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Vale a Pena Assistir The Middle – Uma Família Perdida no Meio do nada?

Ah, o sonho americano. O país das oportunidades, das maiores empresas do mundo. Maior potência militar e econômica. Sonho de consumo para muitos países subdesenvolvidos ao redor do mundo e talvez seja o seu também. Porém, a realidade nem sempre é aquela que vemos nos filmes e séries, não para a maioria das pessoas, pelo menos. The Middle, ainda que não seja o maior sucesso do mundo, é uma longa e eficiente série de comédia da ABC que, mostra um pouco mais de uma família americana comum – bem comum.

Com 9 temporadas e mais de 200 episódios, você pode estar em dúvidas se vale a pena ou não adentrar no cotidiano louco e difícil dos Hecks. Pois bem, estamos aqui para ajudá-lo nessa decisão. Apresentarei todos os protagonistas e falerei um pouco sobre como é a série e o que esperar ao assisti-la. Ah, teremos um pequeno spoiler aqui e ali, mas como se trata de um sitcom, são poucas as coisas relevantes que eu poderia contar e, claro, as que assim forem, eu evitarei.

Um Pequeno Resumo de The Middle

O seriado da ABC é protagonizado por Patricia Heaton, que interpreta Frankie e conta o dia a dia da família Heck, composta pelo marido e seus três filhos. Acompanhamos, a partir daí, o cotidiano de Frankie tentando manter tudo nos trilhos. Com um marido sério e despreocupado, e com três filhos extremamente dependentes da mãe, além das dificuldades fianceiras, vemos muitas histórias e o crescimento dos Heck – tanto fisicamente, quanto pessoalmente.

A série se passa em Orson, uma pequena cidade dos EUA. Fugindo das histórias nas cidades grandes, vemos poucas histórias grandiosas. Como eu disse anteriormente, vemos o cotidiano de uma pequena família, em uma pequena cidade. O diferencial da série, para quem está acostumado com outras sitcons mais famoso, é a questão financeira. Os heck são uma família bem pobre, com ambos os pais trabalhando, uma casa caindo aos pedaços e tendo que mandar filhos para a faculdade. O que, muitas vezes, pode aproximar o telespectador dos personagens. Dependendo da sua idade e papel na família, você pode se identificar com qualquer um dos cinco.

A Família Heck

Falando nos Heck, vamos conhecer cada um deles e suas peculiaridades.

Frankie Heck

Frankie é a protagonista da série, além da narradora. Ela é uma mãe que faz tudo pela família, mas não se precipite, ela tem seus defeitos como mãe e pessoa. Sempre cansada, Frankie é o pilar da família e faz sempre o mínimo para manter sua família unida e feliz – mas faz. O humor em cima da personagem está exatamente em como ela tenta ser a típica mãe e dona de casa, mas falha nisso. As vezes por causa de sua personalidade, as vezes pelo fato dos outros membros da família não facilitarem. Apaixonada pelo filho mais velho, Axl, Frankie tem uma conexão com sua única filha, Sue e de vez em quando lembra do caçula, Brick.

Uma coisa que chama a atenção é que a personagem é esforçada, mas encontra limitações em diversos momentos. Sejam as financeiras, sejam as emocionais Conseguimos nos identificar com Frankie e entender diversas de suas frustrações como mãe e também pessoais. A todo momento a personagem transita entre a vítima dos problemas da família e a responsável por parte deles e essa é uma jornada interessante de se acompanhar.

Mike Heck

Pai, Marido e trabalhador. Sério, amante de esportes, não gosta de socializar e expressar seus sentimentos. Sim, Mike Heck é só um homem, um daqueles que nos acostumamos em obras num geral. Mike se sente, na maior parte do tempo, responsável pela família, mas assim como sua esposa, ele acaba sendo responsável por diversos problemas dela. Um homem distante emocionalmente, ele acaba entendendo por diversos vezes como agir com seus filhos e socialmente, mas sem jamais perder sua personalidade.

Longe de ser um pai ou marido perfeito – ninguém nessa série se aproxima disso -, Mike se esforça, ainda que por diversos momentos precise lutar contra seu instinto conservador de homem e pai de família que lida com o dinheiro, conserta a casa e senta no sofá para beber cerveja e assistir aos jogos. Acompanhamos não só sua evolução, como o choque que isso causa com a nova geração através de Axl que, se torna um homem ao longa das nove temporadas, mas daqueles bem diferente do pai.

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Axl Heck

Sabe aquele tipico adolescente babaca de filme americano que se acha o máximo, é popular e faz parte do time da escola? Sim, este é Axl Heck. Bom, você já deve saber tudo que precisa sobre o personagem, inclusive seu senso de humor e a forma como ele é utiizado para piadas. De início, é o personagem menos interessante da obra, soando até um pouco deslocado exatamente pelo seu clichê. Porém, sua falta de maturidade e a já mencionada conturbada relação com seu pai devido ao choque de gerações é responsável por algumas boas histórias para a série.

Totalmente irresponsável, porco e burro, Axl tem pouco a contribuir, mas humoristicamente entrega bons momentos e sua relação nascisita com sua mãe é o resto da família é a maior constante da série. Até mesmo por ser aquele que mais precisa evoluir, acompanhar sua mudança, suas duvidas como jovem e a frustrante realidade que muitos adolescentes dos EUA encontram ao sairem do ensino médio é bastante satisfatório.

Sue Heck

Filha do meio, Sue Sue Heck é a única filha do casal Heck. The Middle quase teve um Spin Off e seria de Sue. Com isso, você imagina que a personagem seja popular, não é? Pois bem, Sue é absurdamente persistente, otimista e… inocente. Porém, isso a torna única e uma respiro para a série em diversos momentos, com suas histórias, ainda que às vezes repetitivas, sempre dando um ar. Além de engraçados, seus momentos podem nos ensinar muito e até mesmo motivar.

