Filme Venom – Resenha

Filme Venom – Resenha

filme venom resenha

Título Original: Venom
Ano: 2018
Direção: Ruben Fleischer
Avaliação: ★★★ (Bom)

A Sony Pictures lançou no dia 04 de outubro desse ano o longa Venom, dirigido por Ruben Fleicher (Zumbilândia) e estrelado por Tom Hardy (Mad Max, Dunkirk), Michelle Williams (O Rei do Show), Riz Ahmed (Rogue One), entre outros famosos nomes.

O enredo do filme gira em torno de Eddie Brock (Tom Hardy), um repórter investigativo (e sensacionalista) de renome, que por sua vez é “obrigado” a entrevistar o criador da Fundação Vida, Carlton Drake (Riz Ahmed), e acaba descobrindo que a Fundação está promovendo experimentos ilegais em seres humanos.

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Em busca de provas, o repórter acessa documentos profissionais de sua namorada, Anne Weying (Michelle Williams) e a tentativa frustrada de divulgação do arquivo confidencial dela acarreta a demissão de Anne e de Eddie. O noivado de ambos termina, tornando Eddie mais um desempregado morando em um minúsculo apartamento em São Francisco.

Sem nada a perder, o repórter opta por prosseguir com as investigações tão logo é procurado pela cientista Dora Skirth (Jenny Slate), que oferece um meio para aquisição das provas de que Eddie precisa para confirmar a veracidade de suas alegações. Para tanto, o leva ao laboratório onde ocorrem os experimentos, local onde o simbionte Venom vislumbra uma oportunidade para habitar o corpo do jornalista.

O simbionte se interessa pelo hospedeiro, que aparentemente parece se adequar ao novo parasita, criando, inclusive afeto pelo mesmo. A partir de tal momento, o longa prossegue expondo a relação de ambos de forma burlesca, em um estilo um tanto “Deadpool versão  Nutella.

De antemão já enfatizo, não deixa de ser um filme divertido, contudo, para sentir apreço por ele é necessário desapegar do universo HQ Marvel.

Para quem não conhece, Venom foi inserido na Marvel em dezembro de 1984, na HQ n° 8 de Guerras Secretas, quando o homem-aranha danifica drasticamente seu uniforme tradicional em uma luta no planeta Bionder, e em busca de algo para vestir, encontra uma substância preta viscosa e disforme que se conecta ao seu corpo.

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Em um primeiro momento o heroi se encanta com sua nova roupa, pois além de deixá-lo mais forte, traz confiança. Durante um bom tempo as coisas permanecem dessa forma, até que o homem-aranha começa a estranhar o fato de acordar constantemente muito cansado e passa a investigar quais as possíveis causas dessa estafa.

Descobre então que na realidade sua amada “roupa” chama-se Venom, que por sua vez é um alienígena parasitário que durante a madrugada combate outros vilões utilizando-se de sua carcaça. Transtornado, Peter consegue arrancar a “roupa” e momentaneamente aprisiona o simbionte, que passa a nutrir ódio intenso contra o aranha.

No momento em que consegue se libertar, Venom trava uma batalha contra o homem-aranha, que somente termina em uma igreja quando o heroi toca os sinos da basílica e fere gravemente os sensores auditivos do simbionte, muito vulneráveis a ondas sonoras. Peter Parker sai desgastado da luta, acreditando fielmente ter tirado a vida do alienígena, quando de fato este estava apenas buscando um novo hospedeiro perfeito, que seria um cara chamado Eddie Brock.

Nos quadrinhos Eddie é um jornalista que consegue a primeira página do jornal Clarim Diário em decorrência de uma matéria onde desmascara um serial-killer conhecido como Devorador de Pecados. Ocorre que, o homem apontado pelo repórter e na verdade uma fraude descoberta pelo homem-aranha. Essa revelação faz com que Eddie perca o emprego e a noiva e paralelamente ainda descubra o início de um câncer.  

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Desolado, Brock procura consolo na casa de Deus, exatamente onde havia ocorrido a luta entre Venom e o homem-aranha. O simbionte sente o ódio do jornalista pelo heroi e prontamente nota que ele é um hospedeiro impecável para suas finalidades (lembre-se das cenas iniciais de Homem-Aranha 3, também produzido pela Sony).

Vale salientar que, em regra, a raça dos simbiontes sempre busca hospedeiros perfeitos, mas se houver algum desequilíbrio químico ou dúbia moralidade o parasita pode ser corrompido, transformando-se em uma criatura selvagem e violenta. Venom, além de corrompido, possui a particularidade de não querer apenas sugar a vida de seu hospedeiro como os demais de sua raça, mas sim de unir-se a ele para controla-lo inteiramente.

Ou seja, diferentemente do que o longa de 2018 nos mostra, Venom não é um alien bonzinho, com uma fome espantosa e que deixa Eddie controla-lo, inclusive escolhendo como alimentá-lo. Venom é cruel, grotesco, puramente gore e capaz de influenciar negativamente a mente de Brock nutrindo cada vez mais seu ódio pelo homem-aranha.

