Resenha da 1ª temporada de The Last of Us da HBO
A série The Last of Us está disponível via HBO Max, plataforma de streaming da HBO, sendo um dos grandes sucessos de 2023. Desde seu primeiro anúncio, a série tem sido um dos lançamentos mais aguardados por fãs de produções de terror e zumbis, assim como os pelos fãs da famosa franquia de jogos eletrônicos criada por Neil Druckmann, desenvolvida pela Naughty Dog e publicada para PlayStation. Dito isso, então que tal trazermos a resenha da 1ª temporada de The Last of Us da HBO! Cuidado, pois há spoilers!
Considerando as mais de 347 mil votações no IMDb, também conhecida como Internet Movie Database, The Last of Us recebeu uma pontuação positiva de 8,9 (do total de 10 estrelas). Certamente, uma nota sensacional, não é mesmo? Inclusive, toda vez que eu olho o IMDb, a quantidade de votações está maior. Eu lembro de quando não tinha nem 90 mil votações. Boa parte disso é porque os criadores da série prometeram que a adaptação ficaria fiel ao game e realmente tentaram cumprir ao máximo!
A narrativa se passa se passa 20 anos após um surto bizarro do fungo cordyceps que desencadeou que parte da humanidade se transformasse em zumbis. Agora, eles são chamados de Infectados. Os protagonistas são Joel Miller (Pedro Pascal) e Ellie (Bella Ramsey), que entram em uma aventura de cruzar os Estados Unidos. Contudo, misteriosamente, a garota é imune ao surto.
Criação: Neil Druckmann e Craig Mazin
Baseado na franquia de jogos da Naughty Dog
Gênero: terror pós-apocalíptico
Data de estreia: 15 de janeiro de 2023
Onde assistir: HBO Max
Sinopse oficial de The Last of Us:
Teaser oficial de The Last of Us:
Enredo
Tudo começa alguns anos do surto de fungos que devastou o planeta. Para começar, a introdução nos remete a meados dos anos 1960, com um cientista em um debate na televisão, abrindo com uma descrição não convencional de quão perigosa seria uma infecção fúngica, prevendo um surto mundial mesmo antes da rolagem dos créditos de abertura. Conforme Washington Post, o criador da franquia Neil Druckmann ficou fascinado com a série de documentários da BBC, Planet Earth, que mostrava insetos sendo infectados por fungos. Mais especificamente, a obra trás o fungo cordyceps. Contudo, The Last of Us aborda a parte mais aterrorizante de uma pandemia que não é só a parte dos zumbis.
Quando a pandemia começa, Joel estava com sua filha e seu irmão vivendo uma vida completamente comum, até que o terror começou. Joel e seu irmão Tommy buscaram Sarah em casa, a colocaram no carro e deram um jeito de ir embora do lugar, na expectativa de encontrarem um local seguro. Contudo, impedem Joel e Tommy de levarem Sarah a um local seguro: um soldado do exército mata a garota.
A morte de Sarah no programa não é diferente do do jogo eletrônico da Naughty Dog, mas os eventos que levaram à sua morte são mais centrais para o programa. O jogo começa na noite do aniversário de Joel, quando Sarah percebe que está se aproximando da meia-noite e presenteia Joel com um relógio novinho em folha. Horas depois, entretanto, os dois estavam correndo pelas ruas de Austin, e Sarah acabou sendo baleada e morta por um soldado que havia recebido ordens de matar os dois. Em uma cena muito emocionante, Joel desmorona enquanto a segura em seus braços antes que ela morra.
Embora Joel raramente mencione Sarah após o salto no tempo, a morte dela o segue. Ele ainda usa o relógio agora quebrado que ela lhe deu e reage negativamente quando as pessoas falam sobre ela. Os jogadores não tiveram problemas em simpatizar com Joel mais do que com Sarah, uma das muitas vítimas da noite. A triste realidade é que ela nunca teve a chance de abrir caminho no mundo pós-apocalíptico. Diante dessa situação, então os jogadores passam a primeira hora do jogo sobrecarregados pela dor e pelas emoções de uma garota que mal conhecem.
Ao contrário do pouco tempo de Sarah no jogo, a série coloca mais ênfase em sua história de fundo. Sarah era uma garota comum que morava com o pai, tinha um bom relacionamento com o tio Tommy e tinha amizade com a vizinhança. O dia em que o surto aconteceu foi o aniversário de Joel – um fato trágico, sabendo que o dia em que Joel comemorou sua vida foi o dia em que perdeu sua filha – e ela fez de tudo para garantir que ele tivesse um dia especial. Mesmo tendo que se defender às vezes, ela entende o estresse que Joel está sofrendo em um trabalho exigente e quer alguém para tornar seu próprio aniversário especial também.
O terror de uma pandemia
Em um mundo onde a pandemia já dura 20 anos, os cidadãos restantes trabalham por um salário baixo. Basicamente, nos lembra uma escravidão onde muitos trabalham apenas para se alimentarem. Bom, os personagens da obra operam em zonas de quarentena com toque de recolher rígido e devem obedecer às regras ou enfrentar punições violentas e, em alguns casos, execução. Mesmo grupos como o Fireflies (Vaga-Lumes), que afirma se opor ao governo opressor da FEDRA (Agência Federal de Resposta a Desastres), ainda caem nas mesmas armadilhas violentas.