É claro que, no mundo real, ninguém vive de otimismo e pessoas inocentes acabam engolidas. Ver sue amadurecer e tentar se adaptar a um mundo que nem sempre é justo, enquanto tenta não perder sua personalidade, acaba sendo o maior atrativo da série. A personagem não é perfeita e seu otimismo, ou inocência, muitas vezes se torna em falta de noção da realidade. Mas isso é melhor de se acompanhar do que de se ler.

Brick Heck

Por último (pra variar) e menos importante, temos Brick Heck, o caçula. Brick é diferente. Já assistiu TBBT? Lembra de Sheldon Cooper? Brick é peculiar nesse nível. Temos uma criança inicialmente com sete anos, mas que termina a série com dezesseis. Ele susurra palavras, é o caçula esquecido e por não ser igual a nenhum outro membro da família acaba não sendo entendido na maior parte do tempo. Boa parte das piadas envolvendo o personagem se resumem a suas estranhezas e ao fato de ser o caçula ignorado.

Naturalmente, assistimos Brick creser e amadurecer (ou não), assim como Sue e Axl. Notamos as peculiaridades que sua personalidade traz na relação com cada membro da família, assim como os conflitos que isso traz. Brick é facilmente o persongem mais chamativo no início da série, mas ao se tornar comum com o passar dos episódios, fica menos interessante e é o ponto baixo das temporadas finais que aproveitam pouco o personagem.

Outros Personagens

É claro que nem só dos protagonistas sobrevive The Middle. Temos no elenco de suporte personagens bem interessantes e com funções obvias. O mais legal é que a maioria deles permanece até o final da série, o que nos dá uma sensação de proximidade e familiaridade enorme com eles, mesmo com pouco tempo de tela. Os principais provavelmente são os Donahue, a família perfeita e o meio oposto dos Heck. Por outro lado, temos os Glossner, a família mais pobre do barrio, os trombadinhas e perigosos. Na verdade, ele são os apostos dos Donahue, deixando, na qualidade de convivência familiar, os Heck no “meio”, entre estes dois opostos.

Temos também alguns bons personagens de apoio como Brad, o primeiro namorado de Sue; os melhores amigos de Axl, Sean e Darrim; e o irmão de Mike, Rusty. Além dos pais do casal principal, temos muitos namoradas e namoradas do trio de filhos que vão conhecendo pessoas ao longo das temporadas.

Uma Pequena Análise de The Middle

Bom, agora que você já sabe como funciona e sobre o que é a série, além de seus personagens, que tal ler um pouco sobre minha opinião sobre o seriado? Caso não queira, recomendo ir assistir a série e tirar suas próprias conclusões e depois voltar aqui para ver se concordamos. Mas, caso ainda esteja indeciso, faremos uma pequena resenha de The Middle.

Fórmula simples, eficiente e segura!

The Middle não é genial, também não é ruim. Entenda como trocadilho ou não, mas é mediana para boa. É uma série longa, são nove temporadas e ao final, ficamos com a impressão de que não haviam mais histórias para serem contadas. Isso ocorre pelo maior problema da série, que são as infinitas soluções convenientes para os problemas apresentados nos episódios, que mantém o status quo da série e de seus personagens. Não há evolução, não há problemas de verdade.

Tal situação atrapalha o roteiro que em diversos momentos apresenta um potencial enorme para o drama, mas evita ao máximo aproveitar estes momentos. Há encerramentos de episódios em que você pode se emocionar, mas não é esse drama a que me refiro. Essa manutenção do elenco e dos elementos do seriado fazem com que ele fique repetitivo em alguns momentos, tanto em piadas, quanto em soluções.

Falta drama, mas é uma série de comédia

Mas, tirando esse pequeno problema que poderia elevar The Middle a outro patamar, no resto a série é muito eficiente. Temos uma boa variedade de personagens e situações na maior parte do tempo. Aquele cuidado para que a continuidade da série seja boa, algo que muitas vezes não vemos nesse tipo de programa, nos aproxima mais ainda da família e nos faz quase sentir que moramos com os Hecks e sabemos cada problema que eles têm, assim como nossa casa e nossa família.

Essa sensação de comodidade, de mediocridade (no sentido literal da palavra), faz com que nos aproximemos do programa. Como mencionei anteriormente, é fácil se identificar com alguns dos personagens e situações que eles vivem. A maneira como são expostos alguns dos problemas do cotidiano americano, a forma como as pessoas da família reagem, são todas bem feitas.

A comunidade, mostrando todos os tipos de família, de pessoas e, de forme bem-humorada, também vemos a hipocrisia, a inveja e a injustiça em tela. O roteiro, inclusive, de forma bem madura, consegue trabalhar, ao utilizar os Glossner e os Danhue, essas sensações e sentimentos em seus protagonistas e telespectadores. Por fim, um grande problemas de séries de comédias, mas que não temos aqui: o final da série é agradável e não nos faz nos arrependermos da jornada!

Vale a Pena Assistir The Middle?

Bom, cada um tem uma resposta. Mas se você quer uma série divertida, íntima e que dá pra dar umas boas risadas e se emocionar às vezes, sim, vale a pena. Não encontrará perfeição, não encontrará grandes reviravoltas dramaticas e, assim como eu, pode até se decepcionar com o potencial mal aproveitado de algumas. Contudo, The Middle é genial naquilo que se propõe, é uma série regular, bem escrita e que se limita, mas nem sempre isso é ruim. Vale a pena sim, seja para assistir enquanto almoça/janta, seja para passar o tempo com a família.

E onde assisto? A série está disponível na HBO Max, com nove temporadas e 215 episódios!

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