Eu, particularmente, achei o filme leve e agradável, porém não foi capaz de prender atenção e, conforme já esperado, ficou longe de superar as expectativas. O fato é que quem conhece o mínimo dos quadrinhos aguardava cenas sanguinárias, assustadoras, de puro horror, que causassem repulsa, plenamente condizentes com a personalidade do personagem, ao invés de um cinema lotado e repleto de gargalhadas quando Eddie autoriza que Venom arranque uma ou outra cabeça.

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À título comparativo, não posso deixar de concluir que talvez o longa tenha idealizado demais a criação originária de Venom, feita por um jovem escritor de nome Randy Schueller, que em 03 de agosto de 1982 vendeu seu personagem para a Marvel por 220 dólares. Afinal de contas, cristalinamente o filme é mais um caça-níquel que, opostamente ao desejado pelos fãs, deixou de mostrar a originalidade possessiva de um rico personagem em prol de uma censura de 13 anos que garantirá o sucesso da Tela Quente nos próximos 20 anos.

No mais, oportuno destacar que as cenas de ação e os efeitos especiais são conforme o esperado, ou seja, não surpreendem tanto, porém estão longes de serem ruins. O mesmo serve para a atuação do elenco, que apesar de ser de peso, não encanta (com exceção do Tom Hardy). Aliás, pode até ser que minha admiração pelo Tom torne um pouco imparcial minha análise, mas ao meu ver, ele fez de todo o possível para dar alma ao personagem.

Ainda assim, nem mesmo o talento do protagonista consegue tirar a obviedade do longa, já que o telespectador consegue perceber plenamente tudo que vai acontecer, quem vai ganhar a luta, onde o parasita irá se hospedar e como será o final feliz do filme. Portanto, sabe aquela curiosidade gostosa que você sente quando tenta até o final descobrir o segredo de um personagem ou quem matou Odete Roitman? Pois bem, isso não tem.

Porém, como tudo nessa vida tem um lado positivo, o filme tem dois pontos positivos, que são acompanhados nessa análise de SPOILERS, portanto, se você não viu o filme ainda, pare AQUI!

O primeiro e mais interessante ponto positivo se trata de uma das cenas pós créditos do filme (sim, são duas cenas, mas só uma delas vale a pena comentar), onde Eddie Brock é chamado para uma entrevista com Cletus Casidy, que encontra-se enjaulado e com um olhar extraordinariamente sanguinário.

A propósito, Casidy é um sociopata serial-killer que, na condição de hospedeiro, dá vida ao parasita simbionte Carnificina, um personagem maravilhoso da Marvel, inspirado no Coringa, que transpira raiva, loucura, insanidade e violência.

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Nos quadrinhos, Eddie está preso na mesma cela de prisão que Cletus quando Venon invade a penitenciária no intuito de salvá-lo, no entanto, acidentalmente deixa no local uma amostra de seu material genético, que acaba se conectando com Casidy. As personalidades perturbadas do preso e da raça simbionte se entrelaçam perfeitamente, originando o avermelhado psicopata de nome Carnificina.

Ademais, o filme dá alguns indícios de eventuais participações, ou até mesmo de longas próprios de outros simbiontes importantes do universo Marvel. Vejamos:

Quando Venom toma o corpo de Anne Weying, ela se torna SheVenom, personagem muito interessante que sempre ressurge nos quadrinhos para salvar Eddie Brock. No longa, Weying se assusta quando percebe que arrancou a cabeça de seu oponente, posicionamento anos luz de diferença dos quadrinhos, já que, por exemplo, em sua primeira aparição, SheVenom dilacera corpos de dezenas de homens e os empilha.

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Assim como She-Venom, Grito é outra simbionte fascinante que possivelmente poderá aparecer nos próximos filmes. Lembra-se dos simbiontes amarelo e azul que permaneceram no laboratório? A direção do filme fez questão de frisar a morte do alienígena azul, deixando em segundo plano o organismo amarelo. Calha que, Grito tem exatamente a mesma cor daquele simbionte e é uma personagem que dispõe de ótimas margens para abordagem, já que exterioriza uma relação conturbada entre a agente de segurança Donna Diego e o alienígena.

Filme Venom – Resenha

Enfim, aquém dos pontos positivos supramencionados, a experiência do telespectador é de pouca profundidade, escassez de explicações sobre a apaixonante raça dos simbiontes e ínfimas correlações com o universo Marvel, de modo que, Venom acaba sendo um filme divertido, que preliminarmente envolve alguma emoção oriunda de um terror leve, mas termina com uma gargalhada descontraída capaz de entreter aqueles que se dispuserem a assistir sem muita seriedade. Essa foi a análise do Filme Venom – Resenha  Clique aqui para conferir resenha de outros filmes aqui no Meta Galáxia.

Análise Crítica
Data
Título Original
Venom
Nota do Autor
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