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WandaVision (Disney+) – Resenha

Série não só conta a origem de Wanda, mas é marco no MCU para a ampliação de seu rico universo

Título Original: WandaVision
Ano: 2021
Criação: Jac Schaeffer | Nº de Episódios: 09

Inteligentemente distribuída de forma semanal, WandaVision certamente foi a série de maior repercussão no primeiro semestre de 2021 entre todas as plataformas de streaming. E entre muito mais erros que acertos, se mostrou um excelente cartão de entrada da Marvel para as séries que farão parte da fase 4 do MCU – e que terão igual ou maior importância que as obras que irão às telonas.

Como mencionamos em nossas primeiras impressões a cerca dos três primeiros episódios, todas as pequenas pontas soltas pareceram se encaixar ao longo dos episódios seguintes – nove muito bem calculados, que deixaram o espectador preso às pequenas revelações e pistas em cada episódio, com desdobramentos mais profundos conforme a história avançava.

Atenção: o texto a seguir possui spoilers

WandaVision, após seus nove episódios, conclui ao espectador não somente mostrar o que ocorreu a Wanda após a Guerra Infinita e a morte de Visão, mas sobretudo, uma série sobre a origem da personagem, uma das mais aclamadas da Marvel e também das mais poderosas entre todo seu panteão. E nesta série Wanda, enfim, ganha os holofotes que lhe são merecidos.

A série se baseia em um dos maiores dons derivados do poder da personagem: a capacidade de criar uma realidade paralela, mas consistente e real. Este mundo se alterna de acordo com seus desejos, angústias, anseios e lembranças, distorcendo momentos, acelerando anos e retraçando a personalidade de indivíduos. Mas sendo, ainda, capaz de criar vida.

A grande sitcom da vida de Wanda – que a cada episódio traz referências de shows televisivos aos quais a personagem é fã desde criança – justifica a realidade moldada, em uma sacada genial e sem precedentes da Marvel Studios, conseguindo criar um elo único entre experiência do espectador e a experiência vivida pelos seus próprios personagens dentro do seriado.

Wanda, por fim, descobre ser a Feiticeira Escarlate, e ao abraçar tal identidade, marca o início definitivo da nova era dos heróis Marvel no cinema e televisão, gerando uma série possibilidades para os diversos arcos que podem (e devem) ser adaptados pela companhia nos próximos anos.

Uma aula de storytelling

A ideia de usar cada episódio como uma grande referência de sitcoms de diferentes décadas, exibindo isso aos espectadores enquanto o mesmo se passava dentro da série, como parte do mundo idealizado por Wanda, foi uma maneira um tanto inusitada e assertiva por parte da Marvel para manter o mistério a respeito do desenvolvimento do arco da protagonista e sobre a revelação de seus poderes. Um excelente plot twist que, embora por volta do quarto episódio já parecesse visível, não deixou de ser agradavelmente surpreendente.

A trama não deixou de girar em torno de Wanda enquanto conseguiu fazer duas coisas que muito enriqueceram a série: nos aproximar mais de Visão que, embora já tivesse tido sua origem muito bem apresentada nos filmes, recebeu aqui uma humanização fantástica e super bem contextualizada, tornando a relação com Wanda muito mais crível e carismática.

E sem dúvida, outro destaque é a origem de Monica Rambeau, a agora heroína Photon, que possui papel fundamental na trama, mas que, sobretudo, conecta-se com o mundo de Capitã Marvel e, consequentemente, ao universo galático (o que também foi feito por meio da apresentação da S.W.O.R.D.).

WandaVision cumpre um papel fundamental não só no desenvolvimento desses três personagens em específico, mas também em conectar (e aprofundar) mais os universos mágicos e espaciais da Marvel, que serão fundamentais para a apresentação do tão esperado Multiverso MCU (o livro Darkhold, por exemplo, sera importantíssimo daqui pra frente). E vale destaque para as atuações de Elizabeth Olsen e Paul Bettany – fantásticos como os protagonistas -, a talentosa Teyonah Parris como Monica (que deve ter papel fundamental no próximo filme da Capitã) e Kathryn Hahn como a vilã Agatha Harkness – uma grata surpresa no seriado.

Expectativas e frustrações (criadas por nós)

Como todas as produções do MCU, WandaVision não faria diferente no sentido de criar diversas teorias nos fãs mais assíduos e, consequentemente, expectativas que, para muitos, não se cumpriram. Parte delas, por exemplo, estaria ligada ao universo de mutantes. Wanda teve a origem de seus poderes explicada, mas não há (ao menos ainda) qualquer ligação com suas raízes mutantes , portanto, zero conexões com o universo de X-Men dentro da Marvel.

A aparição do Pietro interpretado por Evan Peters (que fez o herói nos X-Men da Sony) despertou nos fãs também esta possibilidade de integração com os mutantes e, ainda, um primeiro indicativo mais palpável do multiverso. Mas a revelação sobre o que de fato havia por trás deste personagem no episódio final da série se mostrou frustrante para muitos (quem é Ralph Bohner???).

A não aparição de Mephisto – ao menos não diretamente – foi também alvo de queixas, especialmente por ser um personagem ligado a origem dos filhos de Wanda. Sua ligação com o futuro da personagem e aparições em produções futuras como Doutor Estranho 2, entretanto, ainda são muito prováveis.

Saldo Positivo

Embora tenha abusado um pouco de sua própria fórmula original e tenha criado expectativas maiores do que os fãs gostariam que fossem cumpridas (embora a série em nenhum momento as prometesse cumprir), WandaVision é uma entrada maiúscula da Marvel nas séries originais com seus principais personagens e uma das obras de maior qualidade do MCU até aqui – tanto em termos de roteiro quanto em produção.

É uma série imperdível e que estabelece um sarrafo bastante alto para as próximas produções MCU no Disney+ que estão por vir (e vale sempre lembrar: nunca deixe de ver as cenas pós-credito – até o fim!).

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