Doutor Sono – Resenha, é a continuação direta do filme e do livro O Iluminado. A obra homônima de Stephen King foi lançada em 2013 e ganhou sua adaptação rapidamente já em 2019.
Sabemos dos desentendimentos entre o diretor de O Iluminado Stanley Kubrick e King. O escritor não reconheceu a adaptação por ser muito diferente do seu livro, já o público aceitou muito bem e soube separar as duas obras em “caixinhas” diferentes. A impressão que tenho de Doutor Sono é que ele tenta conciliar os dois universos, e na minha opinião fez isso muito bem.
O filme foi escrito e dirigido pelo diretor de A Maldição da Residência Hill, Mike Flanagan, e segue muito bem o livro, dentro das limitações de uma adaptação. O interessante é ver como algumas coisas são fieis a obra de King, mas como a fotografia e a trilha sonoro mantém a característica de O Iluminado. É uma fusão das obras.
Atenção, contém pequenos spoilers
Enredo – Doutor Sono – Resenha
Doutor Sono conta a história de Danny Torrance, brilhantemente interpretado por Ewan McGregor, 30 anos após os acontecimentos de O Iluminado no malígno Hotel Overlook.
Danny tenta suprimir sua iluminação sendo alcoólatra, tal como seu pai Jack Torrance (Jack Nicholson) o fez. Mas, com um pouco de ajuda de seu velho amigo Dick, ele acaba indo para uma cidade no interior na qual tenta recomeçar do zero, abandonando o vício, e trabalhando em um hospital como enfermeiro.
Durante essa primeira parte do filme, você percebe que os poderes de Danny continuam fortes.
Paralelamente a esses acontecimentos, somos introduzidos a uma galerinha que ainda não havia sido apresentada nos eventos de O Iluminado. Eles são o Verdadeiro Nó, um grupo de “pessoas” que se alimentam do pavor, ódio, desespero e medo de seres humanos, que são extraídos dos iluminados em forma de “vapor”.
A líder desse grupo do Verdadeiro Nó, e principal antagonista de Doutor Sono, é a Rose (Rebecca Ferguson). Ela anda com uma cartola (que possui poderes no livro, mas não no filme) e persegue os personagens com sensualidade e uma dose de terror. Além disso as cenas em que o Verdadeiro Nó torturam um garoto, é bem agoniante!
Doutor Sono – Resenha
É nesse momento que conhecemos a Abra (Kyliegh Curran), que sente a tortura que o menino está sofrendo e passa a “espiar” o grupo. Rose percebe a presença de Abra. Em seguida Abra começa a investigar sobre o menino que teve sua alma devorada e acaba sendo descoberta por Rose e o Verdadeiro Nó. Eles só não contavam que Abra fosse um ser iluminado tão poderoso, a ponto de pregar peças e armadilhas em Rose, The Hat.
No livro fica muito claro que Abra só desenvolve essas habilidades de armadilha porque tem Danny como seu tutor, seu professor. O que é citado no início do filme: Danny é para Abra o que Dick foi para Danny. Mas isso fica bem de pano de fundo na obra das telonas.
O diretor puxou bastante para a nostalgia. Ponto positivo na minha opinião, além de reviver a atmosfera de O Iluminado, você também vai revisitar o Hotel Overlook 39 anos depois.
Fotografia e Trilha Sonora
A direção artística do filme está impecável. A equipe de Flanagan é a mesma que o ajudou na grande série da Netflix. Pode esperar uma tonalidade mais sombria, fria, e um clima bem ao estilo do filme O Iluminado. Aliás, como já disse acima, você vai fazer um tour nostálgico pelo Overlook que vai te deixar pregado na cadeira do cinema.
Tem um aparição especial também, no Salão Dourado do hotel maldito.
A trilha está sensacional, só acho que exageraram um pouco nas “batidas” de coração, mas é muito bem construída se apoiando no seu predecessor. Ela ajuda a dar o clima tenso e de expectativa acompanhando muito bem a fotografia.
Conclusão – Doutor Sono – Resenha
Com grande atuação de Ewan McGregor, um elenco poderoso com destaque para a atriz que interpreta Rose, cujo a atuação revela as cenas mais bem construídas do filme, Doutor Sono é um filme quase obrigatório para fãs de terror, de Stephen King e de O Iluminado. Além disso, tem muitos detalhes que você só vai entender se ler o livro, o que é muito convidativo. Aviso: o livro é muito mais sombrio e violento.
Aliás, em um ano cheio de Stephen King – It: Capítulo 2, Pet Sematery e Campo do Medo, Doutor Sono foi o que se saiu melhor.
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