Chegamos ao fim do anime de 2011 de Hunter x Hunter. Lidando com as consequências do enfrentamento com as Chimeras Ant, temos um arco político que encerra – até o momento – a história de Killua e Gon. Muita coisa ocorre nesse arco da Eleição Presidencial, mas vamos dividir em dois núcleos: Killua e Ging.
Killua e sua irmã…incrivelmente conveniente
Ah, Hunter x Hunter, capaz de trazer cenas incríveis, questionamentos pertinentes e lutas empolgantes… e um bom e velho Deus ex Machina. Sim, Alluka, irmã de Killua, não é nada além disso.
Vamos lá, o estado de quase morte em que Gon se encontra encaixa perfeitamente com tudo que vimos do Nen até aqui. Gon elevou ao máximo o que viu Kurapika fazer em Yorkishin. Mas o personagem é o protagonista. Como continuar a história sem ele? Se o mangá tivesse acabado ali, Gon teria sido um sacrifício para deter as formigas e sua morte seria honrada e tudo mais. Mas ainda há futuro.
Killua, melhor amigo de Gon, convenientemente, possui uma irmã nunca antes mencionada que, convenientemente, é a única capaz de curar Gon, já que pode realizar qualquer desejo. Nesse momento, Togashi me enganou bonito, já que ao revelar as consequências das desejos, eu pensei: “claro que tem consequências, nada sai de graça em HxH”. Daí veio a maior das conveniências: a personagem não exigi pagamentos para curar e aceitar pedidos para Killua.
Basicamente o que ocorre aqui, é a criação de um personagem onipotente, que possui restrições naturais para evitar seu uso exagerado. Porém, todas suas restrições colaboram com as necessidades de Gon, que sai de seu estado de quase morte sem nenhuma consequência ou sequela.
Expansão da mitologia
A presença de Nanika, ainda que conveniente, se encaixa no momento da história. A revelação de Ging de terras não conhecidas de onde vieram as Formigas, pode justificar a criatura que habita Alluka, já que aparentemente ela não tem nada a ver com Nen.
Não dá pra dizer que o uso de um Deus ex Machina seja necessariamente um grande defeito. Togashi quase inverteu esta questão com a restrição dos pagamentos. Teria sido um ótimo plot Killua sacrificando dezenas de milhares de pessoas para salvar Gon. Porém, o autor fugiu pela porta mais fácil.
Eu sei que Gon ficou impossibilitado de usar Nen após ser curado, mas alguém acredita que isso vai durar para sempre?
Finalmente, Ging!
Na ausência de Gon, coube a Ging dividir o protagonismo com Killua. O pai de Gon, finalmente mostra as caras após a morte de Netero. Desde Greed Island, o personagem é endeusado por todos que o mencionam, alimentando muito a expectativa em cima dele. Logo na reunião já vemos que a expectativa não é atoa e se trata de alguém muito inteligente. Cabe então a Leorio – agora usuário de Nen – cortas as asas de Ging e trazê-lo ao pedestal humano.
Ainda que seja simpático, o personagem não é muito adorado por seus companheiros e tenta evitar ao máximo encontra Gon. O melhor de tudo é que aqui não há um narrador dissecando cada pensamento de Ging e temos a liberdade de interpretar suas ações.
O arco político em si, assim como acontecia nos arcos anteriores possui suas inesperadas reviravoltas. Seu encerramento lembra o arco do Exame Hunter e a Eleição Presidencial termina de forma ‘incompleta’.
Fica claro que todo esse plot envolvendo a eleição serve de apresentação de conceitos. Além de trazer Ging até Gon, introduzindo uma gama de possibilidades através de sua presença. Com isso, temos um arco de transição encerrando o anime, o que dificulta um pouco o andamento das coisas. Mas, aí vou ter que ser justo: não é culpa de ninguém.
Em conclusão
Hunter x Hunter, num geral, segue uma linha que nunca se sabe o que esperar. Os arcos sem conclusões, as relações inesperadas, seu mundo rico. Tudo nos enche de expetativa sobre quantas histórias ainda podem ser contadas. Num geral, poucas histórias conseguem trazer um final tão bom quanto temos no anime, ainda que saibamos que a história continua no manga.
Pra quem escolher parar por aqui, foi uma história rica, capaz de emocionar, fazer pensar, rir, empolgar. Hunter x Hunter é incrível de seu primeiro até o último episódio e a Eleição Presidencial não é diferente. Há variações dentro de seus próprio nível de exigência, mas jamais chega ao nível de ser ruim, bem longe disso.
Sem dúvidas, há o sentimento de realização ao ver Gon encontrando seu pai. Foi uma aventura e tanto. Ansiamos por mais, mas se não tiver, tudo bem também, já valeu a pena!