Forest of Piano (Piano no Mori) – Netflix – Resenha

Forest of Piano (Piano no Mori) da Netflix é um anime muito interessante sobre a busca de sonhos e de encontrar a melodia certa sobre a essência. 

Forest of Piano (Piano no Mori) - Netflix - Poster

Exibição Original: 09 de Abril de 2018 à 02 de Julho de 2018
Título Original: Piano Forest, The Perfect World of Kai
, ピアノの森
Estúdio: Gaina| Nº de Episódios: 12
Avaliação: ★★★☆ (Bom)

Forest of Piano  (Piano no Forest) é uma adaptação do mangá de mesmo nome da mangaká  Makoto Isshiki. A obra contou com 26 volumes contendo 242 capítulos e foi publicado  de 1998 a 2015. Em 2007 a obra ganhou uma adaptação em formato de filme pelo renomado estúdio Madhouse. Agora em 2018 o mangá ganhou uma nova adaptação com um série de TV com 12 episódios que estreou na temporada de Abril / primavera de 2018 pelo modesto estúdio Gaina. E Forest No Piano foi adicionado a não muito tempo no catálogo da nossa querida Netflix, e ainda dublado. Mas e aí, vale a pena? Vamos a resenha.

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A premissa de Forest of Piano parte quando somos apresentados a Kai Ichinose, um garoto de origem humilde, cheio de energia e que mora em uma casa na floresta. E nessa mesma floresta existe um velho piano que muitos dizem ser amaldiçoado e que ninguém mais consegue tirar nenhum som de suas teclas. Em paralelo, conhecemos Shuuhei Amamiya, um garoto rico e considerado um gênio da música, devido a sua habilidade em tocar piano. Ele se mudou recentemente e acaba caindo na mesma classe de Kai. Incomodado por alguns valentões, Shuuhei acaba recebendo a ajuda de Kai, e com isso acabam indo para a tal floresta do piano. Ao chegarem lá, Shuuhei se surpreende pela história do piano ser verdadeira, e ele tenta tocar o mesmo mas sem sucesso. Porém Kai consegue tocar o instrumento naturalmente e com maestria, o que acaba impactando o jovem gênio. E a partir daqui, temos o começo de uma grande amizade / rivalidade entre esses dois garotos e os desdobramentos que irão acontecer nas suas vidas.

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Na escola onde os garotos estudam, temos um o professor Sousuke Ajino, que outrora fora um dos maiores pianistas do mundo, mas teve que abandonar a carreira por conta de um acidente. Ele acaba tendo um papel fundamental na trama por ser uma referência na música clássica que é temas e pilares que conduzem o anime, principalmente pelos ícones e gênios, Beethoven, Mozart, Chopin. Então os caminhos entre Ajino, Kai e Shuuhei acabam por se estreitar ainda mais. O anime acerta muito bem no desenvolvimento dos seus personagens, e esse é sem dúvida um dos pontos fortes de Forest of Piano.

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Logo vamos conhecendo um pouco mais de Kai e assim entendendo o porque dele ter aquele lado mais espontâneo e selvagem. O lado pessoal dele, todas as suas dificuldades e o relacionamento com a mãe são bem conduzidos e assim temos um personagem que vai evoluindo aos poucos e acaba abraçando a música como um sonho. Tem um talento nato para a música, mas que ainda está longe da perfeição. Um talento a ser lapidado. E isso desperta em Ajino um sentimento de voltar a tocar (principalmente a algo relacionado ao famoso piano da floresta) e assim ele aceita ser o mentor de Kai. Do outro lado da moeda, temos talvez o personagem mais interessante e profundo da obra: Shuuhei Amamiya. Sabemos que ele é rico, que é considerado um gênio e virou um amigo e rival de Kai. Até aí é algo bastante comum nessas obras você ter esse contra ponto do protagonista. Porém Shuuhei é um personagem muito interessante e que demonstra que é bem mais que isso.

