O que é Lula Play, citado pelo ex-presidente no podcast Flow?
Afinal de contas, o que é exatamente Lula Play, citado pelo ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) no podcast Flow? A cartilha Lula Play, cuja íntegra foi disponibilizada ao público em agosto deste ano, foi um dos assuntos levantados pelo candidato à presidência do Brasil em entrevista ao podcast Flow na noite desta terça-feira, 18 de outubro.
Para criar um documento público, então o Instituto Lula envolveu cerca de 30 diferentes profissionais e especialistas da indústria de games. Essas conversas envolveram desenvolvedores, jornalistas, advogados, professores e empresários. O objetivo final era criar políticas públicas que incentivassem tanto o setor consumidor quanto o de produção de jogos no Brasil.
O que é a cartilha Lula Play?
A cartilha Lula Play promove políticas tanto para o mercado consumidor quanto para a indústria de videogames no Brasil. Ambas as áreas são abordadas no documento.
Em maio, o Instituto Lula iniciou um encontro para reunir dezenas de especialistas e profissionais de diversas áreas. O objetivo desta reunião foi criar um comitê para discutir jogos eletrônicos. O documento afirma que jogos, música, literatura e outras indústrias culturais precisam de financiamento público, assim como os filmes.
O grupo condena o partido político do presidente Jair Bolsonaro, o PSL, e seus apoiadores por usarem os jogos como ferramenta de manipulação ideológica. Eles apontam para o movimento Gamergate, um evento misógino nos Estados Unidos em 2013. Isso levou a um aumento do bullying, racismo e assédio nas escolas de todo o Brasil.
Em 2018, a antropóloga Isabela Kalil, da Universidade de São Paulo, realizou uma pesquisa sobre o que os eleitores de Jair Bolsonaro acreditavam e quem eles consideravam ser. Os resultados identificaram 16 grupos que apoiaram Bolsonaro, incluindo haters, nerds e gamers.
Quem assina a cartilha Lula Play?
- Alan Richard da Luz: Professor doutor na área de Design de Games;
- Anderson do Patrocínio: Advogado, mestrando em Ciências Humanas e Sociais (UFABC) e co-host do podcast de game studies Regras do Jogo;
- Eddy Venino: Jornalista, idealizador do projeto NOIZ Play e fundador do site Nerfando;
- Erick Santos: Advogado e doutorando em Direitos Humanos na USP. Diretor Nacional do Movimento Acredito. Membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB/ SP e da Executiva Municipal da REDE Sustentabilidade. Host do Overkill Podcast;
- Érika Caramello: Professora doutora na área de games. CEO da Dyxel;
- Gilson Schwartz: Professor Livre-Docente do Departamento de Cinema, Rádio e TV da ECA-USP. Presidente da Games for Change América Latina;
- Gustavo Mendes: Candidato a deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores (PTMG);
- Henrique Sampaio: Designer e jornalista, co-fundador do site Overloadr e criador do podcast Primeiro Contato;
- Italo Furtado: Product Designer. CEO na Rogue Fairy;
- Kao Tokio: Editor de conteúdo do site de notícias Drops de Jogos e Produtor Cultural;
- Leila Dumaresq: Game Designer na Ilex Games;
- Marcelo Rigon: Sócio e Diretor Executivo na Ilex Games;
- Pedro Zambarda: Editor-chefe do site de notícias Drops de Jogos. Jornalista e bacharel em Filosofia.
O que diz a cartilha?
Para organizar as propostas de políticas públicas, portanto a cartilha Lula Play se organiza em cinco eixos de desenvolvimento, sendo eles: Formação e Emprego; Inclusão e Diversidade; Educação; Soberania Digital; e Indústria. O objetivo é que as pautas sejam integradas ao plano de governo da chapa de Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin.
Entre os destaques da cartilha, conforme o próprio ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) em entrevista ao Flow, estão os seguintes tópicos:
- Regulamentação da profissão de desenvolvedor de games como garantia de direitos aos trabalhadores da indústria;
- Criação de cursos técnicos e de Ensino Superior para desenvolvedores de jogos;
- Revisão da legislação de banda larga para extinguir o limite de consumo de dados e melhorar a velocidade de conexão;
- Incentivos fiscais e financiamento adequado para a criação de novas empresas do setor.
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