Ano: 2017 |
Título Original: Ghost in the Shell |
Dirigido por: Rupert Sanders |
Avaliação: ★★★★☆ (Ótimo) |
Adaptações são sempre um assunto que rende discussões, afinal tem os que gostem de algo extremamente fiel e outros que já são mais maleáveis a mudanças e novos elementos, trazendo algo novo. E ambas as formas podem dar um belo filme, mas tudo depende da forma como isto é contado. Ainda mais em uma adaptação Hollywoodiana de um material oriental, que sempre vem com desconfiança, e com razão, já que tivemos algumas bombas (Dragon Ball Evolution) certo tempo atrás. Mas, Ghost In The Shell é uma exceção e consegue se sair muito bem.
A trama segue mesclando alguns elementos do filme em anime (1995) com a série de TV também em anime Stand Alone Complex (e ambos se apoiando no mangá de Masamune Shirow). Temos a Major (Scarlett “perfeição” Johansson) no papel da protagonista, e assim acompanhamos a sua construção (literalmente) juntamente com a equipe da seção 9 responsável por resolver casos de crimes cibernéticos, que logo é acionada para tentar resolver um caso onde um cyber-terrorista está tramando algo maior do que apenas hackear informações. O roteiro do filme pode não ser tão profundo como da animação, mas os questionamentos existenciais, quanto a vida humana versus máquina estão presentes. E visualmente falando, é um filme deslumbrante. Toda ambientação, os hologramas pela cidade, os efeitos especiais dos combates estão incríveis. Tem muito fan service de qualidade inserido no longa. o ritmo do filme é bom, sabendo equilibrar os momentos de calmaria com ação de qualidade. Além da Major os personagens secundários também tem seu charme e carisma, principalmente Batou (Pilou Asbæk) e o antagonista Kuse (Michael Pitt), ambos talvez tenham os melhores diálogos do filme em cena com a Major.
Por fim A Vigilante do Amanhã – Ghost In The Shell é um filme que soube adaptar muito bem o seu material original (tarefa extremamente difícil, levando em conta o nível de GITS é uma das maiores referências do sci-fi , ficção e cyber punk), com algumas mudanças aqui e ali, simplificou algumas coisas que eram mais robustas e complexas, deixando um melhor entendimento para um novo público e respeitando os fãs que já conheciam a obra. Isso mostra como uma adaptação deve funcionar, trazendo algo novo mas que em sua essência é possível ver os elementos material original. Resta torcer para que o filme arrecade bem nas bilheterias e que venham mais adaptações com esse nível de qualidade, assim quebrando de vez o estigma de que obras orientais ou de games não terem adaptações dignas. GITS prova que é uma bela adaptação e não apenas uma casca vazia, mas tem sua alma.