Noite de Lobos (Hold The Dark) – Resenha do filme original Netflix
Título Original: Hold The Dark |
Ano: 2018 |
Direção: Jeremy Saulnier |
Avaliação: ★★☆☆☆ (Regular) |
Noite de Lobos é um filme original Netflix lançado ao fim de setembro, um thriller baseado no livro homônimo, escrito pelo novelista William Giraldi. Quem dirige é Jeremy Saulnier, conhecido pelo aclamado cult Green Room e responsável pela direção da próxima temporada de True Detective.
A Netflix apostou na habilidade do diretor em contar uma estória de suspense violenta e intrigante para adaptar o misterioso livro como um longa. A proposta, no entanto, parece não ter rendido o suficiente e não consegue se sustentar por todo o filme.
Noite de Lobos nos leva a uma pequena localidade no Alasca, quando Russell Core (Jeffrey Wright, o Bernard de Westworld), um especialista em lobos, é chamado por uma moradora local, Medora Slone (Riley Keough), para ajuda-la na investigação do desaparecimento de seu filho, supostamente ligado ao ataque dos animais.
Russell, no entanto, logo percebe que há algo de errado com a garota, bem como a região e seus mistérios locais. Além disso, o marido de Medora, Vernon (Alexander Skarsgard), está a ponto de regressar da Guerra do Iraque, sem saber o que se passou com o filho e a esposa.
A trama de Noite de Lobos se mostra interessante no começo, com um mistério bem conduzido. Entretanto, em menos da metade do longa, o roteiro se mostra previsível em muitos aspectos e, em alguns momentos, confuso, o que tira muito do impacto que o thriller poderia oferecer.
E, sem conseguir evoluir de forma consistente, a estória afeta a evolução dos personagens, que agregam pouquíssimo ou nenhum carisma, em alguns casos. Os diálogos, na maior parte do tempo, são pouco marcantes ou recheados de frases de impacto que não geram empatia ou lembrança. O mesmo vale para alguns elementos de caráter místico que, por fim, pouco fazem diferença.
A exceção fica por conta de Jeffrey Wright, que dá vida a um bom protagonista, e a James Badge Dale (Os Infiltrados) como o chefe de polícia Donald, personagens que conseguem segurar a maior parte do filme e que protagonizam as melhores cenas do longa.
Outro aspecto positivo é a produção – desde a fotografia incrível em retratar o ambiente gélido e mesmo sombrio do Alasca à trilha sonora sensível e, muitas vezes, quase silenciosa, inserindo o espectador no universo de solidão e desconfiança que a trama busca oferecer. O filme também não se preocupa com o pudor quanto à violência explícita e rudimentar, o que cabe como mais um ponto de elogio.
Apesar do esforço, fica a sensação de que Noite de Lobos não consegue entregar o principal: contar uma boa estória, prender o espectador e surpreende-lo com recursos narrativos que certamente poderiam ser melhor trabalhados (a própria mística com os lobos e o suspense sobre os assassinatos, por exemplo).
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