Brian Michael Bendis é sem dúvida alguma um dos grandes roteiristas de quadrinho dos últimos anos. Fez trabalhos notáveis principalmente na MARVEL a frente de títulos como Os Vingadores, Alias (Jessica Jones), Homem -Aranha e diversas mega sagas. Após anos na Casa das Ideias, Bendis trocou de camisa e foi para a DC. Por ser um autor de calibre, muita expectativa acerca dele foi criada. Quais títulos ele assumiria? Será que viria algum reformulação? E logo de cara foi lhe dado o título do Superman, talvez o maior ícone dentre os super-heróis. Uma prévia do seu trabalho foi feito em Action Comics 1000 , edição comemorativa que contava com várias histórias curtas patra celebrar o momento histórico do personagem. E dentre essas, uma história delas era de Bendis, que dava um leve “teaser” do seu arco. E para realmente dar o pontapé inicial em seu run, Brian Michael Bendis lançou uma minissérie em 6 partes intitulada de O Homem de Aço (The Man of Steel). E, é sobre ela que vamos falar neste post.
Superman – O Homem de Aço foi publicado aqui no Brasil pela Editora Panini Comics em 3 edições, cada qual contendo duas da publicação original. Bendis começa o seu arco nos mostrando uma nova origem para o fim do Planeta Krypton, assim nos apresentando um novo vilão, Rogol Zaar. Apesar de mostrar as motivações do antagonista e dar essa nova ótica para o evento que faria com que o Superman viesse para Terra, esse começo de arco é bem arrastado para não dizer chato. Rogol Zaar soa mais como um vilão genérico, não só pelo seu visual saído dos anos 90, mas também por suas motivações rasas de querer acabar com toda a espécie kyptoniana. Em paralelo, temos o cotidiano do Superman, sempre salvando o dia em conciliação com sua vida em off, tanto no trabalho como com sua família, Lois Lane e o filho deles Jon.
No que tange a super família, fica claro que existe um mistério relacionado a ela envolvendo Lois e Jon. Aos poucos pistas vão sendo dadas até que a revelação ocorre. Essa é uma parte interessante, pois temos bons diálogos e fica um bom gancho para o futuro. Provavelmente essa é a intenção de Bendis, plantar essa semente agora para explorar esse fato, com certeza focando em Jon. Quanto a arte, Bendis estava bem acompanhado. O arco de O Homem de Aço contou com a arte e capas do brasileiro Ivan Reis e outros artistas de gabarito como Jason Fabok (principalmente na reta final), onde a HQ melhora consideravelmente.
O desenvolvimento doa arco é lento e o começo realmente não é dos mais empolgantes, na verdade soa como qualquer coisa. Chega a dar aquela sensação de já ter visto isso antes, pois infelizmente é algo genérico. Mas com os passar dos capítulos, Bendis parece ter entendido melhor o personagem e começou a situá-lo melhor. Isso fica bem evidente que o ritmo de O Homem de Aço melhora muito da metade pra frente, onde nascem bons diálogos e também cenas de ação bem feitas. E além disso é possível reconhecer o “ícone” do Superman, pois temos bons momentos dele salvando e inspirando os outros.
Em suma, Superman – O Homem de Aço é um atrativo para uma nova fase do personagem com um dos melhores roteiristas do ramo. É um bom ponto de partida para novos leitores que estão querendo ingressar no mundo dos quadrinhos. E como dissemos, apesar do começo do arco não ser tão empolgante, ele dá um bom fôlego no final e fecha de maneria satisfatória, deixando bons pontos para serem abordados. Não foi um trabalho a “nível” de Bendis, mas vale um voto de confiança. Bendis, não nos decepcione por favor.
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