Surpreendendo a todos, Oda não só não retorna para Egg Head, como dá imediata continuidade ao arco de Sabo e as revelações sobre o que ocorreu no Riverie. Devo dizer que estou muito empolgado sobre essa sequência de acontecimento que viemos acompanhando, com Oda mudando o tratamento dos eventos para mostrá-los, e não só dizer que aconteceu e pronto, como fazia antes. O manga está em uma de suas melhores sequências de capítulos e One Piece 1083 não foge disso.
Você pode ler a análise dos outros capítulos aqui, e dos Capítulos do Arco Egg Head aqui.
A atitude do exército revolucionário
Em meio a tantos acontecimentos, o Exército Revolucionário resolveu, finalmente, agir. Não que eu esteja reclamando, afinal era necessário esse movimento. Porém, até o momento, Oda ainda não colocou o gatilho para esse movimento repentino. Afinal, por que Dragon só resolveu agira agora? É uma questão interessante para manter uma coerência narrativa sempre justificar, quando algo acontece, o porquê não ter acontecido antes. Por enquanto, soa extremamente conveniente o movimento do Exército Revolucionário.
Mas do ponto de vista das ações dos personagens, é muito bom ver Oda colocando eles pra agir de forma estratégica e não somente saindo na porrada. O GM está em um momento delicado com as atitudes de Dragon, Buggy e logo após a morte de BB que estimulou os piratas a irem atrás do One Piece. Além disso, é incrivelmente maduro, em se tratando de um Shonen, Sabo se aproveitar da morte do Rei Cobra, mesmo sabendo que se tratava de um bom homem, para incitar a revolução.
Os Cavaleiros Sagrados em One Piece 1083
Grande atrativo de One Piece 1083, a silhueta dos falados Cavaleiros Sagrados. Caso você não lembre (eu, particularmente não lembrava), eles foram mencionados anteriormente por Akainu, se referindo exatamente às atitudes dos reinos que entraram em revolução e sua possível intervenção. Essa fala, particularmente, da a ideia de que estes Cavaleiros Sagrados são um grupo que está sempre reunido e a disposição para agir. Ao mesmo tempo, a fala de Dragon sobre o GM “Mobilizar” os Cavaleiros, da a ideia contrária, parecendo que eles precisarão ser reunidos.
Sobre a introdução tardia de um conceito tão relevante como estes nove cavaleiros, é um pouco cedo para criticar. Afinal, não sabemos a importância e o papel que eles receberão. Temos aqui, algo semelhante ao homem da cicatriz de queimadura, dando a impressão de ter sido inserido aos 45 so segundo tempo. Dada a importância que o tal homem deve possuir, a critica vem a ser válida, faltando a confirmação do fato, já os Cavaleiros, ainda podem ter um papel pequeno, ou grande na história, inclusive enfrentando os Mugiwaras diretamente. É aquela crítica que não pode ser feita aqui.
São personagens novos?
Para aprofundar o que eu mencionei antes, é legal abordar estas duas possibilidades. Em se tratando de personagens novos, me agrada muito mais, assim como Im-sama, que eles sejam algo tão inalcançável, que não tivemos informações sobre eles antes por essa razão. Todavia, Dragon parece saber de sua existência e as possíveis intervenções deles, o que nos passa a impressão de não se tratar de personagens tão misteriosos assim, já que eles lidam diretamente com o povo. Inclusive, parecem possuir uma função semelhante a da Cypher Pol.
Caso se tratem de personagens já existentes, poderíamos ir para uma teoria da conspiração enorme. Seriam eles piratas infiltrados que atacam reinos por ordem de Im-sama? É a única explicação plausível para a teoria de que um deles é Shanks. Ainda que isso vá contra a forma de agir do Yonkou. Enfim, eu não gostaria muito que se tratem de personagens já conhecidos e apoio muito mais a ideia de personagens novos e poderosos.
A importância destes personagens
Ainda que soa estranho essa introdução tão tardia, os Cavaleiros cumprem uma função bem simples: equilíbrio de poder. Explico, Luffy e seus Nakamas, obrigatoriamente, precisam de lutas individuais. Considerando que estas lutas sejam contra Almirantes e Vice-Almirantes, quem resta para lutar contra Dragon, Sabo e cia? Não esqueçamos, também, que Luffy ainda possui uma frota composta por personagens fortes. Ainda, provavelmente teremos o apoio de Traw e Wano e mais alguns outros que podem se envolver nessa briga contra o Governo Mundial.
A balança, caso Luffy opte por ir contra o GM agora, está muito favorável ao nosso protagonista. E aqui, estou desconsiderando uma possível aliança com Barba Negra, Shanks, ou Buggy. Ainda que sejam só Nove Cavaleiros Sagrados, eles, caso sejam poderosos, já servem para dar alguns confrontos individuais para muitos personagens. Ainda, no caso que mencionei de eles precisarem ser “convocados”, pode ser que se tratem de piratas. Ou seja, mais do que Nove Cavaleiros, poderíamos ter nove grupos de inimigos, o que ajudaria mais ainda essa balança.
A ação do Exército Revolucionário
Após as informações iniciais, temos um flashback muito interessante. Além de vermos as ações de Bonney e parte da CP0, fazendo conexões com Egg Head, temos os Almirantes Fujitora e Aramaki lutando contra os comandantes dos revolucionários. Bem, sobre o retorno da CP9, não gostei nem do retorno de Kaku e nem de Lucci, pois acho que dentro do governo há espaço para introduções interessantes e o papel da Cypher Pol como um todo sempre soou mais discurso do que prática. A aparente “promoção” da CP9 para CP0 soa incoerente e preguiçosa até certo ponto. Acho que Oda perdeu um pouco a mão com o papel desses personagens. Porém, mais uma vez, ele podem cumprir um papel interessante na questão do equilíbrio de forças para o lado do GM.
Já sobre a luta de Aramaki e Fujitora, é muito legal ver a dinâmica dos Almirantes. Além disso, Oda claramente quis hypar um pouco os Comandantes de Dragon. O autor, ao meu ver, quis deixar claro que Aramaki e Fujitora estavam em desvantagem pela limitação terrena, mas que, mesmo em desvantagem, eles deveriam ter mais facilidade, dando mérito aos Revolucionários. Um controle de balanceamento perfeito e justificável para ambos os lados.
As princesas e o Rei Cobra
O capítulo encerra com Lucci diante de Vivi e o Rei Cobra indo ao encontro dos Gorousei. Fica aqui a insistente menção a Shirahoshi e o possível desenrolar que isso pode ter no futuro, com um possível sequestro da princesa. Além disso, Vivi saiu da presença de Lucci para as mãos de Morgans. Como exatamente isso se desenrolou? Achei a presença de Lucci um pouco suspeita aqui, sem falas e só encarando a princesa. Teria o ex-CP9 traído o governo? Devemos lembrar que é possível que Marinheiros e agentes mudem de lado ao descobrir a existência de Im-sama.
Saindo agora de Nami 2 e Nami 3, vamos ao Rei Cobra. O Rei de Alabasta, que já sabemos estar morto, pede uma reunião com os Anciãos. Primeiro de tudo, fica a impressão de que Cobra sabe que irá morrer e por isso pede que seus soldados procurem e se juntem a Vivi. Imagino eu que o conteúdo da conversa seja mostrado no próximo capítulo e junto dele alguma informação muito importante. Cobra deve saber sobre Im-sama e revelar saber dessa informação deve ser o motivo de seu assassinato. Mas, duvido que ele tenha entrado unicamente para morrer, o que me deixa curioso sobre o papel que sua morte desempenhará daqui pra frente.
