Sex Education (Netflix) – Resenha

Sex Education – Resenha da série original Netflix

A nova comédia romântica da Netflix, Sex Education, criada por Laurie Nunn tem como enredo principal a relação entre jovens de um colégio inglês e suas narrativas em torno (especialmente) de suas experiências sexuais e identitárias.

Otis (Asa Butterfield) é um adolescente quase antissocial que vive com sua mãe, Jean (Gillian Anderson), uma terapeuta sexual. Junto ao seu melhor amigo, Eric (Ncuti Gatwa), vive as diversas situações de ser a “minoria social” de um universo colegial. Enquanto Otis é o perfil do nerd quieto e introvertido, Eric é a figura do negro e homossexual. Lidando com as adversidades escolares, os dois contornam as situações com o grande laço de amizade que possuem.

Estando agora no ensino médio, a libido começa a ter evidência. Os jovens começam a ver isso com maior frequência, mas possuem seus receios de serem inexperientes sexualmente (virgens). Enquanto Eric ainda consegue se masturbar, Otis possui o problema de não conseguir tal feito.  Em meio a esses conflitos, Otis e Eric têm o encargo de lidarem com Adam (Connor Swindells) o valentão e filho do diretor do colégio. Logo depois de dar alguns conselhos ao badboy (seguindo experiências cotidianas com sua mãe), Otis conhece Maeve (Emma Mackey) uma jovem rebelde que se interessa pelos conhecimentos do jovem e junto a ele criam uma “clínica” para aconselhar outros alunos do colégio em troca de dinheiro.

Muito mais que comédias escrachadas como American Pie, que falam de humor e sexo exacerbado, Sex Education aborda assuntos mais profundos como a própria educação sexual e a imersão das relações entre os adolescentes com toques cômicos presentes nessas próprias situações. A série trata de forma muito nativa todos os dilemas presentes nesta geração atual, sem parecer gastar ou exagerar no tom daquele assunto.

Alguns dos temas tratos em Sex Education são ansiedade, transtornos psicológicos, a homossexualidade, adoção, sextexting, nudes, o amor romântico e o amor por prazer e também sobre o aborto, questões como essas que são tratadas com muita polêmica aqui no Brasil e outros por ser tido como um simples “momento de geração”.

Os personagens e a maneira com que suas características psicológicas são retratadas na série são trabalhados muito bem. Grandes exemplos disso são os personagens principais. Otis é um garoto que cresceu com os pais separados e lida com reflexos disso diariamente, além do fato de ter uma mãe superprotetora e também terapeuta sexual, lhe dando bagagem para entender comportamentos sexuais das pessoas (mesmo ainda sendo virgem). Eric é outro personagem que carrega uma dramaticidade e relação forte com sua família. Filho de pais imigrantes e cristãos, o jovem tenta ocultar ao máximo sua orientação sexual e expressão de gênero dentro de sua própria casa.

Além disso, Sex Education conta com Maeve, que possui uma família complicada. Pai que abandona os filhos, uma mãe com problemas com droga e presa e também um irmão que sempre some. A garota vive com todos esses dilemas sozinha, morando em um trailer alugado. Todos esses temas são abordados com uma devida preocupação de explicar e inserir quem assiste no debate.

Os demais personagens também com suas particularidades são exibidos de maneira natural, sem forçar a barra. Os episódios contam com toques de humor também sem exageros. A trilha sonora de Sex Education ajuda a amarrar muito bem as cenas, dando o tom de tudo o que passa. Contando com cerca de 45 a 52 minutos, cada episódios passa uma ideia de fechamento de pequenas histórias. A série também termina de uma forma que deixa suspenses de uma nova temporada.

Sex Education vale o tempo disponível para se envolver nessa comédia romântica. Para acompanhar outras resenhas de séries do Meta Galáxia, clique aqui.

https://www.youtube.com/watch?v=o308rJlWKUc

Análise Crítica

Autor

Kelvin Alves

Data

2019-01-31

Título Original

Sex Education

Nota do Autor

5