Little Boxes – Resenha do filme, disponível na Netflix
Ano: 2016/2017 |
Título Original: Little Boxes |
Diretor: Rob Meyer |
Avaliação: ★★★☆☆ (Bom) |
Little Boxes é um filme que aborda um tema muito presente no cotidiano de uma sociedade miscigenada, mas mesmo assim pouco debatido e delicado. O filme exibe o relacionamento de um casal interracial, Mack (Nelsan Ellis), Gina (Melanie Lynskey) e seu filho Clark (Armani Jackson) após mudarem-se de Nova Iorque para Washington, por conta de uma oportunidade de trabalho em uma Faculdade para Gina.
Já prevendo os desafios de uma cidade nova e interiorana, os conflitos do filme começam quando a família (principalmente Mack e Clark) percebe que a cidade é predominantemente de pessoas brancas. Sendo os únicos negros do bairro, pai e filho começam a perceber olhares e conversas diferentes das outras pessoas. Depois de diversos pequenos e alguns graves casos de preconceito, os problemas começam a afetar a família, que passa a se desentender e criticar pontos graves de convivência entre os mesmos.
O final do filme se dá de uma forma bem sucinta e interessante. Todos os problemas e pequenos conflitos vividos pelos personagens parecem se dar ao mesmo tempo em que a casa onde moram vai sendo conhecida e ocupada. As pequenas atitudes notadas por Mack acontece ao mesmo tempo em que ele desconfia de um problema em sua casa, assim como o pico de estresse se dá quando ele descobre o problema da residência. Bem como os problemas familiares só se acalmarem depois que as caixas com o resto da mudança chegam.
Little Boxes aborda o racismo em pequenos atos. Nota-se isso nas primeiras conversas entre Mack e as amigas Ambrosia (Oona Laurence) e Julie (Miranda McKeon). Os primeiros diálogos entre os pré-adolescentes mostram perguntas que possam parecer naturais, mas são reflexos de pequenos casos que incomodam de certa forma boa parte dos negros, refletindo isso no filme pelo estranhamento que Mack demonstra.
Mack sofre um caso de racismo mas grave, mas é com ele mesmo que o filme aborda uma outra visão. Através do diálogo do patriarca da família, Little Boxes também fala sobre alguns discursos extremistas de, como por exemplo, imaginar que através de um caso de racismo todas as outras pessoas também poderão agir da mesma forma. O que até mesmo é debatido entre o casal. Gina por muitas vezes parece querer esquecer os problemas presentes distraindo-se com as novas colegas de trabalho. Ela então expõe um cenário delicado e não tão explorado sobre como lidar com os problemas raciais, tendo como chamado o “privilégio branco” dentro de um relacionamento.
A forma com que o filme passa de um caso para o outro alude a um livro. Quando pequenos casos acontecem, cortes secos e pequenas pausas com tela escura, remetem ao final de um capítulo de algum livro. Como se aqueles casos precisassem acontecer para se dar o final da história.
Apesar do bom tema, o final do filme pareceu ser muito simples para todo o conflito exposto. Além de quando os casos de preconceitos foram abordados, foram tratados de forma rápida e sem muito aprofundamento, como se aquilo fosse mais uma coisa natural do cotidiano dos personagens.
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