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Por que os protagonistas anti-heróis são populares atualmente?

Animes liderados por anti-heróis como The Eminence in Shadow e Berserk of Gluttony estão se tornando mais populares entre os telespectadores.

 Berserk of Gluttony

Por que os protagonistas anti-heróis são populares atualmente?

Nos últimos tempos, surgiu uma onda de animes e mangás com protagonistas anti-heróis, com títulos como The Kingdoms of Ruin, The Eminence in Shadow e Berserk of Gluttony liderando o ataque. Isso porque não entrarei em detalhes relacionadas a Chainsaw Man, onde Denji também é um protagonista bem distinto. Esses personagens, que equilibram ações virtuosas e malévolas, estão ganhando popularidade entre o público. Embora os anti-heróis sempre tenham sido um elemento básico na anime, a sua prevalência tende a flutuar, com picos ocasionais na procura por parte dos espectadores que ficam intrigados com personagens que desafiam as noções convencionais do que constitui um herói.

Chegou a segunda temporada do popular anime The Eminence in Shadow, apresentando seu personagem principal moralmente ambivalente, Shadow, que continua a fazer escolhas que vão do virtuoso ao perverso com base em seus próprios desejos. Embora alguns dos personagens mais conhecidos da anime, como Gon Freecss, Light Yagami e Spike Spiegel, tenham se tornado ícones, ocasionalmente há ressurgimentos de anime liderados por anti-heróis, cativando os espectadores com personagens que são moralmente complexos e frequentemente oscilar entre o bem e o mal.

O que define ações moralmente questionáveis?

Os anti-heróis, por sua própria natureza, revelam-se como figuras complexas, indulgentes, egoístas, imorais e, em certas ocasiões, até mesmo inquestionavelmente malignas. Desvinculados das expectativas convencionais que imperam em seus respectivos universos, esses personagens ousam desafiar as normas preestabelecidas, forjando um caminho regido por suas próprias regras e princípios. Distanciando-se dos heróis tradicionais, cujas motivações e ações se desenham em contornos mais nítidos, os anti-heróis habitam uma esfera moral ambígua, passíveis de serem interpretados como benévolos ou malévolos, a depender das crenças e perspectivas do observador.

Na atual temporada da aclamada série The Kingdoms of Ruin, o protagonista emerge com a convicção profunda de que a natureza intrínseca da humanidade é má, alimentada por testemunhar o assassinato de Chloe Morgan, a bruxa que o criou, e sua subsequente prisão até o momento de sua fuga. Suas ações, ainda que enraizadas na maldade, encontram justificativa em sua percepção da realidade moldada por experiências passadas. O caráter dual de sua moralidade torna-se um microcosmo intrigante, onde a avaliação de suas ações como boas ou más recai inteiramente na perspectiva do espectador, destacando a complexidade moral que confere aos anti-heróis um protagonismo envolvente e instigante.

Por outro lado, na mais recente temporada de The Eminence in Shadow, lançada durante o outono de 2023, somos apresentados a Shadow, cujas ações revelam uma ambiguidade semelhante, mas desprovidas do matiz movido pelo ódio presente no personagem principal de “The Kingdoms of Ruin”. Shadow, engajando-se em atos questionáveis com indivíduos igualmente censuráveis, busca alcançar seus objetivos de maneira autônoma. Suas ações, impulsionadas puramente por motivações internas, frequentemente culminam em resultados positivos, suscitando a indagação intrigante: é possível rotular alguém como maligno quando suas ações, embora motivadas por intenções nefastas, resultam em consequências benéficas? Este dilema ético acrescenta uma camada adicional à intrincada tapeçaria das narrativas centradas em anti-heróis, explorando as nuances morais que permeiam esses protagonistas e desafiando as concepções tradicionais de bem e mal.

Protagonistas anti-heróis cativaram os fãs de anime e mangá

Em certos momentos, estabelecer uma conexão emocional com os heróis pode se revelar desafiador, dada a rigidez de suas crenças inabaláveis e o incessante empenho em combater o crime. É nesse contexto que os anti-heróis emergem como figuras mais identificáveis, ancoradas nas emoções conflitantes dos espectadores e em vivências de vida diversas. A ambiguidade que permeia esses personagens ressoa especialmente entre aqueles que encontram dificuldades em se relacionar com os arquétipos tradicionais de heróis. Os anti-heróis, como a maioria das pessoas, carregam consigo imperfeições e, eventualmente, debatem-se com dilemas morais. Os espectadores apreciam testemunhar personagens imperfeitos confrontando seus próprios desafios e demônios, uma dinâmica que os torna mais acessíveis e envolventes, ao invés de parecerem alienados.

