Ano: 2019
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Título Original: Beastars | Peridiocidade: Bimestral
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Mangaká: Paru Itagaki | Editora: Panini Comics (Planet Mangá)
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Nº de Páginas: 200 páginas | Preço: R$ 26,90 |
“Um drama humano sobre a juventude em versão animal.
Louis, o cervo-vermelho e líder dos atores do clube de teatro, tem uma grande ambição. Deseja encenar de forma gloriosa a coexistência e prosperidade de herbívoros e carnívoros na próxima apresentação do festival e, assim, conquistar a posição heroica de Beastar.
Enquanto isso, Legoshi odiava a si mesmo por ter manifestado seu instinto de predador na noite em que tinha conhecido a coelhinha Haru… E eles se encontram novamente no terraço da escola! Isso vai levá-lo a uma situação inesperada…!! “
Beastars Volume 2 começa a todo o vapor. Assim como a sinopse acima descreve, o segundo volume dá continuidade direta de onde a edição nº 1 havia terminado. A Pedido de Louis, Legoshi havia ido até o clube de jardinagem para pegar flores que seriam utilizadas na decoração para a grande peça de teatro. Porém ao chegar lá, o jovem lobo cinzento acaba se reencontrando com a coelhinha Haru. Só de olhar para ela, Legoshi sente seu corpo todo estremecer. Devido ao encontro anterior deles, onde o lobo teve que se controlar e segurar seu instinto de predador. Pela primeira vez ele havia sentido a sede de sangue.
Assim como falamos na resenha de Beastars Volume 1, um dos grandes atrativos deste mangá é a habilidade da mangaká Paru Itagaki em transpor os dilemas dos animais e humanos. É impressionante o que ela consegue fazer neste segundo volume de Beastars. É impossível ficar indiferente em diversas das situações apresentadas aqui. Uma dessas nos é mostrada logo de cara, no reencontro de Legoshi com Haru. A maneira como isso se desenrola pode surpreender muitos leitores. Pois aqui temos mais um vislumbre de como certas coisas acabam funcionando dentro do colégio em que eles estão. E o lobo cinzento Legoshi não sabe como agir. Ele deve ceder a seus instintos derivados de sua espécie ou manter a sua essência, que contradiz todo o seu esteriótipo?
Na sequência além de termos os desenvolvimento dos personagens, nos é apresentado também mais algumas coisas em relação ao funcionamento do colégio. Um exemplo disso é o Habitat, que é um local que simula como o próprio nome sugere, o habitat natural das espécies. Assim cada espécie tem que ficar um determinado tempo para que seu desenvolvimento e equilíbrio seja mantido. Apresentar esses detalhes se faz importante dentro de Beastars, pois dá uma sensação de profundidade e de ambiente sendo bem definido. Mais um ponto pra autora.
Um personagem que ganha bastante destaque aqui é o cervo Louis, assim como a capa do volume 2 sugere. Aqui temos todos seus preparativos para a grande peça. Louis sabe muito bem como fazer. Ele tem um talento natural de liderança. Sabe se postar, vestir e falar. E seu grande objetivo é ser um ícone digno de se tornar um Beastar. Porém como vimos no volume anterior, há um detalhe que pode comprometer sua performance. Mas o seu sonho é tão vivido, que vemos o quanto ele se supera. Em um primeiro instante, poderíamos colocar Louis como um “vilão” por claramente ser um manipulador que se utiliza de sua posição para galgar lugares.
Mas os personagens de Beastars são mais que isso. Ainda bem. Você acaba entendendo toda a motivação dele, principalmente a medida que Louis e Legoshi acabam interagindo mais. Louis fica inconformado com a omissão de Legoshi. Pois para ele é um desperdício e tanto um ser como Legoshi se esconder como um animal bonzinho e ingênuo. E mais uma vez alguém faz esse questionamento ao Logo, que fica pensativo. E aos pouquinhos vamos notando certas mudanças no personagem. Coisas singelas acabam por acontecer e vamos acompanhando o nosso protagonista mudando certas atitudes e pensamentos.
O momento da apresentação da peça é simplesmente incrível. Aqui vemos todo empenho de Louis se concretizando. Mas mais que isso, notamos o quanto ele consegue chamar a atenção por conta de seu carisma e poder. Ele tem o público nas mãos. É um líder nato. Porém devido a alguns problemas, Louis fica fora do segundo dia de apresentação. Precisa-se de um substituto para o papel principal. E neste momento podemos observar mais alguns personagens que nem tinham sido citados, e sabemos um pouco do passado deles. Fica visível que todo o integrante da equipe de teatro tem algum problema / passado de superação. Não foram escolhidos á toa. Um dos integrantes passa a se questionar algo, assim como o leitor. Por que Legoshi foi um dos escolhidos para essa equipe? O que ele esconde ou superou?
A conclusão do segundo dia de peça é impressionante. É algo de tirar o fôlego. Itagaki consegue nos conduzir de maneira muito peculiar para os bastidores dessa equipe de teatro. Legoshi entra em mais um momento de dilema, que faz com desencadeie uma série de situações. Aliado a isso a arte da mangaká aqui se faz mais consistente que na edição anterior, que já era legal. Há alguns enquadramentos muito bem encaixados que conseguem passar muito bem a situação em questão. Dá pra notar que ela ficou mais à vontade nesse segundo volume de Beastars.
Beastars Volume 2 é muito, mas muito bom. Se você gostou do primeiro, sem dúvida alguma vai se deliciar nessa sequência. Como é bom ler algo dessa qualidade. E ponto para a editora Panini que fez uma edição caprichada que vai ficar lindona na estante. Reforçando mais uma vez: Beastars é uma obra que merece ser lida e apreciada. Com uma narrativa ousada este mangá é imperdível.
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