Arco Little Garden – One Piece | Análise

Após saírem de Whisky Peak e rejeitarem a ajuda de Miss All Sunday para irem direto a Alabasta, o bando para em Little Garden, uma ilha diferente das outras. Ainda na pré-história, o local conta com dinossauros e o resto da fauna bem específica. Além disso, dois gigantes moram no local, disputando uma estranha batalha até a morte, que já dura mais de 100 anos. No seu encalço, ainda está a Baroque Works, que persegue aqueles que conhecem o segredo de Crocodile e Mister 3 é designado a acabar com Vivi e a tripulação de Luffy.

No minimo, esquecível…

Servindo de desenvolvimento à Baroque Works, a Grand Line e introdução aos guerreiros de Elbaf, Little Garden tem pouco a oferecer em relação a história e mitologia da série. É um dos arcos mais esquecível em muitos aspectos e tem como única consequência a ida até a ilha onde o bando conhecerá Chopper. Ser esquecível para a história em geral não é um defeito tão grande assim quando o arco é bem desenvolvido, contém boas lutas e um enredo interno capaz de prender e este é o caso de Dressrosa, já em Little Garden a coisa não funciona tão bem assim.

A história tem como grande ponto interessante a luta entre os dois gigantes de Elbaf. A luta de mais de 100 anos chama a atenção e da o gatilho dramático para o arco, que é a tentativa de interromper a luta e capturar os dois que possuem uma altíssima recompensa. O plano maligno de Mister 3, no entanto, acaba soando muito mais como um episódio de Pokémon, onde os atrapalhados Jessie e James tentam pegar o valioso Pikachu. A questão é que os dois plots (dos gigantes e da Baroque Works) não casam muito bem e durante os 8 episódios do arco tudo soa meio desconexo. Fosse outra a motivação dada para o envolvimento dos dois plots, creio que tudo funcionaria melhor.

Mais uma vez, nada acontece

A ausência de consequência maiores também incomoda. Como não poderia deixar de ser, todos saem felizes e intactos (menos Nami, mas de maneira conveniente). A grande consequência, que poderia ser o aumento da fúria de Crocodile sobre os Bando de Luffy, acaba amenizada graças a impressionantemente conveniente conversa entre Sanji e o Shichibukai. Tal conversa chega a ser bizarra e diminui a impressão de ameaça que o vilão deveria passar. Foi o grande erro de Oda que quebra parte da expectativa que ele mesmo havia criado sobre o nome do vilão. Nesta cena, em específico, Crocodile soa burro e inocente e não um monstro ameaçador, frio e calculista.

Outra coisa que incomoda, é o uso das habilidades. A habilidade de vela é bem estranha. Claro que Mister 3 é um vilão mais do que secundário, mas ao antagonizar todo um arco, deveria soar mais ameaçador. Ainda que seu uso da fruta seja criativo (o que Oda demonstra bem ao longo de todo anime), não é interessante o suficiente para todo tempo que a luta dura. Muito mais interessante e mal aproveitada, é a habilidade de emoções através das cores. Fosse bem usada, esta habilidade poderia render cenas muito mais interessantes e lutas mais divertidas, mas Oda a relega ao secundarismo.

Nem tudo é ruim em Little Garden, claro!

Como pontos positivos, fica a utilização da ilha, novamente, para desenvolvimento das loucuras e desafios da Grand Line. A ótima explicação para a ilha ser pré-histórica, que acaba sendo um fator mal utilizado também, ficando sobre como característica do local mesmo e não muito útil para a história. E a já mencionada história dos gigantes e seu desenvolvimento dramático, ainda que soe desconexo com o plot da Baroque Works.

Com a acertada decisão de deixar aberta a luta entre os dois gigantes, alimentando o imaginário do telespectador, a história se encerra de maneira mediana, falhando naquele que provavelmente era seu objetivo – preparar terreno e criar expectativas para o arco principal da saga, Alabasta. Com isso, é um arco facilmente esquecível em que como lembrança fica somente a apresentação de Elbaf e seus guerreiros, que ainda devem ter muita importância na história.

Wesley Medeiros
Quem quiser saber quem sou, olha para o céu azul...Amante de infinitas coisas, desde animes, games, filmes, séries, música, futebol, literatura...Toda e qualquer uma dessas artes, mas, principalmente, a escrita, que torna minhas palavras imortais igual ao meu tricolor!

2 COMENTÁRIOS

  1. Gostei da ambientação da ilha e o humor (nessas coisas o Oda sempre acerta), mas aquele lance das velas foi bem enrolado e desnecessário, e a maioria do bando foi inútil nesse arco (principalmente o Sanji que só teve aquele diálogo com o crocodille no fim), mas ainda bem que acabaram com aqueles 4 membros da Baroque Works aí (apesar de não me lembrar do que aconteceu com a menina das tintas), e os gigantes são bem carismaticos, e a explicação no final do pq eles estavam lutando me tocou, e acho que eles vão ser bem usados antes do fim do manga (o mais provável).

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