Beat em’up ou em um belo português coloquial, brigas de rua, foram por muito tempo os principais jogos de vários consoles e arcades. É um gênero, que ainda possui um grande publico de fãs pela internet, apesar de, infelizmente, não ter a mesma relevância nos consoles atuais. Contudo, venho falar do primeiro jogo onde deixaram um cara puto da vida sair dando porrada em todo mundo que se mexe.
Algumas crianças de mais de 30 anos podem argumentar que o pai dos brigas de luta foi Final Fight. De fato, é aquele que mais influenciou os que vieram depois. Voltando um pouco mais, podem argumentar ainda que foi Double Dragon, e realmente, esse foi aquele que ditou todas as regras e basicamente definiu o rumo dos Beat em’up dali em diante. Entretanto, segundo os especialistas do IPNG (Instituto Pesquisei no Google), o primeiro briga de rua de todos, é Spartan X, ou Kung-Fu Master, como ficou conhecido por estas bandas. O problema é que ninguém aqui briga de verdade na rua, então existem aqueles que o consideram briga de apartamento.
O Jackie-Chan, em um jogo do Jackie-Chan
Spartan X, na verdade é um filme de ninguém mais ninguém menos que o Jackie Chan. Eu sei que se você jogou esse jogo uma vez na sua vida, você associou o protagonista ao Jackie Chan, pois é ele mesmo. Spartan X é o nome japonês do filme, no Brasil o título é Detonando em Barcelona. O jogo é sobre um cara que tinha um Food Truck e tem a namorada raptada, dai em diante ele desce a porrada em um monte de gente.
Muito provavelmente quando foi trazido para os Estados Unidos, houve algum problema com direitos autorais e eles trocaram o título. Talvez só acharam que o nome Kung-Fu Master iria agradar as crianças. Apesar disso, os nomes dos personagens do filme: Thomas e Sylvia permaneceram na versão americana. O jogo foi inicialmente criado para os arcades em 1984, mas tenho certeza que aqui no Brasil ficou mais conhecidos naquelas fitas de com vários jogos em um cartucho para os Famiclones. Eu, inclusive, joguei pela primeira vez no PolyStation.
O Jogo do Jackie Chan
No aspecto geral, Kung-Fu é um jogo extremamente simples, mas bastante díficil. A namorada do protagonista foi raptada pelo chefe de uma gangue, mas para resgata-lá, é preciso derrotar hordas de inimigos, com uma baixa inteligência artificial. Após isso derrotar os chefes que estão protegendo as escadas e subir para o próximo andar. Ao todo o jogo é composto de cinco fases, difíceis desde o começo e ao finalizar todas elas se repetem, porém ainda mais difíceis. Eu tentei jogar um pouco, mas ainda assim levei um bom tempo para passar pelas cinco fases pelo menos uma vez.
Nos controles, apenas o básico do básico, anda para trás e para a frente, como um side-scrolling comum. Inclusive com a primeira fase, que, não segue o padrão normal de ir da direita para esquerda, mas da esquerda para a direita, fica um pouco confuso no inicio, mas nada de mais. Para atacar, soco, e chute, é possível chutar e socar agachado e também durante o pulo. Cada inimigo oferece uma pontuação diferente dependendo de como foi o último golpe.
O número de inimigos em Kung-Fu é consideravelmente pequeno, tem o Tsukami-Otoko*, um carinha que só anda na sua direção e se encostar, agarra e suga energia. Outro é o Knife-Nage*, que tenta ficar distante do protagonista e joga facas tanto em pé quanto agachado. Tomu-Tomu*, um anão, que faz a mesma coisa que o Tsukami, mas caso o personagem fique abaixado por muito tempo, ele pula sobre a cabeça. Fora estes, no segundo andar tem alguns potes que quando quebram soltam cobras, e outros que fazem aparece um dragão, ambos não podem ser atacados. E no quarto andar, alguns insetos bem chatinhos de acertar.
Fora os citados a cima, tem apenas os chefes, que, no geral são a parte mais difícil, pois o esquema de colisão do jogo não coopera muito com o jogador. No geral, depois que se aprende os macetes para derrotar cada um se torna mais fácil, já que nenhum possui inteligência artificial ou padrões sofisticadas, mas no geral é recomendável poupar o máximo de Life possível durante a fase.
Não existe muito que se possa falar a respeito do jogo, afinal como eu disse é um jogo completamente simples. Para os padrões de hoje, dificilmente tenha alguém que vá se esforçar para passar horas e horas o jogando simplesmente para pegar pontos em Kung-Fu Master. Ainda assim, esse é um jogo que apesar de não ser o mais relevante para o gênero, conseguiu ser o pioneiro, apenas pegando o formato básico de um jogo de luta (da época) e acrescentando algumas ideias, como bater em tudo que se mexe.
*Nomes na versão japonesa
Sempre achei muito divertido os efeitos sonoros deste jogo. Ele é super básico mas é bem feito.