Resenha do anime Onimusha (2023): Virou fanfic shounen
Quando saíram os primeiros anúncios da adaptação para anime de Onimusha, previsto para 2023 na plataforma de streaming Netflix, fiquei bastante feliz. Sem exageros, realmente fiquei emocionada, porque é uma franquia que gosto muito. Eu me revoltava com o fato de nem todos os jogos da franquia terem vindo de forma oficial ao Ocidente. Contudo, infelizmente, tenho que expressar minha profunda decepção com o resultado desta adaptação. Embora a arte do anime seja notavelmente bonita, esse é praticamente o único ponto positivo que posso destacar. Embora o streaming cite a classificação indicativa para o público maior de 16 anos, ainda assim me parece mais uma fanfic shounen dos jogos. Vamos aos fatos: do que se trata o anime? Por que virou apenas uma fanfic? Acompanhe a resenha!
Sinopse oficial do anime Onimusha (2023):
Enredo
Junto aos anúncios, já podíamos ver que Miyamoto Musashi seria o protagonista do anime. Isto aumentou a hype dos fãs, pois a lenda do ronin (termo que se refere ao samurai que não seguia a um daimyo) é famosa mesmo aqui no Ocidente. Um dos fatos mais icônicos sobre esta figura lendária, que realmente viveu no período do Japão Feudal, é ter criado o estilo de luta com duas espadas. Algo que impressiona na série em anime Onimusha, mas de forma negativa, é que Miyamoto Musashi aproveita muito mao o estilo das duas espadas.
Em mosteiro, o ronin pega emprestado a icônica manopla que suga as almas dos demônios, também conhecidos como gemma no universo Onimusha. A manopla fica maior parte do tempo guardada em uma caixa. Musashi é acompanhado por um dos monges, que deverá retornar a manopla para o mosteiro no final de 33 dias. O que é irônico, pois assim o espadachim precisa ficar abrindo a caixa toda hora, para poder batalhar contra seus oponentes.
Sim, fica parecendo mesmo aqueles animes shoujo e shounen, em que os vilões ficam esperando de braços cruzados as transformações dos heróis. Completamente ridículo. É melhor assistir logo Dragon Ball ou Sailor Moon, considerando este aspecto. Ainda mais que, uma vez que um guerreiro Oni era escolhido, não têm porque tirar a manopla do braço tão rapidamente. Não é para Miyamoto Musashi sugar as almas dos gemma? Então, era para ter usado a manopla em todas as lutas e sugado mais almas.
O monge e o espadachim precisam resolver o problema de uma vila, em que todo mundo desapareceu – restou apenas uma garota chanada Sayo, que aparenta ter uns 10 anos de idade. Talvez, 12 anos de idade. Eles são acompanhados por um grupo de samurais e, logo de início, Musashi percebe que há um traidor entre eles.
Falando-se na garota, muitas vezes o anime aproveitava os momentos de Sayo para fazer uma coisa voltada para a comédia. Cheio demais de piadinhas, algo que não ocorre nos jogos. Ok que adoro garotas extremamente espertas e que tentam ser fortes o máximo que lhes é possível. Sayo é uma dessas personagens sensacionais. Contudo, é irônico chegar ao ponto dela ter muito mais resistência física para longas caminhadas e tudo a mais, em relação aos samurais. O monge também se mostrou muito mais bruto que a maioria do grupo.
Considerações finais
O principal problema com a adaptação de Onimusha é a drástica mudança de tom e estilo em relação aos jogos originais. Enquanto os jogos eram conhecidos por seu conteúdo maduro, atmosfera sombria e enredos complexos, a série animada parece ter se desviado completamente desse caminho. O anime se assemelha mais a uma fanfic shounen genérica do que a uma adaptação fiel de Onimusha.
Os personagens foram simplificados e desprovidos da profundidade que os fãs dos jogos esperavam. Além disso, a trama parece ter sido diluída e simplificada para atender a um público mais jovem, perdendo assim a riqueza e a complexidade que faziam dos jogos originais uma experiência tão marcante.
Em resumo, não posso deixar de expressar minha profunda decepção com a transformação da série em algo que mais se assemelha a uma fanfic shounen do que a uma adaptação fiel dos jogos originais. Fica a esperança de que futuras adaptações possam levar em consideração a base de fãs leais e respeitar a natureza da obra original.
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