A vida, por sua vez, não se desenrola em extremos de preto e branco, e as boas intenções nem sempre se convertem em resultados positivos. Os anti-heróis, por definição, transitam pelos matizes de cinza, apelando intrinsecamente ao terreno moralmente complexo. Além disso, os espectadores recorrem ao universo do anime para suspender a descrença e mergulhar em narrativas e personagens fantásticos.

Os anti-heróis, muitas vezes, não carecem de completa compreensão para proporcionarem entretenimento; eles são apresentados como uma forma de cativar a audiência, permitindo que os espectadores assistam de uma perspectiva imparcial. No episódio inaugural de “The Kingdoms of Ruin”, Adonis desencadeia a destruição de uma cidade, desviando sem esforço as balas enquanto repousa sobre um gigantesco robô que ele convocou. Esta cena, simultaneamente hilária e satisfatória, ilustra de forma magistral como o protagonista apático anula casualmente o ataque militar com um ágil movimento de sua pena mágica, proporcionando um deleite visual ao público.

Vale a pena assistir o anime liderado por anti-heróis?

Uma constatação notável é a presença de diversos animes que exploram de maneira marcante o conceito de anti-heróis, destacando-se títulos como Overlord, Death Note, Code Geass e Berserk. Além disso, observa-se um notável aumento na popularidade de animes liderados por anti-heróis. Nas temporadas recentes, três animes cativantes emergem como exemplos singulares desse fenômeno: The Eminence of Shadow mescla comédia e ação exagerada; Berserk of Gluttony adota um estilo de anime RPG mais convencional; enquanto The Kingdoms of Ruin concentra-se no tema intrínseco da vingança. Embora compartilhem a temática de anti-heróis, cada uma dessas séries proporciona uma revigorante divergência das narrativas convencionais centradas em heróis. Por exemplo, Berserk of Gluttony, sem a presença do anti-herói, se tornaria um anime menos intrigante e distintivo.

Hunter X Hunter, considerado um dos melhores animes do gênero shonen de todos os tempos, habilmente explorou a ambiguidade moral durante o arco das formigas, criando uma dinâmica herói/vilão onde as ações de ambos os lados são impulsionadas pela autopreservação. As formigas eliminam humanos para garantir sua subsistência, enquanto os humanos as combatem para evitar que causem mais danos. As narrativas centradas em anti-heróis oferecem a oportunidade única de explorar temas mais complexos e sombrios do que as histórias tradicionais de heróis. Ao presenciar as investidas de Shadow em The Eminence in Shadow, seja atacando um inimigo ou subtraindo dinheiro de indivíduos que cometeram atos condenáveis, suas ações são automaticamente rotuladas como más, mesmo que sejam direcionadas apenas àqueles que ele julga como desprezíveis.

A apreciação desses animes por parte do espectador dependerá em grande medida de sua capacidade de compreender, tolerar e, porventura, perdoar as ações complexas desses personagens. Os animes liderados por anti-heróis podem não agradar a todos, mas para aqueles que apreciam personagens de natureza mais complexa e histórias que exploram os aspectos psicológicos mais sombrios da humanidade, essas experiências instigantes e humorísticas oferecem uma fuga empolgante das normas sociais.

O contínuo prestígio de animes como Death Note e Hunter X Hunter, somado ao sucesso recente de The Eminence of Shadow, destaca claramente o apetite do público por narrativas que colocam em foco personagens anti-heróis. Os lançamentos mais recentes da temporada de outono de 2023, como Berserk of Gluttony e The Kingdoms of Ruin, juntamente com as ações muitas vezes questionáveis do protagonista de Undead Unluck, sugerem que o anime anti-herói está mais uma vez experimentando uma ascensão. Tal fenômeno pode não ser necessariamente negativo, mas certamente introduz uma complexidade moral que instiga a reflexão.

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