Ficha Técnica | |
Nome: Strong World | Data de Lançamento: 12 de dezembro de 2009. |
Duração: 1h55min | Diretor: Munehisa Sakai |
Formação do bando: Luffy, Nami, Zoro, Usopp, Sanji, Robin, Franky e Chopper. | Cronologia: Após Thriller Bark |
Praticamente todos os filmes de One Piece que se passam na primeira parte da Grand Line são absolutamente descartáveis. Porém, já em ‘Os Mechas do castelo Katakuri’, no entanto, surgia uma tentativa de conectá-lo com a história principal. Assim, até por ter uma conexão direta com o Capítulo 0 do anime – de mesmo nome – Strong World traz maior relevância e consequentemente interesse para seu roteiro.
Um Grande Vilão para Strong World… Era a expectativa…
Desde o especial que serve de prévia para o filme, criou-se uma expectativa enorme em cima de Shiki, o Leão Dourado. O personagem despontava como um dos grandes, ao lado de Roger, Barba Branca e Garp – os nomes conhecidos até aquela época. O filme o introduz de maneira a manter essa sensação de grandiosidade, com Shiki atacando a Marinha e Garp discursando sobre seu retorno. Todavia, o grande plano que fez com que ele ficasse convenientemente parado durante 20 anos nunca ganha forma. Simplesmente não há qualquer justificativa pra Shiki ficar por longos 20 anos parado. Mas, isso não seria problema já que até da pra relevar se houvesse um plano posto em ação – o que nunca ocorre. O plano de Shiki se resume a atacar o East Blue, ponto!
A ideia serve bem como um pano de fundo para o envolvimento do bando de Luffy, assim como as habilidades de Nami – apesar do clichê da donzela em perigo. Como a maior parte do bando vem do East Blue, a sensação de perigo a personagens conhecidos do público é maior. Todavia, como eu mencionei antes, essa questão só funciona pra justificar o envolvimento dos protagonistas e não o do vilão, ironicamente. É uma falha de roteiro gritante que prejudica o desenvolvimento do vilão e não casa com a tentativa de construir sua grandiosidade.
Animação de Novo Mundo
Fugindo um pouco do roteiro, vamos para o aspecto em que o filme se destaca: Animação! Claro que normalmente filmes possuem um orçamento e tempo maiores, consequentemente, mais qualidade. O que Strong World entrega, todavia, é um salto absurdo de qualidade em relação aos anteriores. Em todos os aspectos da animação, o longa da de dez a zero em seus antecessores. Porém, não é só na qualidade que a animação chama a atenção, mas também na caracterização dos personagens. Qualquer pessoa que tenha assistido ao pós-time skip e veja este filme, notará diversos detalhes. Aparentemente, o filme serviu de teste para coisas que foram colocadas em prática no Novo Mundo: O traço da animação, a cor de pela da Robin, a proporção do corpo dos personagens – Nami e Robin ‘ganharam’ corpo e Luffy e seu Chapéu estão mais parecidos com sua versão no Novo Mundo.
A qualidade se extende às lutas, porém, com o mesmo problema dos anteriores, onde gasta tempo no roteiro com cenas que poderiam ser cortadas e dando poucos minutos para as lutas finais. Sanji e Zoro, por exemplo, ganham no máximo dois minutos de lutas cada um, o resto, só assiste. É a mesma falta de equilíbrio que se via nos filmes antigos. Luffy e Shiki, naturalmente, ganham mais tempo de tela, mas ainda assim nada muito emocionante é mostrado, além do ataque que finaliza o vilão, que naturalmente é grandioso, como ocorre no anime; mas sem a mesma construção, não há o mesmo impacto.
Mas o vilão não era forte?
Como o roteiro é do próprio Oda, fica difícil criticar a questão de coerência no nível de força, afinal, quem decide quem é forte e fraco é ele. Não sei se o filme precisava de um personagem grande pra chamar a atenção e daí surgiu Shiki, mas a derrota do personagem não tem como não soar estranha. Uma simples desculpa pra enfraquecer o vilão ou o bando todo o enfrentando junto, amenizaria o problema. Nesse sentido, acredito que Stamped funciona melhor e Bullet parece ser uma segunda tentativa do que foi feito com Shiki, só que mais coerente.
Em conclusão
Em suma, Strong World é um bom filme, que trás uma conexão que antes não havia com a história principal e da um novo rumo aos filmes de One Piece. O longa acerta em diversos aspectos, o humor tradicional da obra de Oda e uma animação linda e traçadora de rumos. A falta de um enredo capaz de prender e o mal desenvolvimento de Shiki e sua ameaça, estragam parte da experiência. É um Shounen, certo? Pois bem, na ausência de roteiro, uma boa luta salvaria, mas nem isso temos. Por fim, o saldo é positivo, mas poderia ter sido maior.
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