Fala pessoal, venho trazer uma crítica e análise sobre o novo filme da Petra Costa, Apocalipse nos Trópicos, que acabou de estrear na Netflix. Aliás, estreou na segunda dia 14 de Julho e já está no Top 10 Filmes da gigante de Streaming.
O cinema de Petra Costa, diretora de Democracia em Vertigem indicado ao Oscar, sempre se caracterizou por uma abordagem íntima e visceral, mergulhando nas complexidades da memória, da política e da identidade brasileira. Inclusive, em “Apocalipse nos Trópicos”, a diretora não apenas mantém essa assinatura, mas a eleva a um novo patamar, tecendo um lamento progressista que ressoa com a urgência de um país à beira do colapso.
O filme se destaca por sua capacidade de desmascarar as estruturas de poder e opressão, que historicamente moldaram o Brasil. O foco de “Apocalipse nos Trópicos” é abordar como a religião Evangélica/Cristã foi e é instrumentado na política.
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Apocalipse nos Trópicos acompanha rotina de Silas Malafaia
Em Apocalipse nos Trópicos, Petra conseguiu um feito memorável, acompanhar a rotina e conseguir entrevistas reveladoras com o líder religioso e político Silas Malafaia, da Assembleia de Deus. Ela teve acesso a sua residencia, tomou café da manhã, andou de carro com esse que é um dos líderes da oposição do governo atual e grande apoiador de Bolsonaro e da extrema direita.
Achei incrível e igualmente perturbador ver como se comporta essa personalidade, como é seu pensamento, suas reações, e seu plano de, através da religião, manipular votos para eleger congressistas e presidentes. Pode-se dizer que foi Silas Malafaia quem elegeu Bolsonaro em 2018.
Existe um plano estruturado desde a ditadura, em que os Estados Unidos vem para o Brasil com missionários para supostamente ensinar inglês aos congressistas, mas na verdade o real objetivo era propagar a igreja evangélica no Brasil, chegando a lotar o Maracanã com fies em um culto realizado, pasmem, em ingles, com um dos pastores mais famosos dos EUA.
É um projeto de poder que envolve angariar e manipular o máximo de fieis possível. Mas existem as exceções, como o filme mostra.
Resistência na Igreja Evangélica
A Petra mostra também que congregações menos radicais são contra os métodos das linhas de Silas Malafaia e companhia, esses tentam se destacar e se posicionar a favor da vida, dos direitos das minorias, da inclusão e do amor a todos, como Jesus pregava. Aliás, acredito que muitos evangélicos se sentirão atacados com esse documentário, mas vale lembrar que nem todos são assim, e estar nessa “rede” muitas vezes é algo invonluntário.
No próprio documentário vemos uma família de baixa renda com uma mãe e uma filha conversando com a Petra. A mãe até fala “Eu sei que o Lula é bom para o Brasil, mas eu voto de acordo com a minha religião” e a filha, que tem por volta de uns 17 anos, meio que sem jeito, acaba confessando que votaria no Lula.
É nítido a pressão que as igrejas fazem nas famílias para angariar votos. Recomendo esse vídeo da entrevista da Petra para completar a série, é incrível.
Conclusão – Crítica: Apocalipse nos Trópicos, de Petra Costa e disponível na Netflix
É um filme incrível, mas muitas vezes incomodo e difícil de digerir. Como a política pode ser influenciada, as decisões do congresso que norteam e guiam o país, serem influenciadas por líderes ideológicos e religiosos, de uma forma tão agressiva e contrária aos ensinamentos de Jesus.
Eu recomendo assistir, vá de coração aberto e preparado para passar um pouco de raiva, mas muito necessário e esclarecedor. Fique de olho no Meta Galáxia para mais reviews e críticas.