades: beisebol, ciclismo, remo, vela e esportes motorizados.

A trajetória das mulheres nos esports

Também no final de 2021, eu trouxe a reportagem A trajetória das mulheres nos esports. Eu mesma sou uma mulher gamer, e há momentos em que parece até ser um tabu quando falamos de mulheres no universo dos jogos eletrônicos. É irônico, pois em qualquer estatística que pesquisamos mostra que o público feminino é maioria nesse universo. Inclusive, o portal Terra mostra que temos no público gamer 53% de mulheres, e isso é dado da Pesquisa Game Brasil (PGB) divulgada em junho de 2020 (acesse a referência aqui).

Não é um tópico que me aprofundarei muito, mas quis trazer uma breve discussão para notarmos a quantidade de referências existentes sobre a temática. Uma problemática que existiu é que as mulheres nos jogos eram praticamente invisíveis. Atualmente, o universo dos games está melhorando para as mulheres. Inclusive, há listas diversas de streamers que você pode acompanhar: uma lista é 20 streamers mulheres para acompanhar e assistir em lives, feita pela globo.com. Listas assim foram criadas para ajudar a visibilidade das mulheres streamers e diminuir o preconceito.

Para ler completo sobre a temática: A trajetória das mulheres nos esports! Também deixo aqui uma reportagem de 2022: Preconceito: como os estrangeiros veem o sucesso do Brasil nos eSports?

Agora, não é mais um esporte?

Em reportagem de 2018 sobre o assunto, o Nexo Jornal trouxe como tema os conflitos entre as diferentes organizações que dizem representar os interesses dos esportes eletrônicos no país. É uma reportagem interessante de conferirmos, mas considerando que é de 2018, já dá para imaginar que teve muito mais novidade depois disso, não é mesmo?

O que me fez decidir trazer essa discussão hoje? O fato que temos essa discussão atualmente até mesmo pelo LinkedIn, uma plataforma de mídia social focada em negócios e emprego. Achei isso bem interessante de ser discutido novamente. Dê uma olhada em um comentário vindo da usuária Fernanda Domingues:

Hoje eu li uma reportagem muito interessante que mostra como os governos estão se posicionando com relação aos esportes eletrônicos. O governo da Carolina do Norte abriu um fundo de subsídios de esports de U$ 5 milhões em novembro de 2021. Enquanto isso, o presidente francês Emmanuel Macron anunciou que Paris sediará um grande “Counter-Strike” em Paris este ano. E o Parlamento da UE aprovou recentemente uma resolução para apoiar e financiar jogos esports. E na contramão estão o Brasil, onde a ministra do Esporte Ana Moser que não reconhece a importância do esport. O governo indiano, que proibiu jogos como “Free Fire” e “Battlegrounds Mobile”. E embora o ministro da cultura do Reino Unido, Alex Davies-Jones, tenha falado em apoio à indústria de esports do país, o atual governo conservador nunca reconheceu a presença de esports.

Fernanda Domingues | LinkedIn

A grande discussão começou há, aproximadamente, 3 semanas. Conforme uma reportagem via eSports | ge (globo.com), a Ministra Ana Moser diz que esports não são esportes e não quer investimentos na área. Ela cedeu uma entrevista para a UOL, onde disse sua opinião completa:

A meu ver, o esporte eletrônico é uma indústria de entretenimento, não é esporte. Então, você se diverte jogando videogame, você se divertiu. “Ah, mas o pessoal treina para fazer”. Treina, assim como o artista. Eu falei esses dias, assim como a Ivete Sangalo também treina para dar show e ela não é atleta da música. Ela é simplesmente uma artista que trabalha com entretenimento. O jogo eletrônico não é imprevisível. Ele é desenhado por uma programação digital, cibernética. É uma programação, ela é fechada, ela não é aberta, como o esporte.

Ana Moser em entrevista ao UOL

O Ministério do Esporte não vai investir em esports, disse ela, lembrando que a ONG “Atletas pelo Brasil” trabalhou para que a Lei Geral do Esporte, cuja proposta tramita no Senado, não fuja do conceito de esporte tão amplo que incluiria esports.

