O Japão é um caso curioso no mundo. Ainda que seja um país extremamente desenvolvido tecnologicamente, mantém fortemente suas raízes culturais. Num aspecto, é lindo de ver o lado bom disto em séries, filmes e, principalmente, em animes. No entanto, tal fixação impede que certas coisas que já evoluíram ao redor do mundo ainda sejam tabus por lá. Isso se estende a várias questões e Horimiya aborda um deles, um tema muito mais leve do que outros que englobam esta questão: As aparências. Horimiya 01 apresenta bem esta questão ainda que seja um pouco corrido.
Enfim, passamos a acompanhar o dia a dia de Hori, uma estudante do ensino médio extremamente popular. Nas horas vagas, no entanto, Hori é uma dona de casa e ‘mãe’ de seu irmão, já que sua mãe vive no serviço e fazendo horas extras. Tal situação coloca a personagem tanto em aparência, quanto em personalidade, num contraste total da Hori que é vista na escola. O mesmo vale para Miyamura, o nerd esquisito de óculos e – teoricamente – inteligente na escola, mas usa piercing e tem tatuagens escondidas que mostra na rua.
Horimiya 01 foi meio corrido…
Talvez seja o ritmo mais lento que a gente naturalmente acompanha um mangá – pela leitura e interpretação da cena -, mas senti que não fomos capaz de notar o impacto da vida dupla dos personagens. No mangá a coisa já flui de maneira rápida e o anime tinha a oportunidade de desenvolver melhor a problemática dos personagens. No entanto, acelerou bastante e não deu tempo de absorver direito o sentimento de Hori, principalmente, sobre sua situação em casa. Apesar da história contar com o ponto de vista de Hori na maior parte do tempo, Miyamura já teve um desenvolvimento melhor, talvez pela sua vida dupla ser mais ‘chamativa’. Não precisando de tanto tempo de tela, já que fica bem claro a diferença do Miyamura dentro e fora da escola.
O saldo, ao final, é o mesmo do mangá, com uma boa premissa e com as mesmas qualidades e defeitos que mencionei no post de expectativas para o anime. Horimiya tem tudo para ser uma daqueles histórias gostosinhas e leves de acompanhar. Nesse quesito o anime melhorou o humor e naturalmente deu mais impacto as cenas ‘românticas’. Resta torcer que se mantenha assim, ou melhor, que diminua um pouco o ritmo. Toda boa história de amor precisa de um pouco de drama, não é?