Fyre Festival: Fiasco no Caribe – Resenha do documentário original Netflix
Ano: 2019 |
Título Original: Fyre: The Greatest Party That Never Happened / Fyre Festival |
Dirigido por: Chris Smith |
Avaliação: ★★★★✫ (Ótimo) |
Fyre Festival: Fiasco no Caribe é um documentário original Netflix lançado em janeiro de 2019 sobre um dos eventos mais surreais acontecidos na história recente da indústria do entretenimento.
O longa conta os bastidores do que foi conhecido como Fyre Festival, um grande evento idealizado pelo jovem empresário Billy McFarland, tido como um messias do empreendedorismo nos Estados Unidos, e o rapper Ja Rule, com o objetivo de promover o aplicativo Fyre, uma parceria de ambos.
A ideia do aplicativo, por si só, já era algo bastante ousado: contratar artistas de alto escalão dos mais diversos segmentos para eventos exclusivos. Ou seja, um caminho sem burocracias – mas possivelmente muito caro – de contar com, por exemplo, o Blink-182 em sua festa de aniversário.
Convencidos de que o Fyre seria um sucesso, Ja Rule e Billy idealizaram o evento de lançamento como a grande virada do entretenimento da década: um festival que contaria com astros da música e de diversas frentes, em uma ilha nas Bahamas regada a luxúria e ostentação – algo que o mundo inteiro falasse a respeito.
Para isso, Billy contratou as maiores equipes de produção de festivais e comunicação digital do mundo, um verdadeiro time de elite para colocar em ação um plano de divulgação perfeito, que contaria ainda com as maiores modelos dos Estados Unidos como porta-vozes, além de atores, músicos e muitas outras celebridades.
O que se vê no documentário Fyre Festival é algo que parece muito bem ter saído dos melhores estúdios de Hollywood em relação a roteiro, mas acredite: tudo aquilo realmente aconteceu. A história do megalomaníaco e sociopata Billy conduzindo o que se tornaria o maior evento de entretenimento do século em um fiasco colossal é real e lesou centenas de pessoas.
E é sob a perspectiva dessas pessoas que a história do Fyre Festival nos é contada. A produção mescla bem, de forma cronológica e em cruzamentos precisos, os depoimentos dos profissionais, colaboradores, habitantes da ilha e músicos às filmagens reais conduzidas pela equipe de Billy durante todo o processo de construção do festival (ou a tentativa, se assim avaliarmos).
O documentário possui um tom dramático que causa uma sensação de desconforto quando nos colocamos na perspectiva das pessoas envolvidas. Toca em pontos que estão em pauta na atualidade, como a influência que as redes sociais possuem sobre nós e como influenciadores digitais, muitas vezes, também não se dão conta da relevância que possuem e como a falta de critério em seus conteúdos pode afetar milhares de pessoas.
É um pouco óbvio que, dado todo o contexto, a obra não precisa fazer muito esforço para contar essa história perturbadora e impressionante que possui todo o potencial para render outras adaptações no futuro. Entretanto, a conta de uma maneira muito competente e imersiva, especialmente por meio de alguns dos entrevistados que, de certa forma, se tornam protagonistas do longa.
Fyre Festival: Fiasco no Caribe é uma história que merece ser lembrada e conhecida por tudo que representa diante da nossa sociedade atualmente; poderia muito bem ser um episódio de Black Mirror. Como um dos colaboradores define em uma de suas falas: “O Fyre Festival foi como se o Instagram se tornasse a vida real”.
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