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Pela ótica de Shuuhei vamos percebendo o quanto ele vai ficando frustrado com os seus resultados e o de Kai. Até aquele momento ele sempre era dedicado, mas ao conhecer o seu novo amigo, todo o seu status quo muda. Ele realmente passa a se questionar sobre o seu talento. Ele que nasceu em uma família de músicos, teve todo o treinamento e estrutura para chegar até ali, recebeu diversos prêmios ao longo dos anos, mas por que ele sente que nunca vai conseguir tocar igual ao Kai? No fundo, Shuuhei se questiona sobre a sua essência. Kai consegue transbordar seus sentimentos, toca as sinfonias com todo o seu coração, mesmo que lhe falte requinte e técnica. Já Shuuhei tem todo o reportório e treinamento a seu favor, não erra, sabe se portar, mas lhe falta algo. Lhe falta encontrar a sua identidade, ele ainda não tem a sua própria música.

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E essas questões mais intimistas são muito bem trabalhadas em Forest no Piano. A trama dá um salto no tempo e vemos que vários desses dilemas, rivalidades ainda existem mas elas não são apenas motivações bobas. Elas realmente interferiram no desenvolvimento dos personagens e notar que os mesmos amadureceram como pessoas e músicos é bem gratificante. No decorrer dos episódios vão aparecendo outros personagens secundários bem interessantes (como a Princesa do Banheiro) que vão aos poucos formando um grupo de personagens interessantes e que juntos compartilham o sonho de se tornarem exímios músicos. Claro, cada qual com sua motivação e desejo.

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Outra coisa bem bacana de se observar é que o anime mostra também o lado dos jurados das competições em que os personagens acabam participando. Em Forest of Piano podemos ver o quanto é difícil estar desse lado também. Em determinado momento eles se reúnem e tem que tomar uma decisão muito difícil em relação a um dos personagens. O dilema é o seguinte: o músico fez uma apresentação cheia de erros de etiqueta, fora das normas estabelecidas pelas regras da competição. Por outro lado, a música que ele tocou emocionou a todos da plateia, com um estilo único. E agora, seguem os protocolos e desclassificam essa pessoa ou seguem o coração e dão mais uma chance? Um dilema muito interessante entre a razão e a emoção.

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Apesar de todas as qualidades que falamos acima, a obra tem alguns problemas. Na parte técnica notasse que a obra é de um estúdio até então desconhecido e sem muita expressão, e parece que os recursos não eram muitos. É uma produção humilde e que carece que uma animação um pouco melhor. Em diversos momentos fica nítido que a animação perde fluidez e o uso de CGI em algumas cenas soa no mínimo estranho. Não combinam muito com a proposta do anime. Para compensar isso, o anime tem uma excelente trilha sonora (até porque não poderia errar nessa parte). A todo instante somos apresentados a diversas sinfonias, peças de piano que simplesmente encantam. Por outro lado, ao longo dos episódios Forest of Piano poderia ter falado um pouco mais sobre os artistas como Chopin e etc. Seria legal ver um pouco mais sobre eles e também como funcionam de forma mais detalhada os concursos, tipo um passo a passo para iniciantes.

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Forest of Piano é um anime simples e com suas limitações. porém tem uma ótima premissa e personagens carismáticos. Só de acompanhar a trajetória desses personagens, vê-los em dilemas, amadurecendo e indo em busca de seus sonhos já é algo que vale muito a pena. A segunda temporada já foi confirmada para janeiro de 2019. Ao final dos 12 episódios de Forest of Piano ficamos com aquela sensação de que vimos uma obra honesta e cheia de personalidade,  que promete render bons momentos para a próxima temporada, pois realmente é promissora. Vamos aguardar a próxima sinfonia. (E só um adendo: talvez depois de ver esse anime, você vai começar a escutar música clássica. Talvez..)

Bem, vamos ficando por aqui. Esperamos que vocês tenham gostado na nossa resenha. Foret of Piano (Piano no Mori) é uma obra que encanta e faz refletir devido aos dilemas dos personagens. Foi uma ótima adição ao catálogo da Netflix. Para mais resenhas de animes aqui no Meta Galáxia, fique de olho!

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Análise Crítica
Data
Título Original
Forest of Piano (Piano no Mori) - Netflix
Nota do Autor
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André Betioli
Contador formado e atuante de profissão. Grande fã da cultura pop em geral. Amante da cinema, quadrinhos e animes, e através disso tentando entender um pouco mais da realidade através da ficção. Considero Os Cavaleiros do Zodíaco a melhor coisa já feita pela humanidade.

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