Editora JBC agora faz parte da Companhia das Letras; grupo passa a publicar 20 selos editoriais, entre adultos, juvenis e infantis
A Editora JBC agora faz parte da Companhia das Letras. O anúncio aconteceu no último final de semana e, com isso, a editora leva o selo de mangás para o maior grupo editorial do Brasil.
Com as negociações, a Companhia das Letras passou a ter o controle de 70% da JBC – Japan Brazil Communication. A empresa, fundada em Tóquio no ano de 1992, tem como objetivo diminuir a distância cultural entre o Japão e o Brasil, criado pelo imigrante japonês Masakazu Shoji.
Mesmo com a fusão da JBC com a Companhia das Letras, as filhas de Shoji, Luzia e Marina, permanecem à frente da área comercial e editorial da empresa.
Mangás na JBC
A publicação de mangás na JBC teve início no começo dos anos 2000. A partir disso, foram mais de 200 títulos lançados, como os sucessos mundiais Cardcaptor Sakura, Samurai X, Cavaleiros do Zodíaco, Akira, Fullmetal Alchemist, Haikyu!!, Death Note, e o My Hero Academia, que já teve mais de 600 exemplares vendidos no Brasil.
Luiz Schwarcz, CEO da Companhia das Letras, afirma que “os mangás têm uma presença cada vez mais forte na cultura contemporânea e a chegada da JBC, uma referência na categoria, aumenta a nossa diversidade literária”.
Ele afirma que a Companhia sempre acreditou na força literária dos quadrinhos e por isso criamos, em 2009, o selo Quadrinhos na Cia. O CEO destacou, ainda, que a gestão da JBC continuará com as irmãs Shoji.
“Primeiramente, porque a editora vai muito bem; depois, porque são elas que conhecem as aspirações dos leitores de mangá no Brasil. Nossa missão é dar o apoio na distribuição, comercialização e divulgação”.
A diretora-geral da JBC, Marina Shoji, afirmou que a fase é positiva para a JBC no mercado brasileiro, tanto no segmento de mangás licenciados quanto no de obras nacionais. “Sentimos a necessidade de procurar alternativas que nos permitissem aproveitar essa oportunidade da melhor forma, principalmente por conta dos novos desafios que vêm se apresentando como consequência da pandemia de COVID-19”.
JBC e Companhia das Letras
Luzia Shoji, presidente da JBC, falou sobre as perspectivas para o futuro. “Fazer parte do maior grupo editorial do Brasil é motivo de muito orgulho para nós. Temos a certeza de que, com esta fusão, tudo o que construímos vai crescer ainda mais, beneficiando leitores, fãs e clientes”.
Já Masakazu Shoji enfatizou a preocupação em garantir que o público e as editoras japonesas continuassem a receber a mesma atenção e empenho dedicados até hoje. “Nesse sentido ficamos muito tranquilos, pois sabemos que com a Companhia das Letras a nossa missão será preservada”.
Desafios vividos pela JBC
O publisher da editora, Júlio Moreno, falou um pouco dos desafios vividos pela JBC. “Quando começamos a fazer mangá no Brasil, foi preciso explicar às gráficas que era possível imprimir um livro de trás para frente e convencer os distribuidores que o mangá era um produto para o público infanto-juvenil. E que, mesmo sendo quadrinhos em preto e branco, não eram livros infantis para colorir”.
Ele comemora a aceitação do público no País. “Felizmente o leitor brasileiro entendeu a proposta e percebeu a qualidade artística e de roteiro dos quadrinhos japoneses, tanto que já tivemos títulos da JBC no posto de livro mais vendido na Amazon”.
Com a chegada a JBC o Grupo Companhia das Letras passa a publicar 20 selos editoriais, entre adultos, juvenis e infantis.
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