13 Reasons Why – Resenha da segunda temporada da série original Netflix
Título Original: 13 Reasons Why (Season Two) |
Ano: 2018 |
Criação: Brian Yorker | Nº de Episódios: 13 |
Avaliação: ★★★★★ (Excelente) |
13 Reasons Why foi, sem dúvidas, a série da Netflix que mais gerou debate no ano passado e, não à toa, uma das mais assistidas na plataforma em 2017. Abordando o impacto do bullying sobre os jovens e temas como estupro, suicídio e depressão, o seriado dividiu opiniões: enquanto muitos entenderam como uma grande iniciativa no sentido de elucidar estas questões, outros condenaram a explicitude de cenas, alegando que estas não somente chocariam, mas incentivariam as práticas apresentadas.
Independente das diferentes análises, a série fez um enorme sucesso e a Netflix logo confirmou a segunda temporada, que suscitou muitas dúvidas quanto aos caminhos que a trama tomaria, uma vez que a personagem central já tinha, em tese, sua estória “resolvida” na primeira temporada. No entanto, a sequência, ao contrário do que muitas vezes se espera, surpreende e muito positivamente.
A segunda temporada de 13 Reasons Why apresenta as consequências do suicídio de Hannah (Katherine Langford), girando em torno do julgamento promovido por meio do processo movido pela família Baker contra a Liberty High School. Os episódios apresentam o ponto de vista de cada um dos envolvidos no julgamento, trazendo mais informações sobre seu envolvimento com a garota e mesmo detalhes importantes do passado destas pessoas.
Mais do que isso, todos os personagens, sem exceção, são incrivelmente aprofundados e tem suas cicatrizes escancaradas, mostrando como o “buraco é mais embaixo” por trás da omissão da escola e da vulnerabilidade ou covardia de cada um dos envolvidos. O fato da trama não girar sob a perspectiva de um personagem central dá maior riqueza à estória, explorando diversas possibilidades por meio de seus diversos participantes.
Além de Clay (Dylan Minnette), também ganham maior destaque Tyler (Devin Druid), Jess (Alisha Boe), Olivia Baker (Kate Walsh) e Bryce Walker (Justin Prentice) – este último figura central no processo que corre nos tribunais. Há uma grande jornada de culpa, amizade, amor, ressentimento e redenção em meio à tantas vidas quebradas.
13 Reasons Why consegue apelar novamente às nossas emoções mais sensíveis, mas desta vez de uma maneira mais madura, o que pode ser sentido tanto no roteiro quanto nas interpretações. Os episódios são, muitas vezes, angustiantes (no sentido de gerar aflição e também de nos fazer ansiar pelo que vem a seguir) e ao mesmo tempo tocantes, recheados de surpresas, com acontecimentos bem menos óbvios – algo que costumava acontecer na temporada anterior.
O elenco está incrível, deixando seus personagens extramente sensíveis e palpáveis, fazendo com que o espectador possa ir do asco à compaixão em poucos minutos. A carga emocional é fortemente sentida pelos atores, e esta sensação é transmitida a quem os acompanha. Seja nas cenas mais perturbadoras, ou em momentos de redenção, a atuação dá todo tom necessário, acompanhada de uma trilha sonora fantástica (ouça no Spotify). Há também caras novas, sendo algumas bastante interessantes e que acrescentam à trama.
Mantendo sua fama polêmica, a segunda temporada de 13 Reasons Why conta novamente com cenas de violência física e psicológica explícitas, o que certamente causará incômodo em muita gente. Entretanto, estas cenas não são gratuitas ou desnecessárias à série, pelo contrário, e assim como na temporada passada, há um aviso antes dos episódios que contam com estes momentos.
13 Reasons Why segue tocando em muitas feridas, mostrando um sistema fálico de educação e justiça que está longe de ser exclusividade nos Estados Unidos. Suscita novamente temas delicados e abre canais importantes de diálogo. E, como produto de entretenimento, se mostra mais consistente, possuindo todos os elementos que caracterizam uma boa série.
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