Após os acontecimentos em Amazon Lily, Luffy consegue penetrar a famosa prisão de Impel Down. Lá, nosso protagonista vai em busca de libertar seu irmão, mas não sem antes encontrar rostos conhecidos no caminho. Impel Down é mais um arco curto na saga de Marineford e que mostra como Oda sabe lidar com muitos personagens. Dinamismo e foco são as qualidades do arco.
A Grande Prisão, Impel Down!
Oda começa este arco justificando bem a entrada Luffy no local. Apresentada como impenetrável, era um desafio criar uma invasão de maneira que ficasse justificável. Isso porque, após toda a fama, se Luffy invadisse de qualquer maneira, a propaganda envolvendo a fama da prisão ficaria imediatamente forçada e sem significado. Ao longo do arco, inclusive, é tomado todo um cuidado pra justificar o sistema da prisão e o motivo de ninguém fugir ou se rebelar.
O sistema é bem trabalhado e convence, apesar de não convencer muito o motivo de ter tão poucos guardas poderosos. Magellan é poderoso e um grande personagem, mas dado o contexto do anime, em que o Barba Branca poderia invadir a prisão, não me parece haver justificavas para não haver mais gente forte pra garantir a segurança do local. Ainda, Oda imediatamente joga fora todo seu trabalho pra tornar a invasão do local crível por parte de Luffy com a invasão de Barba Negra.
Encontros e Reencontros
Apesar de ser um arco curto, Impel Down trabalha com uma grande quantidade de personagens. Primeiro de tudo, o retorno de Buggy a história. Logo em seguida, temos a participação de personagens de Alabasta, Mr. 1, Mr. 2 e Mr. 3. Além de, claro, o próprio Crocodile. Todas estas participações são bem introduzidas, num ritmo e ponto certo. Além disso, nada soa desnecessário, com os personagens tendo utilidade narrativa e não servindo somente de um “Olha, lembra dele? Tava preso lá e agora voltou!”. Oda consegue dar peso aos seus retornos, especialmente com Bonclay.
Não podemos dizer o mesmo, porém, dos inimigos. Com uma necessidade tremenda de adicionar muitos vilões, Oda só trabalha bem mesmo Magellan e Hannibal, gastando uma grande quantidade de painéis e páginas com os subordinados. Devido a se tratar de uma invasão e fuga, é legal o autor tentar explicar as movimentações, mas muito tempo é gasto explicando de que um grupo dos inimigos irá para tal lugar, somente para eles serem derrotados em um instante. Além disso, muitas decisões bastante questionáveis são tomadas. Por que exatamente Magellan libertaria Shiryu? A sorte é que o personagem não tem impacto direto no andamento do plot principal, tornando a decisão forçada menos impactante.
Arco Rápido, até demais
É até bizarro pensar nisso quando a principal crítica a One Piece é sua demora. Todavia, em Impel Down temos a impressão de que Oda corre bastante, sendo um dos poucos arcos que ficam mais digeríveis no anime. Em meio a toda a confusão e todos os personagens introduzidos aos montes, fica difícil ter uma leitura natural. A opção seria, claro, gastar mais páginas ou, essencialmente, dar menos importância ainda aos guardas, sem necessariamente precisar mostrar todo seu planejamento inútil. Por outro lado, o funcionamento inteiro da prisão é muito bem destacado por Oda. É bem explicado e bem exemplificado. Os níveis, o desce e sobe que é feito. Tudo funciona bem e de forma dinâmica na maior parte do tempo.
Em Conclusão sobre Impel Down
O Arco de Impel Down trás o retorno de diversos personagens importantes. Além disso, introduz personagens importante e trabalha bem os antigos, dando profundidade e importância a eles. Não só isso, temos uma verdadeira corrida contra o tempo cheio de altos e baixos, o que valoriza bastante a tensão crescente. Não fosse o desperdício de tempo com cenas infinitas de diálogos inúteis e algumas decisões questionáveis por parte dos antagonistas, podia ser muito melhor. Mas os inimigos, ainda assim, são alguns dos atrativos, afinal, temos como poucas vezes a questão ética em pauta. Os guardas de Impel Down são antagonistas e não vilões, destacando mais uma vez a linha tênue entre o bem e o mal das organizações do anime.