Já é de conhecimento da maioria dos jogadores de League of Legends do lançamento do novo campeão, K’Sante. O que é interessante reiterar aqui, ainda mais agora nesse mês de lançamento do ‘champ’, que também é o mês da Consciência Negra, é o design e origem do personagem.
K’Sante tem um contexto de criação muito interessante. Em todos os seus vídeos de divulgação, o novo campeão mostra diversas referências de regiões africanas. Quando se comparado a outras artes populares do universo geek, tudo que gira em torno dele lembra muito Pantera Negra e Wakanda.
Nazumah
Das poucas informações que já foram divulgadas, K’Sante veio de uma região chama Nazumah. Localizada ainda nas terras de Shurima, mas afastada dos lugares mais conhecidos, mais precisamente em um Oásis. Nazumah foi edificada ainda em meio ao caos, onde seu povo brigava com diversos monstros gigantes para serem detentores daquele Oásis. Isso foi feito com o propósito de viver longe dos Ascendentes (humanos magicamente alterados e transformados em “entidades celestiais”) e quaisquer outros tiranos próximos.
Após conseguir se estabelecer no Oásis, o povo de Nazumah se solidificou ainda mais suas estruturas e armas através da coleta de materiais raros que a caça dos monstros os oferece. Esse contexto de se afastar de lugares de tirania, viver a base de materiais raros, pronúncia e fonema do nome e todo o design étnico/racial, nos trás essa comparação citada sobre Wakanda. Shurima mesmo já nos um pouco de contexto regional, uma vez que ela tem como referência o Egito Antigo e o Império Núbio, mas é com Nazumah, e incialmente com K’Sante, que veremos uma inserção e aprofundamento maior deste contexto.
Lidando com preconceitos
Como já citado, a próprio origem de Nazumah tem como base se afastar e lutar contra impérios tiranos. Outro ponto onde o assunto sobre raça/etnia pode ser bem explorado é como K’Sante lidará contra os personagens no jogo. Durante as interações com os campeões é possível entender, ainda que de forma bem sutil, os questionamentos e provocações de K’Sante contra campeões que possuem mais recursos e privilégios.
K’Sante traz consigo também um fator interessante. Ele não é o primeiro campeão negro de League of Legends, mas é o primeiro LGBTQIA+ assumidamente desde seu lançamento. Inclusive, a sua skin de lançamento (Prestígio Empíreos) foi co-criada com o rapper Lil Nas X.
Bônus
Uma interação sobre essa característica de K’Sante para acabar com tirania e um ideia imperialista é a “Chega de Ascendentes”. Além disso, na sua apresentação é citado muito sobre sua desconstrução em seu orgulho e tantas outras coisas, fazendo referência novamente com Pantera Negra. Outra interação muito interessante, que tem um peso grande de adaptação da dublagem, é a de quando ele mata qualquer campeão falar: “Falador passa mal”. Fazendo referência a música de mesmo nome do grupo ‘Originais do Samba‘.
Outro fator interessante nas interações é que em algumas vezes K’Sante cita mulheres mais velhas como base para algum ensinamento ou referência para ele, seja sua mãe ou sua tia. Isso é um outro contexto muito presente nas culturas subsaarianas (principalmente do Oeste da África) e também no Brasil de, não só respeitar os mais velhos, mas principalmente as mulheres mais velhas. Elas são sinônimos de origem e sabedoria em diversas culturas das etnias dos povos negros.
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