Por dezenas e centenas de anos o mundo foi dominado pelos mais poderosos, os mais ricos. Claro que tal situação se mantém até hoje, mas, aos poucos, foi-se abrindo brechas para que outras características permitirem outras pessoas alcançarem o topo e não somente os descendentes de famílias ricas e comerciantes. Para atingir o sucesso, muitas vezes era necessário ser bonito, forte, até mesmo o simples ato de fumar um cigarro. Todavia, hoje em dia, século XXI, com a globalização, a extroversão é um fator extremamente relevante. Num mundo tão rápido, tão dinâmico, parece não haver tempo para quem precisa dele, precisar se adaptar é um defeito. Estranhos, antipáticos, sombrios… Diversas são as características atribuídas aos introvertidos. Horimiya 03 desenvolve Miyamura exatamente através desta premissa.
Horimiya 03 é sobre.. Amizade!
Uma crítica que eu cheguei a cogitar na análise do segundo episódio, mas guardei exatamente por ser só o segundo, era o excesso de atenção à Hori. Claro que era cedo e mais tempo a Miyamura poderia ser dado, exatamente como aconteceu. O grande ponto da minha critica e que se estende a toda a temporada, é o excesso de cortes em comparação ao mangá.
Romances, num geral, são construídos através de situações cotidianas, e cortar algumas ‘provas’ da relação do casal protagonista – ou até de seu grupo de amigos – não é legal, já que prejudica a aproximação com o espectador. Fica nítido neste episódio em que Miyamura e Toru reafirmam uma amizade que surgiu apenas um episódio atrás. Ainda que toda a briga dos dois seja engraçadíssima, não ganha o peso que deveria. O mais prejudicado nessa história é o próprio Toru, que ganha antipatia pela sua abordagem mais simplificada.
Salvo esse problema, toda a construção que mencionei lá na introdução é bem feita. De forma rápida e eficiente, somos capazes de entender o problema de Miyamura. É legal ver quando a história não precisa necessariamente envolver os protagonistas nas resoluções de todos seus problemas. A briga entre Toru e Miyamura é importante pra estabelecer outras relações, que fazem parte da construção do protagonista. Diferente dele, Hori fica mais em segundo plano, ainda que tenha um confronto direto por seus sentimentos. A situação é muito parecida com a de Toru e Miyamura logo no primeiro episódio, mas a personalidade mais forte de Hori se mostra – e mantém uma coerência – e ela admite – em parte – seus sentimentos por ele.
Em conclusão
Por enquanto a temporada anda de forma bastante corrida, o que não deixa de prejudicar a aproximação com os problemas dos personagens. Além disso, dificulta bastante nossa identificação com os coadjuvantes, que beiram figurantes. Todavia, há tempo e precisamos ver o que a história pretende fazer com seus personagens, assim como o defeito do segundo episódio foi corrigido nesse, há a temporada inteira para corrigir os demais.