Ficha Técnica | |
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Nome: Resident Evil: Degeneração | Ano: 2008 |
Diretor: Makoto Kamiya | Gênero: Ação, Suspense, Terror. |
A franquia Resident Evil sofreu com diversos problemas quando o assunto é cinema. Extremamente questionados, os filmes de Paul W. S. Anderson não agradavam os fãs e aparentemente também não agradavam a própria Capcom que decidiu lançar seus próprios filmes. Acima de tudo uma forma também de divulgar os jogos seguintes e aumentar a complexidade e engajamento dos fãs com os novos games. Assim sendo, Resident Evil – Degeneração, não só cumpre uma função de entretenimento, mas de introdução a RE5 que seria lançado no ano seguinte.
O presente e o passado
É um filme que possui duas vertentes de análise. Principalmente por se tratar de uma franquia, há uma clara necessidade de respeitar o que veio antes, porém, o que veio antes não é cinema e ai passa a ser questionável exigir qualquer conhecimento prévio do telespectador. O roteiro, aparentemente, tenta fazer as duas coisas, respeitando quem já conhece a franquia e ao mesmo tempo não exagerando para quem não conhece. Entretanto falha nos dois quesitos ao não saber balancear, ou, o que seria mais fácil, escolher um público alvo.
Isso porque ao não subestimar o telespectador que conhece a franquia de tempos, o roteiro cumpre bem sua função dando somente informações necessárias para o entendimento do contexto. Entretanto para fãs da franquia, parecem poucas as referências e alguns elementos (como a Sherry, por exemplo) são esquecidos, provavelmente por não se encaixarem. Há também uma série de repetições de estruturas de roteiro e personagens usados em RE2, também protagonizados por Leon e Claire.
Portanto essa indecisão de qual público tenta agradar, faz com que o roteiro trate os acontecimentos prévios ao filme da mesma maneira que aqueles durante o filme. Sem jamais se aprofundar o necessário, em respeito aqueles que já conhecem o passado. Porém, o telespectador que não conhece a franquia, pode ter uma dificuldade de diferenciar estas informações e tudo acaba meio misturado. Ainda que não seja o primor dos roteiros, há diversos elementos para se acompanhar e se torna difícil organizá-los sem uma carga anterior.
Animação
O CGI sofreu muitas criticas na época do lançamento do filme, mas eu, particularmente, vejo problemas pontuais em uma empresa que estava se arriscando no novo. Expandindo horizontes para a franquia e até por isso o filme foi lançado somente em DVD. O grande problema e que fica obvio nos primeiros minutos, são as expressões dos personagens, ou a falta delas.
Leon, na tentativa de passar a ideia do policial durão, é o que mais sofre. Até mesmo seus lábios parecem não mexer as vezes quando ele fala. Sob o mesmo ponto de vista a mudança de personalidade do personagem também é bizarra e seu jeito mais sarcástico e solto de RE4 é deixado de lado (o game se passa somente um ano antes). Com isso, fica difícil sentir simpatia pelo personagem, que encontra dificuldades em assimilar uma única personalidade.
Personagens
Sem duvida, as qualidades do filme se encontram no dinamismo do roteiro, que mesmo que falhe as vezes com algumas incoerências, apresenta bem seus personagens que possuem funções bem definidas ao longo da história. Todavia o romance entre Leon e Angela é bem sem clima, mas como pouco tempo de tela é gasto nele, não chega a incomodar. Claire acaba deixada de lado muitas vezes e não tem o tempo merecido, ganhando menos atenção até do que Angela e isso podia ter sido mais bem trabalhado pela Capcom (que abandonou a personagem por muito tempo depois deste filme, antes de Revelations 2).
Conclusão sobre Resident Evil – Degeneração
Com méritos de possuir um bom roteiro e entender bem a diferença entre filmes e jogos, RE Degeneração é uma boa entrada da Capcom nesse ramo e traz um conteúdo extra para quem quer ver mais de RE sem necessariamente estar com um controle nas mãos. Faltou a empresa uma prática no CGI, que ainda assim é muito bom e decidir se estava fazendo um filme para os fãs ou para um público novo. Na indecisão, uma queda de qualidade e um potencial não totalmente extraído.
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