Quando a FEDRA assume, ela estabelece diretrizes rígidas para controlar a população não infectada restante. As medidas para combater a propagação da infecção fazem sentido, mas as regras implementadas pela FEDRA fazem mais do que apenas conter a infecção – elas estabelecem o governo como uma força autoritária. Qualquer um pego nas ruas fora do horário normal do toque de recolher está sujeito à prisão imediata. Além disso, os oficiais da FEDRA usam força violenta com bastante frequência. O público recebe empregos, mas por salários incrivelmente baixos. A FEDRA usa a pandemia como uma oportunidade para reprimir a população não infectada restante, como se as perdas da pandemia não fossem ruins o suficiente.
Nessa altura do campeonato, depois desses 20 anos, Joel já estava com Tess com sua companheira. Já Tommy estava sumido por aí. Na expectativa de reencontrar o irmão, Tess e Joel aceitam a missão de escoltar a pequena Ellie. Tess, Joel e Ellie escaparam da zona de quarentena. Contudo, descobre que a adolescente é imune ao surto. Como seria possível?
E sempre piora
Quando foram ao ponto de encontro com os Vaga-Lumes, TODOS eles estavam mortos. O porque disso era incerto, mas brigas internas e ataques faziam parte das teorias. Não que tivessem tempo para teorias demais, pois em seguida chegaram alguns infectados. Estaladores, principalmente, atacando o nosso trio de protagonistas. Esse ataque foi similar aos jogos eletrônicos: esses infectados dão trabalho demais para Joel. Ellie levou uma mordida, mas ficou tudo bem. Eles tentam avançar, mas por pouco tempo. Novos problemas.
Um dos problemas foi Tess, que também foi mordida no primeiro ataque de zumbis e se infectou. Ou seja, a tristeza citada ali em cima era em relação à morte de Tess. Ela ficou bem pelos próximos minutos e convenceu Joel a concluir a missão de entregar Ellie e encontrar Tommy, mas ao sofrerem novos ataques de muito mais infectados, ela preferiu ficar para trás para dar um jeito de destruir todos os zumbis incendiando todo o o local.
Agora, Joel e Ellie ficaram sozinhos. Graças ao veículo que Joel e Ellie pegaram no Santuário fortemente fortificado de Frank e Bill, eles fizeram um avanço considerável nos Estados Unidos. Por um tempo, percebíamos que Joel acabava culpando Ellie pela morte de Tess, mesmo que acidentalmente, mas agora vemos que ele está superando isso lentamente. Bom, ao menos parou de ficar culpando Ellie, já que a culpa não é da coitada. Ou seja, ao invés de vermos apenas as típicas intrigas entre os protagonistas, agora vemos uma Ellie com muito mais piadas engraçadas para soltar.
A cada episódio da 1ª temporada de The Last of Us da HBO era um novo problema
A cada episódio é um novo problema. Certamente, isso não é mais novidade para ninguém! Entretanto, há um detalhe que sempre me dá uma agonia horrível em qualquer obra pós-apocalíptica: o problema nem sempre vem de monstros e zumbis. Muitas vezes, o problema vem de humanos. Ou seja, a humanidade está literalmente acabando e ainda tem pessoas arrumando encrenca. As poucas vezes que Joel decidia descansar, mal dormia que presasse, pois sabia perfeitamente desse detalhe “maravilhoso”!
Quando finalmente Joel conseguiu entregar Ellie ao hospital dos Vaga-Lumes, eles já tinham passado por inúmeros perigos juntos, de canibais e abusadores a até mesmo morte de quem poderia ser um novo amigo. Além disso, já sabia que Tommy estava seguro em um novo lar, e seu irmãozinho era uma das maiores preocupações de Joel.
O grande problema: o último episódio mostra que Ellie era imune porque sua mãe foi mordida no mesmo dia que daria à luz. Quando a mãe concebeu Ellie, entregou a pequena criança para Marlene. E era justamente Marlene quem entregaria Ellie para a cirurgia que poderia (poderia, mas não era absoluta certeza) dar a cura à humanidade. Tal possível cura seria a morte de Ellie. Joel não aceitou, pois já via a garota como filha e nenhum dos dois sabia antes que a cirurgia mataria a garota. O protagonista matou várias pessoas no hospital, incluindo o médico e a Marlene, para tirar a sua “filhinha” dali. Ellie estava anestesiada, então nem viu nada. Joel a colocou no carro e foi para longe com ela. Depois, só disse que o pessoal do hospital não precisava mais dela porque a cirurgia não teria solução alguma.
Considerações finais
Sinceramente, acho que algumas pessoas colocaram defeitos onde não tinha. “Lacração na série”, sendo que o jogo sempre foi “lacração demais”, pois os jogos sempre mostraram muitas personagens femininas fortes e muita representatividade LGBT+. Então, todos os romances eram esperados. O que poderia ter sido melhor de fato: ter aparecido alguns infectados a mais. O último episódio ficou parecendo que Joel ficou obcecado por Ellie do nada, mas ele começou a ver a garota como sua filha após passarem mais alguns perigos juntos. Sim, mais perigos ainda.
Ou seja, ao menos o último episódio poderia ter sido um pouco maior. Da mesma forma que teve flashback do nascimento da Ellie, poderia ter tido um com alguns dos vários perigos que os protagonistas enfrentam. Inclusive, o flashback que teve da Ellie com sua paixão poderia ter sido ela própria falando disso ao Joel. Afinal, ela fala mais da garota ao Joel.