Death Note (anime) | Análise

L e Kira, rivais em Death Note.
Nome: Death NoteData: 2006
Estúdio: MadhouseCriador: Tsugumi Ohba e Takeshi Obata
Diretor: Tetsuro ArakiEpisódios: 37 (~20 minutos cada)

Sinopse:

Light Yagami é um estudante japonês genial. Entediado com a rotina e sem esperança com a humanidade, ele encontra uma maneira de mudar as coisas. Um caderno, chamado Death note, capaz de matar aquele que tiver seu nome escrito nele. Com isso, Light inicia uma série de julgamentos que visa eliminar aqueles que tornam o mundo ruim. O que ele não esperava, era que L, o maior detetive do mundo, iniciasse uma perseguição à Light que enfrenta o raciocínio genial do detetive em busca de criar seu mundo perfeito.


Death Note não é só um caderno!

Qualquer um que leia a sinopse imagina imediatamente que a coisa mais atrativa da história se trata do caderno. Com isso, a surpresa ao ver o quanto o embate entre os dois protagonistas é incrível, gera uma sensação diferente. Apesar de dar nome ao anime, o Death Note é só uma faísca que acende a grande fogueira que é o embate entre L e Kira. Assim sendo, este é um grande acerto do autor, que tinha material suficiente para tornar a história interessante por várias vias diferente. Mesmo que após assistir o anime fique difícil acreditar que a história funcionaria tão bem de outro jeito.

Death Note é claramente diferente, mas não imune a alguns defeitos. Talvez a maior qualidade, que é os planos mirabolantes e o “Eu sei disso, mas ele talvez saiba que eu sei e faça algo a partir disso, mas se ele sabe que eu sei que ele sabe, pode pensar nisso também…” se torna incrível quando os personagens realmente cogitam todas as possibilidades. Analisando do ponto de vista do autor, fica mais incrível ainda o fato de ter que fazer contra ponto a ele mesmo sem que fique forçado ou incoerente.

“Tá, mas e o defeito?” você pergunta…

O autor as vezes acha necessário explicar absolutamente cada passo de L e Kira e cada atitude de ambos, o que nem sempre é necessário e desafia a capacidade de raciocínio do leitor/telespectador. A análise é do anime, mas no mangá, por exemplo, os balões de fala preenchem páginas inteiras. Alguns planos mirabolantes demais realmente necessitam seus esclarecimentos, mas existe um mínimo do que precisa ser dito e alguma coisa deveria ser dever do leitor interpretar. Seria até uma oportunidade de quem acompanha a história de se sentir parte do embate.

Este defeito é, basicamente, o grande atraso da história, que se torna mais claro e incômodo ainda após o episódio 25, que eu vou falar mais dele lá pra frente. Sem este detalhe, os primeiros 25 episódios são incríveis. O trabalho dos personagens é ótimo, as quebras de expectativa também e o enredo é desenvolvido com uma certa naturalidade, ainda que de vez em quando trave demais devido ao problema que expliquei antes.

Primeira fase incrível…

Esta “primeira fase” do anime se encerra de maneira incrível com um dos planos mais bem bolados (e incrivelmente crível) de todas as histórias que já vi. Muitos acham forçados, mas eu sinceramente acredito que não era difícil, pelo que foi apresentado de Light, que ele fosse capaz de prever aquilo tudo.

Já L, com sua moral inabalável, jamais perde a confiança em suas deduções iniciais e naturalmente, por ser aquele enganado, gera um carisma excepcional. O episódio de sua morte é todo trabalhado para que sintamos mais ainda sua perda e aquele aperto no coração é inevitável ao ver sua queda. Porém, apesar de gostar ou não, foi um encerramento digno para o confronto. Um clímax bem construído e que mostra toda a capacidade dos dois personagens. L venceria Kira de sua maneira, enquanto Light tinha a vantagem de conhecer todos os segredos do caderno e do mundo Shinigami.

Independente do vencedor naquele momento, a história teria sido bem encerrada. Um enredo redondo e o confronto que era o foco do anime terminado magistralmente. O grande problema, que tira Death Note da galeria 10/10 é a opção de continuar a história. Não sei se foi falta de coragem em deixar o “mal” vencer ou já era planejado desde o início (eu duvido), mas tudo que vem depois disso parece forçado.

…mas ai vem a segunda.

