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It: A Coisa | Resenha

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Ano: 2017
Título Original: It
Dirigido por: Andrés Muschietti
Avaliação: ★★★★★ (Excelente)

Um épico que mantém a essência de uma das obras mais consagradas do mestre do terror, Stephen King, e que não à toa contou com o suporte e recomendação do próprio.

It (A Coisa ou It: A Coisa, na versão brasileira) é a segunda adaptação cinematográfica do livro de 1108 páginas publicado originalmente em 1986. A primeira adaptação, de 1990, é na verdade um telefilme de bastante sucesso à época, estrelado por Tim Curry, mas bastante contestado pelos fãs da obra original em virtude de inúmeras diferenças em relação a roteiro e caracterização de personagens.

Como toda adaptação, o filme de 2017 também toma suas liberdades em relação ao livro, mas mantém-se fiel à atmosfera única proporcionada pela estória de Stephen King (teremos resenha do livro aqui no Meta Galaxia também em breve), mesclando humor, aventura e terror na medida certa, de forma natural, com um roteiro bem amarrado que segue a estrutura dos principais fatos que conduzem o livro, sendo reforçado pela ótima atuação do elenco.

O longa apresenta os personagens na saga da infância, mostrando como o grupo de crianças conhecido como o Clube dos Otários se formou e como estavam destinados a enfrentar a Coisa, o monstro conhecido como Pennywise, O Palhaço Dançante (Bill Skarsgård). Uma série de desaparecimentos tem início na pequena cidade de Derry, no Maine, entre eles Georgie Denbrough (Jackson Robert Scott), irmão caçula de Bill Denbrough (Jaden Lieberher). Enquanto todos na cidade parecem ignorar o que acontece com as crianças desaparecidas, Bill decide tentar encontrar o irmão, já dado como morto após meses desde seu desaparecimento, assim como as outras crianças. Em sua empreitada, conta com a ajuda dos amigos Richie Tozier (Finn Wolfhard, o Mike de Stranger Things), Eddie Kaspbrak (Jack Dylan Grazer) e Stan Uris (Wyatt Oleff), que são constantemente perseguidos por Henry Bowers (Nicholas Hamilton) e seus colegas.

O grupo recebe a adição de Beverly Marsh (Sophia Lillis), Ben Hanscom (Jeremy Ray Taylor) e Mike Hanlon (Chosen Jacobs), que, assim como os demais, também sofrem com Henry e seus comparsas. Em meio às fugas dos valentões, como por obra do destino, os sete acabam reunidos e descobrem partilhar de um mesmo fardo: ter visto a Coisa sob a forma de seus piores pesadelos. Eles começam a compreender que, de alguma forma, a criatura está ligada aos casos de desaparecimento em Derry e que estão predestinados a enfrentarem ela e desvendarem o mistério por trás de seu surgimento e da cidade em si, tida pelos antigos como “amaldiçoada”.

Além da narrativa incrível, deve-se dar créditos máximos ao elenco, aparentemente escolhido a dedo de forma muito sábia. Skarsgård interpreta um Pennywise extremamente sádico e convincente como vilão, ainda melhor que o de Tim Curry (a única coisa realmente boa do telefilme de 1990), capaz de causar arrepios mesmo àqueles que não possuem qualquer fobia a palhaços (a voz dele ficará na sua cabeça, pode apostar seu couro nisso). O ator confessou, inclusive, ter se inspirado no Coringa de Heath Ledger. As crianças também estão incríveis: além da caracterização fantástica, possuem atuação excelente – com destaque para Finn Wolfhard e Jack Dylan Grazer, que capturaram a essência de Richie e Eddie, respectivamente, dois dos personagens mais marcantes do Clube dos Otários. Sophia Lillis também rouba a cena como Bev, mostrando toda força da personalidade da personagem. De modo geral, a química entre a garotada escolhida para estrelar o grupo é simplesmente fantástica, assegurando uma das principais características da obra original: o carisma e a amizade entre os protagonistas.

É claro que sempre haverá diferenças significativas em adaptar uma obra tão extensa e complexa como It, um livro cuja narrativa alterna entre flashbacks contantes e interlúdios, possuindo uma riqueza de detalhes como poucas vezes vista em obras literárias do gênero. Logo, alguns pontos foram supridos ou alteradas para que o filme fizesse maior sentido dentro de seus 135 minutos, mas suas principais características estão mantidas: a leveza da amizade, a personalidade de seus personagens, o clima sombrio e perturbador de Derry e o horror expressado na maldade intrínseca da Coisa.

E mesmo quem não leu o livro irá se deparar com aquele que é, possivelmente, o melhor filme de terror dos últimos tempos, um épico de aventura e horror que deve consagrar Pennywise como um dos mais significativos monstros do gênero nos últimos anos – uma produção que resgata o primor de filmes épicos como Os Goonies, mas com a estética formidável e possível dos dias atuais. Diversão, sustos, tensão e emoção garantidas nas telonas e a garantia de muita expectativa para o Capítulo 2 do filme – que apresentará a fase adulta dos personagens – ainda sem previsão de lançamento.

Veja resenhas de outros filmes, aqui no Meta Galáxia.

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