Título Original: Pulp (2020)| Lançamento no Brasil: Julho/2021 |
Editora: Mino | Número de Páginas: 72 | Preço: 69,90 |
Roteiro: Ed Brubaker | Arte: Sean Phillips | Tradução: Dandara Palankof |
Sinopse de Pulp
“Max Winters, um escritor pulp na Nova York dos anos 1930, se vê atraído por uma história não muito diferente dos contos que ele produz a 5 centavos por palavra – contos de um fora da lei do oeste selvagem que faz justiça com seu revólver. Mas será que Max vai ser capaz de fazer o mesmo, quando velhos assuntos do passado voltam? Uma celebração à ficção popular, ambientada em um mundo à beira do precipício.”
Ambientada em um momento caótico da história americana com a quebra da Bolsa na década de 30, a história nos leva a conhecer Max, um escritor de quadrinhos que tenta sobreviver a isso da melhor maneira possível. Até que vamos descobrindo alguns detalhes a mais por meio de duas narrativas que vão se intercalando.
O que seria “Pulp”?
Ao ler a premissa de Pulp você talvez esteja de perguntando, o que seria uma publicação “pulp”? Certamente você já deve ter visto algo por aí, ou pelo menos, alguns dos frutos desse gênero.
Por volta de 1900, as revistas Pulp é o termo utilizado às publicações feitas com preços acessíveis, já que o papel era de baixa qualidade e feito da Polpa” das árvores. As revistas abordavam diversos gêneros de história, como por exemplo: fantasia, aventura, terror, espionagem, faroeste, romance, ficção e etc. E com o passar do tempo, foi ganhando cada vez mais força e popularidade.
As “pulp fictions” eram um tipo de entretenimento ágil e simples, sem grandes aspirações. Era algo para fazer parte do dia a dia das pessoas, tais como as séries de Tv. Embora muitos escritores respeitados (posteriormente) escreveram para pulps, as revistas foram mais conhecidas por suas histórias e capas apelativas, esbanjando sensualidade. Porém, muitos ícones da cultura pop surgiram de publicações Pulp, como por exemplo Zorro e Tarzan.
Os quadrinhos de super-heróis são considerados variações da literatura pulp. Como se o Pulp tivesse sido o embrionário para esse ramo, que viria a ganhar força no final da década de 1930. Isso se deve por conta do surgimento do Superman em 1938 e a chegada da segunda Guerra Mundial. E com o passar do tempo, a literatura pulp foi caindo, dando cada vez mais espaço aos comics de super-heróis.
Ficcção x Realidade
Um dos grandes trunfos de Pulp sem dúvida alguma é a sua narrativa. Brubaker sabe dosar muito bem a história alternando entre os momentos vivenciados por Max. Sejam quando eles se passam no mundo “real” ou quando ele escreve suas histórias de faroeste. E aqui também temos um belo exemplo de sintonia entre roteiro e arte.
Brubaker e Phillips fazem um casamento perfeito nesse quesito. Pois quando ocorre a mudança de narrativa, toda a arte e diálogos deixa isso muito claro. É como se estivéssemos de fato lendo uma revista pulp dentro da obra. Phillips deixa a arte com um ar retrô, meio envelhecida como se estivesse sendo feita no papel das revistas da época.
E acompanhando a arte, temos o texto impecável de Brubaker. Pois de forma muito sútil ele vai casando as duas narrativas e nos dando algumas pistas sobre Max e o contexto que o cerca. Por ser uma obra curta, falar mais que isso pode beirar deixar escapar algum spoiler e estragar a experiência da leitura de Pulp.
Pulp, vale a pena?
Pulp é o tipo de quadrinho que nos mostra que, quando uma história é bem contada ela nos fisga e transporta para dentro dela. E sim, Pulp é uma leitura e tanto. Por todos os detalhes que falamos acima, a obra é uma excelente introdução as obras desta dupla criativa. E também uma excelente opção para quem busca uma leitura um pouco fora do contexto de quadrinhos de super-herói.
A Editora Mino fechou um contrato de exclusividade com a dupla Brubaker / Phillips, e isso por si só já é um grande acerto. Os leitores brasileiros com certeza irão ficar bem satisfeitos com a leva de lançamentos que está por vir. O volume 1 de “Matar Ou Morrer” já foi lançado, e a pré-venda do segundo já se encontra disponível. Assim como outro trabalho da dupla “Meus Heróis Eram Todos Viciados“. É um bom momento para adquirir Pulp e os demais títulos, pois estão com um bom desconto.
E mais um detalhe: não se deixe enganar pela capa de Pulp e achar que ele é “apenas” um quadrinho de faroeste. Pois as vezes algumas pessoas que não curtem esse tipo de HQ podem passar batido por conta desse detalhe. A única ressalva de Pulp seria quanto ao seu tamanho. A HQ étão boa que acaba rápido demais e fica aquela sensação de que poderia ter mais páginas para vermos mais de Max e do seu mundo. Pulp é uma história curta, porém certeira.
E aí meu caro(a) leitor(a) do Meta Galáxia, espero que vocês tenham gostado da resenha. Pulp, da dupla Ed Brubaker e Sean Phillips. Esta foi uma leitura bem interessante de se fazer. A editora Mino foi certeira em trazer os trabalhos da dupla, e em Pulp sem dúvida alguma foi uma excelente carta de apresentação da dupla. Ansioso para os demais lançamentos. Até o próximo post e forte abraço!
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