La Casa de Papel 3 – Resenha da terceira parte da série original Netflix
Título Original: La Casa de Papel |
Ano: 2019 |
Criação: Álex Pina | Nº de Episódios: 08 |
Um fenômeno mundial e, especialmente no Brasil, La Casa de Papel se tornou em 2017 uma das séries de maior sucesso da Netflix, que obteve a exclusividade e produção da obra. Suas duas temporadas (ou partes) colocaram as obras originais espanholas em evidência e ganharam notoriedade pelo ritmo dinâmico e originalidade na trama. O que poderíamos esperar de La Casa de Papel 3?
A trama entregue nas partes 1 e 2 fecharam um arco de forma redonda, sem pontas soltas notórias e um final condizente, embora dividindo opiniões. Havia um grande risco em uma possível continuação, mas atendendo ao apelo popular e claro, à sua ambição, a Netflix investiu em uma nova temporada e, felizmente, conseguiu entregar uma nova parte com um enredo coerente e competente. (atenção: abaixo há spoilers das temporadas anteriores).
La Casa de Papel 3 é uma continuação direta da segunda parte, apresentando o destino tomado por cada um dos atracadores após o sucesso do roubo da Casa da Moeda. Passados dois anos, Tokio, Rio, Nairobi, Helsinque, Denver, Monica, Raquel e o Professor desfrutam de seus milhões em destinos distintos espalhados ao redor do globo, separados em duplas e sem que mantivessem contato, uma vez que seguiam procurados pelo governo espanhol.
A vida paradisíaca do grupo sofre uma abrupta interrupção quando, por um deslize, um dos membros da quadrilha acaba capturado e torturado. Para resgatá-lo, o Professor decide por em prática um audacioso e até então secreto plano concebido no passado por Berlim: um novo e grandioso assalto, mas desta vez ao Banco Central da Espanha, em Madri, com muito mais visibilidade e riscos.
La Casa de Papel 3 resgata todo o primor do roteiro que emplacou a primeira temporada da série, conseguindo um feito raro: utilizar a mesma fórmula e recursos sem que a trama fique cansativa e repetitiva. Pelo contrário: os desdobramentos da estória se tornam cada vez mais empolgantes e o ritmo contínuo e frenético, como de costume. Com oito episódios, a terceira parte é mais objetivo, e não possui tantos contornos desnecessários como sua antecessora – o que é ótimo.
Os personagens, com suas características já desenvolvidas anteriormente, são ainda melhor trabalhados nesta nova temporada e levados a situações extremas de conflito pessoal, o que dá a maior parte da carga dramática. Helsinque, por exemplo, recebe um papel fundamental nesta nova trama, mais pessoal, assim como Denver, que passou por uma profunda mudança ao se relacionar com Monica e tornar-se pai. Ao contrário do primeiro assalto, todos parecem mais vulneráveis agora, e são suas fragilidades que apresentam os maiores riscos ao plano tido como perfeito.
Igualmente relevantes são as caras novas que compões o elenco: desde o explosivo coronel Tamoyo (Fernando Cayo) e a ardilosa inspetora Alicia Sierra (Najwa Nimri), aos novos integrantes do bando de atracadores: Palermo, Bogotá e Marselha, que são apresentados ao longo dos episódios e surgem como um interessante complemento ao núcleo principal de personagens.
É verdade que La Casa de Papel 3 não apresenta nenhuma grande novidade, mas segue à risca sua própria fórmula de sucesso sem cair no marasmo, apresentando oito episódios de tirar o fôlego e um final de cair o queixo (e que exige uma quarta temporada, já confirmada!). Além disso, possui de longe a melhor trilha sonora das três temporadas (que tal ouvir no Spotify?).
Portanto, é, de agradável surpresa, uma excelente continuação e uma atração imperdível na Netflix, consolidando uma saga que talvez já possa ser considerada a maior febre entre as produções presentes no catálogo da plataforma.
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