Negan.
Sem sombra de dúvidas, o vilão mais famigerado da HQ de The Walking Dead e magistralmente interpretado por Jeffrey Dean Morgan na série é quem carrega a temporada nas costas.
A season 7 de TWD segue um padrão que vem se repetindo nas temporadas anteriores: um episódio de abertura de tirar o fôlego, seguido de uma montanha-russa de episódios fracos e bons e, por fim, um season finale que ainda nos faz ficar curiosos pela continuidade da história de Rick e cia.
Talvez um dos maiores problemas tenha sido, justamente, a enorme expectativa gerada pelo episódio de abertura: Negan mostra toda sua crueldade e detona, sem pestanejar, dois dos personagens mais importantes da série: Abraham e Glenn – este último presente desde o início da trama, braço-direito de Rick e um dos mais adorados pelos fãs da produção. A morte de Glenn se tornou o assunto mais comentado do mundo no Twitter durante a noite de exibição do episódio.
O que se viu, na sequência, foram episódios que tentaram mostrar a rotina do grupo de Negan e a submissão de Alexandria e as outras comunidades, como Hilltop e O Reino, mas de forma pouco empolgante. Houve também um excesso de novos personagens, em sua maioria pouco carismáticos e que receberam demasiada atenção. Alguns poucos se destacaram, como o Rei Ezequiel e seu tigre. Talvez tenha faltado uma carga dramática maior, especialmente dado o desfecho do primeiro episódio, com a morte de dois personagens vitais.
Outro problema é a sucessão de erros cometida incansavelmente pelos personagens. Sacrifícios desnecessários, tentativas de aliança mal-sucedidas e a “baixa de guarda” da turma de Rick se repetiram, assim como na temporada passada.
Houve também pontos positivos, claro. Negan é um vilão extremamente convincente – a ponto de causar tensão no espectador sempre que surge em cena. Sua crueldade e sarcasmo tornam-o, possivelmente, um dos personagens mais interessantes de toda série. Ver Rick, até então convencido de que seu grupo poderia sobreviver a qualquer desafio e de que sua liderança poderia superar qualquer obstáculo que estivesse à frente, se mostrar completamente desesperançoso a ponto de suplicar diante do novo inimigo é uma das cenas mais impactantes de toda a trama.
Alguns personagens tiveram maior amadurecimento, como Carl, Morgan e Sasha; e outros tiveram suas fraquezas expostas, como Daryl e Carol. Foi justamente a exploração do sofrimento dos sobreviventes do grupo principal – leia-se o grupo de Rick – o ponto que deu sobrevida à maior parte dos episódios.
O season finale fez jus à série, deixando gatilhos para que uma verdadeira guerra aberta tenha início entre a aliança formada por Rick e o império de Negan. Se os próximos episódios seguirem a tensão deixada pelo fim da temporada e a reunião entre os principais membros do grupo principal de sobreviventes receber o devido destaque, The Walking Dead deve voltar em grande estilo no próximo semestre.