A questão do esporte eletrônico a nível federal ainda não é uma realidade. Não tenho essa intenção [de investir nisso]. No meu entendimento, não é esporte. A gente lutou, no ano passado, eu na minha vida pregressa, a frente da Atletas pelo Brasil, a gente fez uma ação muito forte junto ao Legislativo para o texto da Lei Geral [do esporte] não ser aberto o suficiente para poder ter o encaixe dos esportes eletrônicos. O texto está lá protegendo o esporte raiz. Na definição de esporte, tinha sido dado uma abertura que poderia incluir esporte eletrônico, e a gente fechou essa definição para não correr esse risco. Lógico, risco sempre acontece, e é um trabalho constante.

Ana Moser em entrevista ao UOL

Inclusive, esteve no Senado o Projeto de Lei n° 383/2017, que dispõe sobre a regulamentação da prática esportiva eletrônica. O resultado foi apurado agora em 2023. O resultado foi para que não houvesse essa regulamentação, com 43.621 votos não favoráveis contra 6.589 votos favoráveis.

COI descarta jogos eletrônicos “tradicionais” em Olimpíadas

Novamente conforme uma reportagem via eSports | ge (globo.com), em março de 2022 COI descarta jogos eletrônicos “tradicionais” em Olimpíadas. Com a entrada do skate, escalada e do surfe nos últimos jogos olimpicos e a chegada do Breaking para Paris 2024, o COI (Comitê Internacional Olímpico) se antecipou sobre os esportes eletrônicos, entretanto está sem data definida e sem os “tradicionais” jogos.

Em conclusão: Podemos ou não considerar esports como uma modalidade esportiva?

Em conclusão, a resposta dessa pergunta atualmente parece ser “eu acho que sim” ou “eu acho que não”. Afinal de contas, há bons argumentos de ambos os lados. Quem considera uma modalidade esportiva, acredita que os gamers se esforçam muito diariamente para se profissionalizar nisso, além de também envolver bastante dinheiro em campeonatos de jogos eletrônicos. Quem não acredita nisso, tem todo o embasamento da área da Educação Física. Confira só um argumento interessante:

Afinal, os gamers ficam sentados em uma cadeira comandando o que acontece na tela por meio de teclado, mouse e joystick.
Enquanto isso, em modalidades esportivas tradicionais, atletas movem seus corpos ativamente, e não de forma indireta, para chegar aos objetivos propostos.
Por outro lado, é fato que quem quer se tornar um eAtleta profissional precisa de muito treinamento, disciplina e dedicação, assim como qualquer pessoa que deseja praticar um esporte em alto nível.
Nos eSports, se utiliza mais a mente do que o corpo, sim. Mas isso não significa que não é preciso cuidar dele.
Pelo contrário: equipes profissionais de esportes eletrônicos incluem treinamentos físicos na preparação de seus atletas.
A verdade é que o debate não é tão importante assim. Gostando ou não, os eSports representam um mercado em franca expansão.

eSports (Esportes Eletrônicos): O que é, História e Games – FIA

E ainda na mesma reportagem, trazem a questão financeira e estatística junto:

O grupo Goldman Sachs projeta receitas de quase US$ 3 bilhões na modalidade em 2022, prevendo que os esportes eletrônicos alcançarão uma audiência similar à que a NFL (liga nacional de futebol americano) tem hoje.
De imediato, podemos associar tais números a inúmeras oportunidades para marcas esportivas tradicionais.

eSports (Esportes Eletrônicos): O que é, História e Games – FIA

Para ler a reportagem completa: eSports (Esportes Eletrônicos): O que é, História e Games – FIA

E você? O que acha de toda essa discussão? Você acredita que os esportes eletrônicos (ou simplesmente esports) são de fato uma modalidade esportiva?

Come to the Dark Side. We have coffee with cookies! ☕ Sou Arqueóloga e estudante de História, com atuação como Educadora Patrimonial, onde busco preservar e compartilhar o valor do nosso patrimônio cultural. Além disso, sou redatora em sites voltados para conteúdo nerd, Geek e cultura pop, sempre explorando o universo da cultura geek com entusiasmo. Sou apaixonada por jogos de Hack & Slash, com destaque especial para a série Devil May Cry, que alimenta minha paixão pelo gênero. Nas horas vagas, também me dedico à escrita, onde expresso minha criatividade e amor pela narrativa.

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