Após diversos anos longe da Marvel Comics, o personagem Conan voltou à casa das ideias. Neste retorno, o Cimério chegou com dois títulos: Conan o Bárbaro (que já falamos aqui neste post) e A Espada Selvagem de Conan, da qual vamos agora das 12 primeiras edições originais.
A publicação deste título aqui no Brasil também ficou a cargo da Editora Panini Comics. Mas por que dois títulos do Conan? Qual a diferença entre eles? Faz sentido ter dois títulos distintos?
A Premissa de A Espada Selvagem de Conan
Um dos primeiros pensamentos que podem vir à tona é justamente esse: por que dois títulos do Conan? Assim como no passado, o personagem tinha dois títulos com estes mesmos nomes. Em Conan, o Bárbaro era explorado o lado mais “heroico” do personagem, algo como podemos dizer, como se fosse um pouco mais direcionado ao público mais convencional de quadrinhos de super-herói.
Já em A Espada Selvagem de Conan, o título era publicado em outro formato (magazine) e direcionada a um público mais velho, já que as histórias tinham um clima mais sério e contava bastante violência. (A Panini vem republicando toda essa fase clássica do personagem, que está estimada para ser concluída em 75 Edições).
Neste retorno a Marvel, A Espada Selvagem de Conan também tem diferenças em relação ao outro título do personagem. Enquanto em Conan o Bárbaro contava com um arco em 12 partes escrito unicamente por Jason Aaron, aqui não temos algo tão amarrado. Os arcos são bem menores, sendo que o maior deles têm cinco partes. E sem essa obrigação de ter uma linha narrativa para se fechar algo, traz pontos positivos e negativos, que vamos falar mais adiante.
E assim como no outro título, temos um conto em 12 partes chamado de “A Sombra da Vingança” escrita por Scott Oden.
O formato de A Espada Selvagem de Conan
Como dissemos acima, em A Espada Selvagem de Conan não possui a “obrigatoriedade” de contar uma história maior ao longo de suas 12 edições originais, assim possibilitando uma maior liberdade aos autores. Mas isso possui um lado bom e ruim. As equipes criativas variam aqui, contando com nomes como: Gerry Dungan, Jim Zub, Ron Garney, Luke Ross e até mesmo o lendário roteirista Roy Thomas.
Temos então diversas histórias mais autocontidas, cada qual contando uma passagem da vida do personagem, como é de costume ao longo dos anos de publicação. Ao não ter a obrigatoriedade de costurar uma trama maior, as equipes criativas criaram histórias que acabam oscilando de qualidade. Temos aqui ao longo das edições histórias mais bem elaboradas e outras que nem tanto. Em relação a arte, mesmo com a rotatividade de artistas, os desenhos mantêm um bom nível, captando bem a essência das histórias de Conan.
Porém se olharmos ao passado, como já dissemos, havia uma diferença no clima e nas abordagens entre os dois títulos, sendo um mais heroico e outro mais direcionado a um público mais adulto. Nesta retomada do personagem não sentimos essa diferença. Ambos os títulos contêm violência e mantêm o tom, ou seja, pelo menos neste início, a quebra em dois títulos não se deu por conta do tom, mas talvez por conta da maneira de contar as histórias, mais curtas e com várias equipes criativas.
A Sombra da Vingança
O Conto dessa vez é “A Sombra da Vingança” que acompanha as edições. Também escrito em 12 partes por Scott Oden, é uma leitura no mínimo sensacional. Toda a trama construída pelo autor flui de maneira consistente e nos transporta para um ambiente hostil e selvagem. Oden constrói ao longo das 12 partes uma grande história que vai envolver vingança, magia e personagens bem carismáticos. E tudo isso regrado com bastante violência. Em nenhum momento o conto deixa o ritmo cair, sempre intercalando momentos de calmaria desenvolvendo o cenário e os personagens, para em seguida culminar em cenas de ação impressionantes de tirar o fôlego.
Diferente do conto A Luz Estelar Negra (presente no título Conan o Bárbaro), em a Sombra da Vingança o leitor é fisgado desde o início. E aquela diferença de tom que comentamos acerca dos dois títulos, que não apareceu tanto nos quadrinhos, ficou bem evidente aqui no conto. Pois,além de ter uma narrativa melhor desenvolvida, temos uma história mais visceral do Cimério de Bronze.
A Edição da Panini
Em questões de formato de publicação, este ficou idêntico ao adotado em Conan o Bárbaro. As edições contam com capa cartão, e papel couchê de ótima qualidade. A Panini optou por alternar as publicações de Conan o Bárbaro e A Espada Selvagem de Conan, deixando um mês para cada. E a publicação também contou com 07 edições nessa primeira fase do retorno à Marvel.
Ao fazer esse revezamento a Panini conseguiu distribuir bem os títulos do personagem sem sobrecarregar os bolsos dos leitores, já que eles teriam um título do Conan por mês. Pois ao colocar dois títulos dentro de um mesmo mês, poderia fazer os títulos competirem entre si, além de exigir um sacrífico por parte dos leitores para acompanhar as duas coleções. Ponto para a editora nessa escolha.
A Espada Selvagem de Conan, vale a pena?
Mesmo com as oscilações nas qualidades das histórias, devido a rotatividade das equipes criativas, o saldo é muito positivo neste retorno de A Espada Selvagem de Conan. Pois há histórias que são bem mais elaboradas e conseguem entregar algo muito bom. Outras já não são tão boas assim, mas nenhuma delas chega a ser ruim e nem nada do tipo. E vale reforçar que o o conto A Sombra d Vingança é uma leitura que sensacional. Em suma, sim, a Espada Selvagem de Conan vale a pena.
Pois assim como em Conan o Bárbaro, é uma ótima chance de antigos fãs retornarem a leitura, e também uma ótima chance de apresentar o personagem a um novo público. Conan retornou a Marvel com bons títulos, e estamos na espera da continuidade destes. Por Crom, que venham mais aventuras da era Hiboriana para nós leitores.
E aí meu caro(a) leitor(a) do Meta Galáxia, espero que vocês tenham gostado da resenha. A Espada Selvagem de Conan é um título bem interessante. Até o próximo post e forte abraço!
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