Near não tem o carisma de L, ainda que seja quase idêntico, o que não justifica sua existência como personagem. Mello é chato. Light se torna burro de repente, Misa perde seu carisma e a história entra numa fase cheia de exageros e incoerências incríveis que quebram tudo que veio antes. Talvez a opção de trabalhar tantos personagens seja a causa dessa queda. Antes, basicamente era Kira x L com uma participação maior de Misa, enquanto os outros serviam somente para ouvir as explicações de L (assim como Ryuuku para ouvir as de Light, uma premissa para explicar as coisas pro leitor).

Não há tempo de tela suficiente para todos e a manipulação de tanta gente ao mesmo tempo torna os planos menos criveis do que eram antes. Isso considerando o aumento nas variáveis. A existências de outro caderno vai contra a premissa do inicio do anime, onde se falou que era uma coisa rara de se acontecer e fica difícil acreditar que há tantos ao mesmo tempo na terra.

Muitos podem gostar da segunda metade por ver Kira perder. EU, particularmente, mesmo torcendo para Light, certamente preferia que L vencesse. Desde que fosse naquele episódio 25, em que as coisas se fecharam de maneira maravilhosa. Independente do vencedor, era a hora para acabar. Não podemos, entretanto, separar somente a parte boa e dizer que a história é incrível por causa daquele corte. O restante faz parte e infelizmente é ele que destrói o anime de forma geral.

Conclusão de Death Note

Assim sendo, um grande mérito dos autores era a discussão entre moral e ética que a todo momento era levantada por alguns personagens (principalmente Matsuda). Todavia, nesta segunda metade, mais do que nunca o autor assume um lado e torna Light um vilão, com uma mudança de personalidade até repentina.

O próprio L, na busca de seu objetivo de capturar Kira, vai contra a lei em alguns momentos. O que consequentemente o torna parecido com Light. Algo que o autor deixa claro pela voz do próprio L que menciona que não gosta de perder também. O “jogo” entre os dois no final das contas toma conta da história e se torna mais importante não só para quem acompanha, mas para os próprios personagens.

Quando o jogo acaba, nem sempre é bom trazer novos jogadores…

ANÁLISE CRÍTICA - NOTA
Anime
Wesley Medeiros
Quem quiser saber quem sou, olha para o céu azul...Amante de infinitas coisas, desde animes, games, filmes, séries, música, futebol, literatura...Toda e qualquer uma dessas artes, mas, principalmente, a escrita, que torna minhas palavras imortais igual ao meu tricolor!
analise-death-note-anime Nome: Death NoteData: 2006Estúdio: MadhouseCriador: Tsugumi Ohba e Takeshi ObataDiretor: Tetsuro ArakiEpisódios: 37 (~20 minutos cada) Sinopse: Light Yagami é um estudante japonês genial. Entediado com a rotina e sem esperança com a humanidade, ele encontra uma maneira de mudar as coisas. Um caderno, chamado Death note, capaz de matar...

2 COMENTÁRIOS

  1. O mais triste disso tudo, é que os dois autores sabiam que a historia depois da morte do L seria um desastre, veja Bakuman, são muitas indiretas feitas a Shonen Jump, que é muito caça niquel. Reza lenda que o Akira queria terminar DB varias vezes, mas a Jump o forçava a continuar, e ele fazia os viloes baseado nos “manda chuvas” da Jump. Não duvido que a Jump teve dedo na guerra ninja de naruto (alem de certa incopetencia do Kishimito). E tem teorias sobre o Togashi, que ele faz os hiatus de proposito, para HxH não ter vendas ainda maiores, e a Jump começar a colocar o dedo no meio de tudo pro Togashi esticar ate estagnar, por isso que ele faz no ritmo dele do jeito que ele quer (faz mais sentido do que a teoria do Dragon Quest kkkkk), e vendo Bakuman, não duvido que muitas dessas coisas sejam verdade, Shonen Jump no fim de tudo é um cancer.

    Nessas horas eu elogio o Oda ainda mais, em não ter perdido o rumo da historia até hoje, e até faz sentido o Oda ser o “queridinho” da revista, o proprio cara adora trabalhar kkkkk

    • É uma questão que talvez seja mais exposta na Shonen Jump por ser a maior de todas, mas que sem dúvidas deve se extender às demais empresas do ramo. Infelizmente muitos japoneses que trabalham na área sofrem com a pressão de prazos, poucas obras como Dragon Ball e One Piece possuem culhão para serem lançados com certos hiatos. HxH acredito que seja uma questão de saúde do autor, não imagino o Togashi enganando a Jump tão facilmente.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here