La Casa de Papel 4 – Resenha da quarta parte da série original Netflix
Título Original: La Casa de Papel |
Ano: 2020 |
Criação: Álex Pina | Nº de Episódios: 08 |
Após meses que mais pareceram anos, La Casa de Papel 4 finalmente estreou na Netflix e matou a curiosidade de incontáveis expectadores que, como este que vos fala, quase empacotaram com o gancho final deixado pela parte 3.
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Reservado o período, a estória reestreou com toda pompa necessária e merecida, e dá continuidade à nova trama iniciada na temporada anterior não apenas mantendo a boa narrativa construída, mas muito mais sufocante e frenética.
Atenção: O texto abaixo contém spoilers das temporadas passadas de La Casa de Papel
A trama se inicia após o ataque orquestrado por Alicia Serra (Najwa Nimri), que culminou em Nairobi (Alba Flores) gravemente ferida, ficando entre a vida e a morte. Em um esforço insano e pouco provável, seus companheiros lutam para operá-la dentro do Banco Central.
O evento desencadeia uma série de atritos entre os membros do bando, que, já exaustos física e mentalmente, expõem suas vulnerabilidades e mágoas uns com os outros. Enquanto isso, o Professor (Álvaro Morte) e a Força Tarefa Policial travam uma guerra fria, destilando novos movimentos em meio a uma suposta trégua, enquanto se preparam para suas respectivas cartadas finais.
Personagens se sobressaem à trama
Não é nenhum segredo que as partes 3 e 4 de La Casa de Papel, a rigor, repetem a fórmula das partes 1 e 2 em sua essência, apenas dando uma nova roupagem à estória. Isso não é, de nenhum modo, um demérito, mas o efeito de surpresa se torna menos presente e isso acaba ficando evidente nessa quarta parte da série.
Por outro lado, embora as situações se tornem repetitivas, a série ganha muita força com seus personagens – tanto os mais antigos como os mais recentes. La Casa de Papel 4 mergulha ainda mais a fundo em todos eles; não é exagero dizer que estamos íntimos de Tokio, Nairobi, Helsinki, Rio, Denver, Bogotá, Estocolmo, Palermo, Marselha, Lisboa e, claro, o Professor.
E, recorrendo a isso, o roteiro consegue atrelar muito bem às emoções do expectador a cada fato novo ligado aos personagens, ainda que a maior parte deles seja previsível. Com diálogos marcantes, despedidas e reencontros, estes personagens – e as excelentes atuações por detrás delas – sem dúvidas são hoje a grande marca deixada pela série.
Ação, muita ação
Se há um fator novo em La Casa de Papel 4 é o crescimento assíduo de ação em praticamente todos os episódios. Uma vez que a maior parte dos desdobramentos de planejamento e “explicativos” já foram devidamente pontuados na parte anterior, agora temos uma sequência de embates que, muitas vezes, beiram mesmo à guerra.
E, nesse quesito, surge um dos principais destaques da temporada: o chefe de segurança, Cesar Gandía (José Manuel Poga), que certamente já figura entre um dos melhores e mais odiados vilões da Netflix. Um antagonista à altura, que traz uma dinâmica até então pouco explorada na série, criando uma verdadeira perseguição gato-e-rato de tirar o fôlego. Certamente um dos grandes acertos da quarta parte.
E claro, a trilha sonora
Precisamos mais uma vez exaltar os responsáveis pela trilha sonora de La Casa de Papel. Embora conte com todos os melhores requisitos quando falamos em termos de produção – fotografia, direção, figurino, etc. – é muito claro que há uma dedicação fantástica ao fundo musical e o quanto ele dita o ritmo dos momentos chave da trama.
Nem só de Bella Ciao vive La Casa de Papel. Misturando canções que vão do bolero, jazz ao eletrônico, hip hop e temas marcantes do cenário europeu, temos uma soundtrack com músicas marcantes como Ti amo, de Umberto Tozzi, e All You Need To Know, de Howe Gelb, entre muitas outras.
Mas, se falamos de Bella Ciao, fica o destaque para a intimista versão interpretada por Najwa Nimri (Alicia), uma das mais marcantes releituras da música até aqui. Você pode conferir a soundtrack nessa playlist do Spotify.
Teremos La Casa de Papel parte 5?
Se você já concluiu La Casa de Papel 4, há de concordar que tudo indica que sim. Ao contrário das partes 1 e 2, que pareciam ter uma estória fechada e com uma ideia de término bem clara, há uma grande possibilidade que a trama em torno do assalto ao Banco Central da Espanha se estenda até a mais de uma parte, visto que há uma série de pontos ainda a serem concluídos.
Por ora, ficamos com a excelente trama que temos até aqui e aguardaremos, ansiosamente, o desfecho dessa saga que conquista cada vez mais fãs mundo afora.
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