Após os eventos do Exame Hunter, surgiu o desafio de dar continuidade ao mundo de Hunter x Hunter. Porém, sabíamos exatamente qual caminho a história seguiria: resgatar Killua. Logo depois, todos foram até a Torre Celestial, mas um passo de cada vez.
Como o Família Zoldyck é um arco pequeno, resolvi aborda-lo junto com a Torre Celestial. Assim vamos falar um pouco de cada, nestes dois arcos que aprofundam e muito o mundo de Hunter x Hunter.
Arco Família Zoldyck
Killua era o personagem mais misterioso do primeiro arco do anime, desde suas atitudes, a presença de seu irmão e sua indireta ligação com Hisoka. Após os eventos do primeiro arco, ele voltou pra casa e se tratando de um dos protagonistas e principal companheiro de Gon, era óbvio que não ficaria por isso mesmo. Assim, passamos a acompanhar a busca dos protagonistas em busca do amigo.
É interessante olhar o quanto o autor foi capaz de tornar assassinato como algo normal aos olhos do telespectador. A presença de Killua, uma criança, sendo um assassino, banalizou a profissão. Porém, aqui, voltamos a temer a palavra e entender o contexto em que ele foi criado. Claramente, a família Zoldyck ganha todo um cuidado detalhado do autor em sua composição, cada pedaço, cada trecho do arco tem a função de dar o ar de que realmente é uma família de assassinos.
A personalidade de Gon, novamente, confronta com o ambiente hostil em que se encontra, causando empatia em alguns olhares. Típico de protagonista de Shounen. Mas, mais uma vez, mostrou que não é o suficiente. Togashi brinca novamente com as expectativas do espectador ao esperar um confronto, ou mesmo resultados rápidos do treinamento de Gon, Killua e Leorio, mas quebra essa expectativa ao resolver tudo de repente.
A decisão ajuda a história a não ficar massiva, cria um ambiente não totalmente explorado, gera curiosidade e ainda cumpre sua função narrativa. Outro ponto que é evitado aqui é o de evitar que tudo se resuma a Gon, com o personagem tendo ótima participação, mas não necessariamente sendo o centro de todos os eventos.
Arco Torre Celestial
Após resgatarem Killua, uma surpresa: Kurapika e Leorio se separam do grupo. Estava ficando claro que Gon e Killua eram muito mais unidos, mas seria fácil encontrar maneiras de manter os quatro unidos. Porém, o autor escolhe dar rumos diferentes para cada um, ao mesmo tempo que prepara terreno para Yorkishin. Essa preparação de terreno, aliás, foi utilizada já no Exame Hunter que criou premissas para o arco seguinte.
Na Torre Celestial, temos uma premissa bem básica, mas que serve pra dar ao anime um pouco do que faltou no exame Hunter que é lutas diretas. Temos um pouco mais do clássico X1, ao mesmo tempo que somos apresentados ao Nen.
A energia do anime, é muito mais bem trabalhada que a maioria dos animes, porém, perigosa, já que é fácil encontrar incoerências em qualquer vacilo. O Nen, aliás, não só move este arco, como também tudo que vem depois. É o principal elemento responsável por tudo que Hunter x Hunter se tornou.
As lutas
Talvez o maior elogio do arco seja a rápida apresentação e utilização do Nen, mostrando suas variações e utilidades. Ainda, há uma conclusão do Exame Hunter. As lutas trazem movimentação ao arco e a sensação de, mesmo não havendo uma ameaça, um certo senso de urgência. As vezes é difícil manter o interesse sem um vilão, mas tudo que ocorreu com Hisoka e Gon, nos faz entender a motivação do protagonista e a importância de sua luta final. Tudo perfeitamente calculado.
Um problema que se torna cada vez mais problemática, é o excesso de explicações. Hunter x Hunter tem isso como algo caracterisco, mas não quer dizer que seja algo bom. Como o Nen tem toda uma lógica de funcionamento, é sempre legal entender a lógica por traz de cada poder, mas os flashbacks explicando tudo ficam um pouco maçantes. Principalmente na primeira luta de Hisoka.
Por fim, o arco também serve como uma breve introdução a Genei Ryodan, a Aranha. O arco Funciona de diversas formas, cumprindo seu papel de intretenimento com a premissa das lutas ‘gratuitas’ e introduzindo conceitos importantes. Notem que, assim como na Família Zoldyck, ainda havia muito o que explorar na Torre e o autor brinca novamente com a expectativa ao criar o possibilidades maiores do que protagonistas realmente alcançarão.
Por fim, ambos os arcos mantém muitas qualidades do primeiro e cumprem bem suas premissas. Começa a se criar um excesso de didatismo que prejudica um pouco o ritmo dos arcos, mas nada que torne a história inassistivel, muito pelo contrário, aqui você começa a se aprofundar a esse mundo.
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