My Dress-Up Darling: A pior coisa sobre o anime é, na verdade, sua maior força

My Dress-Up Darling se firmou como uma das comédias românticas seinen mais queridas dos últimos tempos. A série mistura com leveza momentos do dia a dia com cenas deslumbrantes de cosplay e um fan service pra lá de travesso, o que chama bastante atenção. Na real, esse último ponto — o fan service — é um dos assuntos mais comentados quando se fala sobre My Dress-Up Darling. E não é só porque esse tipo de conteúdo costuma ser polêmico ou popular por si só, mas porque aqui ele é tratado de uma forma um pouco diferente.

Levando tudo isso em conta, dá pra dizer que a série acaba sendo um bom exemplo de como o fan service pode ser usado com certo cuidado. Ele é mais contido, tem um contexto, e até se encaixa bem dentro da proposta PG-13 do anime. Em muitos outros casos, esse tipo de conteúdo aparece só pra agradar um público específico — e fica meio jogado. Mas My Dress-Up Darling vai além disso. A série tem como base temas como intimidade, aceitação e autoestima, e por isso, quando o fan service entra em cena, ele não está lá só por estar. Ele conversa com a história, com o crescimento dos personagens, e até contribui pra mostrar a relação deles com seus corpos, desejos e inseguranças.

No fim das contas, My Dress-Up Darling não é apenas um anime com uma protagonista linda e cenas ousadas. Ele oferece uma narrativa mais sensível e até inspiradora sobre se aceitar, se expressar e se conectar com os outros — tudo isso com muito humor, romance e, claro, muito cosplay estiloso.

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My Dress-Up Darling é sobre se abrir para outras pessoas

My Dress-Up Darling

Fan service costuma ser um tropo bem criticado nos animes, principalmente quando é usado de forma barata e sem muito propósito. Quem já viu bastante anime sabe bem do que estamos falando: personagens — quase sempre mulheres — acabando em situações “acidentais” que só existem pra mostrar um pouco mais de pele, sem nenhuma necessidade real pra história. Nessas horas, o fan service fica evidente como uma ferramenta superficial e apelativa, e muita gente com razão aponta isso como um problema. Mas, por outro lado, também dá pra fazer fan service de forma inteligente — quando existe uma intenção real por trás e ele tem algo a dizer. Isso é raro, mas acontece. E é aí que My Dress-Up Darling se destaca como uma pequena joia no meio de tantos títulos genéricos. A série conseguiu transformar o fan service em algo positivo, que realmente faz sentido dentro da narrativa.

De primeira, muita gente pode olhar My Dress-Up Darling e achar que o fan service é justamente o ponto fraco do anime. Basta dar uma passada rápida em alguns episódios ou ver screenshots e fanarts espalhadas pela internet pra achar que a série gira em torno de mostrar a Marin Kitagawa meio pelada, só pra atrair a atenção do público masculino. Parece só mais um anime apostando naquele velho ditado do “sexo vende”. Mas não é bem assim. O fan service aqui vai além da simples exposição — ele tem contexto, tem significado e está diretamente ligado aos temas que o anime quer abordar, como intimidade, autoestima e confiança. Claro, se a única coisa que alguém quer ver na série é o corpo da Marin, isso diz mais sobre o espectador do que sobre a obra em si. Porque My Dress-Up Darling tem bem mais a oferecer pra quem procura uma história de verdade.

Um dos pontos mais legais da série é justamente esse processo de abrir o coração pra outra pessoa. Marin e Wakana Gojo, os protagonistas, têm lados bem pessoais que não compartilham com qualquer um. Eles só mostram essas partes mais íntimas de si mesmos pra quem confiam de verdade, pra alguém que respeitam e que sabem que vai entender. Marin, por exemplo, sabe que é bonita e que chama atenção por onde passa, mas ela não vai sair se expondo fisicamente pra qualquer um. Ela só se mostra de verdade — literalmente — pra alguém que considera especial. E esse alguém é o Wakana. Através do fan service, dá pra ver que Marin confia profundamente nele. Ela se sente segura ao mostrar seu corpo em situações como provas de roupas de cosplay, porque sabe que Wakana nunca ultrapassaria os limites ou a trataria com desrespeito. Isso é bonito de ver, porque transforma algo que normalmente seria apenas apelativo em uma demonstração de afeto e confiança.

Do outro lado, Wakana também tem algo que esconde do mundo: seu amor por bonecas hina. É um hobby que ele tem desde pequeno, mas que sempre guardou em segredo porque já foi zoado por isso. Ele se sente envergonhado e deslocado por gostar de algo que a sociedade geralmente não espera de um garoto da idade dele. Então, quando ele finalmente compartilha esse lado com Marin — e vê que ela o apoia de verdade —, é um momento muito poderoso. É a versão emocional da exposição que Marin faz com o corpo. Um se abre fisicamente, o outro emocionalmente. E os dois se entendem de um jeito sincero, sem julgamentos. Essa troca cria um vínculo muito forte entre eles, seja como amigos ou algo a mais.

No fim, o fan service em My Dress-Up Darling serve como ferramenta narrativa — e não como chamariz barato. Ele ajuda a contar uma história sobre aceitação, vulnerabilidade e confiança mútua. E mesmo que o romance nunca avance, só o fato de eles conseguirem ser tão honestos um com o outro já é uma vitória. Uma vitória que, curiosamente, depende em parte daquele fan service que tantas vezes é mal utilizado em outros animes. Aqui, ele faz sentido. Ele funciona. E é isso que torna My Dress-Up Darling tão encantador e único.

Teaser da segunda temporada

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Felipe Silva Nascimento
Fã de games e animes, comecei a escrever no Meta Galáxia por pura paixão em transmitir minhas opiniões e visões sobre as obras que jogo e assisto. Games: Soullike, Zelda e indie games. Animes: Shounen e Seinen, de vez em quando alguns generos de comédia romântica para descontrair.

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