Hoje em dia na Internet é muito comum encontrar, para todo lado, opiniões. Ficou muito fácil expor suas ideias, seja através das redes sociais, ou de blogs. Uma prova disso é este que vos fala. Todas as opiniões são válidas, é claro, mas naturalmente cabe ao leitor escolher até onde concorda e segue tal opinião. Muitas vezes entender os critérios ou o histórico de quem escreve, é importante na hora de ler críticas e análises.
Naturalmente, não posso falar por todos redatores da Internet, nem mesmo por todos meus companheiros de MetaGalaxia, mas sim por mim e meus critérios que podem ou não ser os mesmos deles.
Critica, resenha e análise
O primeiro passo tanto na hora de escrever, quanto na hora de ler um texto como os que publicamos aqui no blog é entender seus objetivo e ele pode ser resumido nestas três palavras.
Comumente os três termos são usados na mesma intenção. Podemos, porém, identificar leves diferenças – que não são regras ou sinônimos – que nos ajudam a entender a intenção do texto já no título.
Crítica
A critica é o mais formal dos textos. Normalmente é uma avaliação bem completa da obra, qualquer que seja, ou até mesmo de um produto. Tipicamente você verá estes textos sendo escritos por estudiosos do assunto e costumam ser as mais respeitadas. No entanto, normalmente são textos consumidos também por pessoas mais ‘capacitadas’ por assim dizer.
A intenção da crítica normalmente é a de aprofundamento e são utilizadas referências e uma meticulosa abordagem de todos os aspectos. Por exemplo, na crítica de um filme, você dificilmente vê um crítico que só fala da história, mas também de ângulos de câmera, paleta de cores, etc. É comum também que críticos ignorem um pouco o aspecto pessoal, dando o braço a torcer para gêneros que não gostam em nome da imparcialidade.
Naturalmente, os leitores deste tipo de texto são pessoas que tem interesse nesse aprofundamento da obra ou produto, onde podem querer entender aspectos técnicos. Para alguém que só quer ler uma opinião ou mesmo um detalhamento maior para entender a história, podem se tornar textos chatos.
Resenha
Se a crítica é bastante técnica, a resenha já se trata se algo muito mais pessoal. Digamos que se aproxima quase de um filme com comentários do diretor. Claro, não é o autor que faz a resenha, mas é comum que se façam comentários referentes a diversas passagens do livro.
A principal diferença está na pessoalidade da resenha, que tem uma proposta muito mais intimista. É mais comum resenhas de textos, porém, com a Internet, a fórmula se entendeu a outras mídias. Assim, uma resenha de um episódio de anime, por exemplo, costuma levar comentários conforme o autor vai recapitulando o que aconteceu. Tais comentários não costumam ser muito técnicos e focam bastante no roteiro.
Note que os comentários não costumam ser técnicos, porém, a resenha traz, normalmente, informações técnicas sobre o assunto, de maneira mais completa que a crítica. Assim, diferente da crítica, a resenha foca mais em descrever o produto/mídia do que em avaliá-lo, por assim dizer. Quem lê a resenha, muitas vezes, está em busca de entender melhor sobre o assunto.
Análise
Chegamos finalmente ao meu objetivo ao escrever esse post: as análises. É, em geral, o que escrevo e o que você mais vê hoje em dia por aí. Claro, de novo, estou tentando explicar num geral, não quer dizer que todos textos que você encontrar com o título de análise seguem essas premissas que explicarei a seguir.
Críticas e análises têm muito em comum. A grande diferença, porém, está na mistura com a resenha. Há, geralmente, comentários sobre a obra como um todo – seja um episódio, temporada, filme, jogo, etc.- aliados a explicações.
Normalmente a análise é mais pessoal, no sentido de que cada um utiliza seus critérios, pendendo mais ou menos para a crítica. Eu, por exemplo, ao abordar um anime, dificilmente menciono efeitos sonoros, algo que uma crítica, independente do objetivo, naturalmente mencionaria.
A análise, em resumo, se trata de uma crítica mais simples, mais popular. É aquela conversa com um amigo que viu muitos filmes e, por isso, são capazes de analisar a qualidade de um. Porém, você dificilmente menciona detalhes técnicos em uma conversa, a não ser que se trate de algo muito chamativo. Assim, a análise também pode ser interpretada como uma mera e simples opinião. Conseguem entender a diferença para a crítica? Ela é consideravelmente pequena, dependendo do autor, até mesmo nula.
Meus critérios para críticas e análises
Agora, falando de maneira mais pessoal – e não em nome do site ou dos meus colegas -, vamos entender como podemos chegar a algumas conclusões e notas.
A primeira coisa que eu penso é no objetivo que o objeto de analise possui. É um jogo? Bem, o objetivo é ser jogável, divertido e, se possível, contar uma boa história. Temos três critérios aí, mas, sem dúvidas, a jogabilidade é a que mais pesa. Você é capaz de jogar algo com história ruim, mas enredo nenhum segura uma jogabilidade cagada.
