Há uma série de falhas tentativas em adaptar games para as telonas. Ainda assim, até hoje seguimos com promessas, como o novo filme de Resident Evil, um de Uncharted com Tom Holland e outros. Porém, entre obras falhas como Assassins Creed e Alone In The Dark, temos bons exemplos como o último Mortal Kombat e, principalmente, Terror em Silent Hill.
Uma adaptação que soube ser original
Jogos possuem algo que aproxima o jogador, sendo, na maior parte do tempo, a sua mecânica. É um desafio e tanto, portanto, trazer a mesma sensação em quem assiste a mesma história. Silent Hill, todavia, possui algo que o torna tão famoso: a atmosfera! Assim sendo, é algo muito mais alcançável do que passar a sensação de perigo de um Survival Horror ou de diversão de um Beat ‘em Up. Em Terror em Silent Hill, o diretor Christophe Gans é capaz de utilizar quase todos os elementos responsáveis pela criação da atmosfera vista nos jogos.
Ao mesmo tempo, há uma necessidade de apresentar um universo para um novo público. Eis o desafio que costuma estragar as adaptações, pois, normalmente, em nome do alcance de público, é dada prioridade ao publico novo, criando uma adaptação mais ‘popular’ do que o original seria. Não é o que ocorre aqui, onde é encontrado um bom equilíbrio entre as duas frentes. Há cenas que remetem diretamente a cenas dos jogos, assim como sua premissa, com alguém atrás de sua filha passando por lugares famosos dos jogos, como o hospital, a Escola, etc.
O que mais surpreende desta adaptação, é que seria fácil não se comprometer com a história dos jogos. Silent Hill é uma cidade que permite se contar uma grande quantidade de histórias diferentes, como vemos em Silent Hill 2. Assim, havia – e ainda há – possibilidade de criar uma espécie de antologia, com diferentes filmes mostrando diferentes pessoas passando pela cidade. Tudo isso, sem a obrigação de ligações ou abordagem da Ordem e toda sua mitologia.
Em conclusão
Terror em Silent Hill não é perfeito – o filme ficou bem datado em efeitos especiais, por exemplo. Porém, nota-se o esforço em agradar os fãs naquilo que é possível. É um filme que será melhor absorvido por quem jogou os games, mas divertido e misterioso o suficiente para quem é inciante na franquia. Aliás, seu grande defeito é a longa duração, inchada pela presença do personagem de Sean Bean. Enfim, uma ótima adaptação e, isoladamente, um bom filme.