SERÁ QUE O CINEMA VAI ACABAR?

Diante de tantas transformações pelas quais o mundo passou, passa e passará, os amantes da sétima arte devem se perguntar: será que o cinema vai acabar?

A resposta a essa pergunta é complexa, reflexiva e por incrível que pareça, difícil de ser dita, mas ao que tudo indica: parece que sim.

Bom, quando eu era criança, lembro-me de que meu pai escutava música em fitas no carro, assim como minha mãe tinha inúmeros discos das bandas preferidas. Em poucos anos, tudo isso foi transformado pelos CDs. E algumas décadas depois, tudo virou fumaça ou melhor: online. Hoje plataformas como o Spotify concentraram tudo o que um amante da música gostaria de ter, por um preço único: todas as músicas do mundo para se escutar quando e onde quiser.

Quem tem mais de trinta anos, vai lembrar bem das famosas locadoras de filme (lembram?). Praticamente havia uma em cada esquina ou vila. Os filmes eram extremamente disputados e concorridos, principalmente os lançamentos. Como uma leve brisa de verão, nessa última década, todas sumiram, esmagadas pela pirataria e pelas plataformas como Netflix, Telecine, Amazon, etc.

Quando pensamos em cinema, principalmente após o período de pandemia, confesso que certo arrepio e um ar de tristeza envolve os fãs desse local que faz parte do dia a dia da humanidade há mais de um século.

MOTIVOS PELOS QUAIS O CINEMA TEM O RISCO DE SUMIR

O PREÇO

Bom… já não é de hoje que o cinema virou um lazer elitizado. Claro, existem aqueles dias de promoções (que convenhamos, são dias que a maioria das pessoas não consegue ir), mas no geral, pagar perto de R$ 40,00 em um filme é bem acima do que a maioria dos brasileiros pode gastar, principalmente em um país como o nosso com tantas dificuldades financeiras e desigualdades sociais.

E também sabemos que, quem vai no cinema, não vai só para assistir o filme. Portanto, convenhamos o seguinte cenário: uma família de 4 pessoas que vai assistir o filme, comer uma pipoca e depois jantar, vai gastar no mínimo entre R$ 250,00 e R$ 300,00.

Sendo que uma assinatura de uma Netflix, por exemplo, custa no máximo R$ 60,00 (por mês), e essa mesma família pode fazer um lanche caseiro, comprar pipoca de microondas, um refrigerante de dois litros ou ainda pedir alguma coisa no delivery. Esse filme vai sair bem mais barato que no primeiro cenário. Fora que ainda dá para chamar irmão, mãe, tia, primo, vizinho e o preço do filme não vai mudar.

STREAMIMG

Nos últimos anos, temos vivido a era do streamimg. Netflix, HBOMax, Amaxon Prime, Globoplay, etc… são ótimos exemplos de plataformas que trazem filmes para se assistir quando e onde quiser, quantas vezes se desejar, por um preço bem baixo.

E para adicionar pimenta nesse caldo, muitos dos filmes que estão no cinema, saem direto para essas plataformas, o que acaba desencorajando a ida a esses locais, bastando que se espere poucos meses para ver aquele filme que antes, só iria para uma televisão a cabo em seis a oito meses e na TV aberta depois de um ano, talvez.

PANDEMIA

Embora a maioria das restrições sanitárias tenham sido diminuídas, é inegável que a pandemia acelerou o processo de digitalização do mundo e por consequência, acostumou as pessoas a terem lazer em suas próprias residências.

Queira ou não, foi possível descobrirmos que é possível se divertir na televisão, com filmes baratos (conforme já dito nos tópicos acima), sem precisar irmos a cinemas.

OPORTUNIDADES DO CINEMA CONTINUAR VIVO

A MAGIA

Sei que no nosso mundo, o que conta é quanto sobra no nosso bolso no final do mês, mas tem coisa mais legal do que assistir aquele filme que você está com um hype lá nas alturas, em uma tela gigante, com vários desconhecidos que também estão na mesma vibe?

E quando saem aqueles gritos, palmas e comemorações, como se estivéssemos vendo um show ou que aquelas cenas fossem de verdade?

Pois é, essa é a magia do cinema. Foi assim que ele surgiu e esse é o principal motivo pelo qual ainda existe. Tela grande, som alto, grandes atores e tramas mexendo com nosso interior. Aquela impressão de que quando se passa da porta da sala de um cinema, o mundo fica para trás.

Estar-se ali, pronto para viver uma grande aventura.

Isso, nenhuma TV pode fazer.

PREÇOS – FIDELIDADE

Algumas das principais redes começaram a realizar planos de fidelidade (como o UCIunique da UCI), onde tendo-se um cadastro, e pagando uma pequena taxa na primeira vez, é possível pagar meia entrada em todos os filmes.

Esse é um bom caminho para combater os problemas financeiros e aumentar o fluxo de consumidores.

MAIS INTERAÇÃO

Hoje, mais do que simplesmente vender um ingresso, as pessoas estão atrás de grandes experiências. As companhias devem sempre tentar engajar os clientes como: cosplays no dia de estréia ou na semana, locais para se tirar foto junto a algo do filme, experiências após o filme, etc.

Tudo para que o dia e o valor gastos com o cinema valham acima do esperado.

PEGAÇÃO

Quem nunca beijou no cinema levante a mão…

Pois é, esse sempre foi um atrativo (talvez mais nas gerações antigas, mas ainda assim) do cinema e com certeza será um dos motivos pelos quais ele sempre será lembrado (eu mesmo, o primeiro beijo que dei em minha esposa foi no cinema. rs).

CONCLUSÃO

Creio que o cinema não necessariamente irá sumir, mas com certeza, se continuar nesse ritmo, irá diminuir bastante as salas e ofertas. Mas a humanidade e as gerações são cheias de surpresa. Quem sabe o segredo do cinema não seja virar algo “vintage” ou clássico, a ponto de sempre estar cheio?

Vai saber…

E você o que acha? Os cinemas vão continuar conosco durante o futuro ou estamos nos últimos dias da telona?

Observação: este que vos fala não é contra streamimgs, aplicativos ou tecnologia. Esse post foi apenas uma preocupação de alguém que ama a sétima arte e que já teve momentos incríveis e inesquecíveis junto de pessoas igualmente excepcionais e que ficaria muito triste de ver isso simplesmente desaparecendo como tantos outros negócios.

Rodolfo Bezerra
Trabalha com contabilidade a mais de 10 anos. No tempo livre, é escritor e publicou as obras Todas as Estrelas e a Última Estação (junto com seu primo Diego Betioli). Gosta muito de escrever e acredita que a arte pode melhorar o mundo e a vida das pessoas. É também um grande fã de Basket, principalmente da NBA e tem como hobby jogar esse esporte junto com os amigos. Fanático também pelos X-Men, não perde a oportunidade de sempre ter uma HQ dos heróis mutantes na mão. Contribui no Meta Galáxia nos assuntos Filmes e Quadrinhos, principalmente.

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