Ao ver uma série, por exemplo, o objetivo principal já é o de contar uma boa história. Assim, como animes. Não costumo fazer análises de One Piece levando em consideração o material base como algo relevante, já que analiso, principalmente o enredo e, normalmente, é o mesmo nos dois.
Críticas e análises, critérios diferentes
Note que aí está a grande diferença. Comumente, você vê críticas de games onde há uma lista de critérios e todos têm o mesmo peso. No fim, a nota do game é dada pela media. Seguindo este critério, por exemplo, Top Gear 2 (SNES) receberia uma nota baixíssima minha, afinal o jogo receberia um sonoro 0 em história, já que ela simplesmente não existe e a média cairia.
Numa analise, eu dou um peso pessoal pra cada critério e ganho a liberdade de dar notas mais justas. Top gear 2, só pra manter no mesmo exemplo, receberia um 10, já que o peso da história seria 0 na nota, afinal, é um jogo de corrida – e dos melhores.
É importante notar essa diferença entre críticas e análises, já que se trata da maior delas. Como eu disse antes, entender o objetivo do objeto de análise é a primeira coisa a se fazer, também, para dar o peso necessário pra cada critério.
O peso dentro do próprio critério
Outra coisa importante é notar o proposta de um critério. Por exemplo, se estamos falando de um filme de terror, que propõe causar tensão, não posso considerar o fato dele ser super engraçado um elogio. Se o resultado é o contrário da proposta, se trata de um defeito, por mais eficaz que o filme seja no humor. Entender a proposta do objeto de análise é importante na hora de consumir, mas, mais ainda, na hora de analisar.
Note que a resenha muitas vezes tem como objetivo explicar sobre a proposta de um livro, ou produto, o que ajuda até mesmo na hora de consumir ou analisar. Ler uma resenha e em seguida uma análise de um filme é uma ótima estratégia – antes, porém, assista ele e tente tirar suas próprias conclusões.
Assim sendo, é muito comum que muitas histórias alcancem em determinados trechos, temporadas ou episódios uma qualidade absurda, mas, no fim, a nota seja baixa. Isso se deve ao fato de que, apesar da coragem ou criatividade, o enredo não foi capaz de manter a qualidade e, automaticamente, incapaz de cumprir sua proposta. Um filme clichê, que cria uma premissa simples e cumpre o que promete, por exemplo, receberá, no mínimo uma nota média.
Comparações
Baseado no critério anterior, podemos partir para “Filme x é melhor que filme Y”. Talvez o principal critério de comparação entre qualquer filme ou anime seja a capacidade de entregar o que se propôs. Eu defendo Dragon Ball exatamente por essa razão; não só se trata de um clássico, mas um anime que sabe o que quer passar. Um exemplo é o Torneio do Poder, lá, a história é simplista pra caramba, são oitenta lutadores dentro de uma arena e quarenta minutos para se baterem: quem perder, morre. Não tem vilão, não tem um super aprofundamento de cada universo ou inimigo, inclusive, quando tenta é que o arco falha, mas, na porradaria, é impecável.
A eficiência na sua proposta é o mais chamativo dos critérios. Nos efeitos sonoros, se os produtores se propõem a colocar musicas a todo o momento, precisam saber encaixa-las e fazer uma seleção que agrade e combine com as cenas. Caso optem por utilizar músicas somente em momentos bem específicos, não é um defeito. Claro, quanto mais o criador se arrisca e é eficiente, maior a qualidade final. Todavia, caso se trate de um anime que se arrisca bastante em efeitos sonoros, animação, roteiros elaborados e no fim não é eficiente em nenhum deles, a nota naturalmente será menor que um clássico clichê que só faz o arroz com feijão eficientemente.
Só pra constar, uma história muito simplista também pode ser considerada covarde, o que claramente não é bom e também deve ser considerada na hora de analisar. Ai cabe a quem esta analisando saber diferenciar os elementos clichês da covardia e acomodação.
Em conclusão
Por fim – o post ficou muito maior do que eu pretendia -, não escrevi nada disso na intenção de criar regras sobre críticas e análises. Se você já faz analises, criticas ou resenhas, é perfeitamente aceitável que utilize critérios diferentes. A intenção é totalmente a de explicar em parte critérios gerais e em totalidade os meus. Acho que fica mais fácil entender algumas notas as quais você pode ter discordado a partir do momento que entende o processo.
Não chega a ser uma ciência complicada, mas também não se trata de achismo. Todavia, assim como você, eu tenho só uma opinião, não é a palavra final e vale tanto quanto a sua. O importante é sempre saber discordar, a discussão nunca é dispensada, desde que se mantenha argumentações e a etiqueta. Lembre-se, ninguém leva a opinião de ignorantes em consideração, saiba que brigar e xingar não é discutir e é uma importante diferença na hora de ter sua opinião levada em consideração pelos outros!
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